30 de out. de 2008

Alexandre Herculano


Hoje... como sempre!

Hoje vou regalá-los com alguns textos espantosos. Escritos hoje? Ontem? Quando? Primeiro leiam, depois relacionem com algo que está a acontecer aqui ou alhures, e se estiverem interessados perguntem. Então eu conto.
Imaginem que estão a ler um comentário sobre as verdades de sempre e, porque não, sobre o Brasil de hoje. E... do Portugal de hoje?

1.- Homens que teriam legado à posteridade nomes gloriosos e sem mancha, e que, mais modestos nas suas ambições materiais, seriam vultos heróicos na história, pagaram-se como mercenários, ao passo que outros, depondo as armas e voltando à vida civil, exigem ser revestidos de cargos públicos, para exercer os quais lhes faltam todos os predicados; homens cujo único titulo foi terem combatido, com maior ou menor denodo nas fileiras liberais ou haverem padecido nas masmorras os tratos da tirania.

2.- Os homens que entenderam ser do seu interesse ou do interesse do país fazer surgir dum estado anormal uma situacão regular sabem que a primeira necessidade é elevar o motim à altura de uma revolução. Falta o assunto. O derribar um ministério não o subministra. Basta para isso a acção mais ou menos lenta, mas segura e pacífica, da liberdade da palavra, da imprensa e do voto. O povo que com estes recursos não sabe tirar os seus negócios das mãos de quem lhos gere mal, é um povo ou que ainda não chegou à maioridade ou que já se arrasta na senilidade.

3.- Podem valer pouco os juramentos políticos; pode até, ser absurdo o juramento em geral. Mas a quebra de promessas solenes e espontâneas, seja qual for a sua fórmula, será sempre uma vilania enquanto tiverem culto a honra e a lealdade.

4.- A opinião ilustrada largamente preponderante é irresistível nos governos livres. O que não é irresistível é a opinão de alguns ou de muitos que benevolamente se encarregam de interpretar pelo próprio voto o voto comum, o voto dos que têm capacidade para o dar.

5.- Quando os vencidos ficam representados por uma minoria insignificante ou quando um parlamento é eleito sob a influência duma revolução, esta fica solenemente condenada.

6.- Alguns insistem em chamar-se oposicionistas, porque os vocabulários são propriedade dos homens, e a propriedade conforme o velho direito consiste na faculdade de usar e abusar. Mas isso são como os graus ou as honras das ordens da cavalaria extinta. Enfeitam, mas correspondem ao nada. Símbolos vãos sobre um sepulcro.

7.- A medida porque Deus conta os graus de mérito da vida é a pureza do coração; é a do aperfeiçoamento da inteligência.

8.- Para as turbas o cheiro de sangue é suave perfume; o roubo gloriosa conquista.
E elas se fartarão de sangue e de rapinas com a voluptuosidade atroz do antropófago que se banqueteia com os membros semivivos do seu semelhante.
Porque a plebe desenfreada é como o fantasma do crime, como o espectro da morte, como o grito do extermínio.
Povo! Os que hoje saúdas como magestade amanhã fá-los-ás em pedaços, e arrastarás pelas ruas os seus cadáveres cobertos de feridas e pisaduras.
Porque, bem que tarde, conhecerás que eles te hão enganado.
Prometeram-te abundância, e achar-te-ás faminto; prometeram-te liberdade e achar-te-ás servo.
A licença mata a liberdade; porque se livremente oprimes, livremente podes ser opresso; se o assassínio é teu direito, direito será para os outros assassinar-te.
Se a força, e não a moral, é a lei popular, quando os tiranos tiverem mais força, legitimamente podem pôr no colo do povo um jugo de ferro.
Ministros da tirania são os que suscitaram a luta das facções, os que deram o primeiro grito da revolta, os que acenderam a guerra civil;
Porque a nação se dilacerará e enfraquecida passará das mãos da plebe para as mãos dalgum déspota que a devore.
Lembrai-vos da Serpente, que enganou nossos primeiros pais: foi com palavras sonoras, com promessas de glória e de ventura que ela perdeu a ambos.
Dado que para vós não houvesse liberdade e eles vo-la oferecessem à custa de perpétuo dano, devíeis tê-los por vossos destruidores.
Porque a liberdade não é tanto um fim como um meio: quer-se a liberdade não tanto para as nações serem livres, como para serem felizes.
Que importa o respeito de propriedade ao que nada possui? Que vale a liberdade da palavra para o que só tem de proferir maldições e queixumes? Que monta que os vossos pares vos julguem, se o ódio das facções nos fez inimigos uns dos outros?
Sem concórdia, inevitável é que o edifício social desabe; e porventura nascerá a concórdia do meio das sedições?
A salvação única do instigador de revoltas e uniões está em admitir todas as consciências delas.
E então forçoso lhe é tornar-se conspícuo no crime e revolver-se no sangue.
Mas qual será a eternidade de tal homem?
Deus não deu palavras às línguas da terra para o dizerem. É esse um dos mistérios do inferno.*

Finalmente sugiro um joguinho:
- Quem se encaixa, certinho, certinho no nr. 1
- Que povos se podem identificar com o nr. 2
- Que políticos teriam o seu nome escarrapachado no nr. 3
- Idem para o nr. 4, 5, 6 e 7
- E o 8 ? Cheira a quê? O pós 25 de Abril? COPCON? MST? MTST? Narcotráfico? FARC? E, porque não... PT?

Divirtam-se... e meditem.

* Texto de Alexandre Herculano. “A Voz do Profeta”, 1836

05/08/03

28 de out. de 2008

Pensando em Camões !
Foram-se os tempos de ilusão passando
As quimeras acenando aos loucos.
A vida a quem dei ouvidos moucos
Depressa me deixou só, e meditando.

Corrido o mundo em busca de proezas
Amigos e desgostos fui somando;
Os amigos, o tempo vai levando,
Ficarão só desgostos e tristezas.

Passam os anos, a família aumenta,
Até na alma vão crescendo as cãs,
E nosso espólio é só o que vivemos.

Do Brasil, em 1996, por Francisco G. de Amorim
D. Manuel de Teixeira,
grande e sério banqueiro do século XVI

BANCARROTA

Vem bem a propósito, nesta altura dos catastróficos acontecimentos financeiros, que mais deviam chamar-se “vigarices a descoberto”, relembrar um pouco da história da banca, sobretudo da bancarrota.
Lá pelos antigamentes, tal como hoje, cada rei ou príncipe ou um big chefe qualquer, quando adquiria alguma importância, uma das primeiras atitudes que tomava era a emissão de moeda. Não precisamos voltar muito no tempo porque foi exatamente o mesmo que fez Dom João VI quando desembarcou no Brasil! Aqui a moeda era de papel mas lá... era de ouro, moedas grandes e bonitas nos reinos ricos, outras menores, ou de prata e até de cobre. Pesos e ligas diferentes conforme as regiões e a seriedade do emitente, mais vigarice ou menos vigarice do fundidor ou de quem cunhava, ao ponto de terem proporcionado a Arquimedes o célebre passeio, todo peladão, pelas ruas de Siracusa gritando “Eureka”! Tinha acabado de descobrir como saber se os trabalhos em ouro encomendados pelo rei Hieron II, tinham a conveniente liga de ouro ou se o ourives estava empalmando algo a mais!
No “dantes”, os ourives desonestos “empalmavam” um quanto do ouro que lhes passava pelas mãos, enquanto que hoje se faz o mesmo, mas com outra sutileza: troca-se o chamado dinheiro bom por dinheiro ruim, como subprimes e outras vigarices.
Com o andar dos tempos e o aumento do comércio e das viagens de negociantes por essa Europa fora, carregando cada qual um tipo de moeda diferente, houve necessidade de arranjar “especialistas” que pudessem, com rapidez, apreciar o verdadeiro valor das diferentes moedas e trocá-las pelas correntes em seu país, a fim de permitir ao negociante fazer as suas compras.
Estes especialistas tinham uma autorização especial dos governos, dos duques ou doges, para esta atividade, e pressupunha-se que seriam pessoas da mais alta confiabilidade.
Assim como Arquimedes saiu do banho, nu, a gritar que tinha descoberto um método, infalível, de verificar o conteúdo de cada liga, os genoveses “descobriram” um jeito, no mínimo curioso, de apreciar o valor de cada moeda: uma pele de gado. Isso mesmo, uma pele de gado, curtida, e esticada, onde as moedas eram deixadas cair! Pelo som, ou vibração, ou... por qualquer outro método que os tais especialistas encontraram, num instante o valor da moeda bárbara estava determinado e o câmbio feito!
Aquela pele, esticada como a pele de um tambor, era chamada de banca, banca essa onde se trocava qualquer tipo de moeda.
Enquanto o banqueiro se comportasse com a ética e seriedade que deles eram esperados, as bancas prosperavam. Mas se o banqueiro “metesse a mão na massa” dos clientes e se visse inadimplente, um emissário do governo se encarregava de, com um punhal, rasgar a pele, acabando com a banca. Era a BANCARROTA !
O banqueiro além de, certamente algum castigo – talvez confisco de bens ou prisão – ficava proibido de voltar a ter outra banca.
Imagine-se se tais leis, simples e eficientes se aplicassem ainda nos dias de hoje... quantos punhais teriam que ser afiados!
O primeiro grande “banco” internacional que fechou, não por inadimplência ou má conduta dos negócios, mas exatamente pelo contrário, foi a Ordem do Templários. O rei Filipe, o Belo, de França, quase falido e com a maioria das suas jóias penhoradas aos Templários, obrigou o papa Clemente V a acabar com a Ordem. Depois de um julgamento vergonhoso, os responsáveis pela famosa Ordem foram queimados vivos e o rei, malandro, recuperou os seus bens sem gastar um cêntimo. Bom, gastar sempre gastou, porque teve que dar ao papa uma, certamente confortável, fatia do que roubou!
A grande diferença dos tempos: os Templários foram violentamente assaltados, espoliados, assassinados, apesar de sempre terem sido seriíssimos nas suas transações. Hoje os bancos entram em bancarrota, unicamente por culpa dos seus dirigentes, e quem paga o pato é o povo, com a moeda falsa que os governos hoje podem emitir quanta queiram, porque se trata unicamente de papel!
E tem mais, os gestores desses bancos rotos, sempre saem rindo à toa e com os bolsos cheios!

do Brasil, por Francisco G. de Amorim
27 out. 08

22 de out. de 2008

Quanto vale o sorriso de um engraxate?


A crise e a Irmã Emmanuelle

No meio desta monstruosa e aguardada crise gerada pela ganância e o lucro a qualquer custo, ver os governos a salvar, com muitos trilhões, as instituições capitalistas, quando se sabe que tudo isto aconteceu por pura e descarada especulação, ver ainda o que parecia impossível de acontecer, a falência de um país, e ouvir pior, que, quem no final vai pagar a conta são os mais miseráveis, uma pergunta subsiste, gritante, mas aparentemente sem resposta: porque não se salvam primeiro, com esses trilhões os esfomeados do mundo, os deserdados do movimento financeiro, os parias, para que estes possam assim entrar no mercado e ajudar a criar mais riqueza? Financeira e sobretudo humana.
Estes vergonhosos “jogos na bolsa” em que um indivíduo, sentadão, em casa, frente a um computador, pode ganhar, num só dia muitos milhões, sem ter investido um único cêntimo, são um outro imenso grito de vergonha.
Bancos e países a especularem com papéis inúteis ou juros altos, fatalmente levam a desastres econômicos. Neste momento assistimos a dois juntos: o esboroar de instituições financeiras “fortíssimas e seguríssimas”, e à falência do país com o mais alto índice de desenvolvimento humano, a Islândia. Esta subiu os juros para atrair capitais e turistas, e quando chegou o momento da verdade... era tudo mentira! Foi vivendo de peixe e giro falso de capitais, o rendimento per capita atingiu US 60.000, e agora começa um rápido e violento êxodo do ex país das maravilhas para... onde?
O Brasil, insiste nos juros mais altos do mundo, e como é óbvio, mesmo sendo um país rico, o rendimento não chega para pagar esses juros, mas como vai crescendo, os investidores, de olho aberto, vão também fingindo que acreditam. No entanto cresce mais depressa a dívida do Estado do que o bem estar social, apesar dos falsos pregões do governo. E um dia...
No meio deste descalabro, desta Babel mundial onde o diálogo é de surdos e o que mais interessa é vender armas, fingir que se combate o tráfico de drogas, ilegais e legais e estimular a especulação financeira, vemos adormecer nos braços do Senhor uma mulher, religiosa católica, que toda a sua vida a dedicou aos mais pobres do mundo, trabalhando com os catadores de lixo em África e na Ásia, conseguindo com a sua força moral criar escolas, e dispensários, salvando milhares de vidas de inocentes, com a colaboração de judeus e muçulmanos! Onde ela chegava reinava a alegria e o entendimento, a esperança e a vontade de ir sempre mais para a frente e, sem envolver especulações financeiras nem mentiras de armamentos ou drogas, a paz dominava entre todos os credos e as classes sociais com quem tratava.
Uma mulher admirável, cujo principal lema era “o amor pode sempre mais”! Em certa altura da sua vida, sem jamais interromper o seu trabalho pelos outros, o seu coração bateu por um homem! Ela riu-se, meditou, sabia que tinha entregue o seu corpo e sua alma ao Senhor, e encontrou nesse momento de puro amor terreno a certeza que a fez mais forte e mais dedicada ao seu objetivo.
No Cairo, com os catadores de lixo, face a tamanha pobreza e descaso da sociedade, nascendo naquelas famílias miseráveis crianças atrás umas das outras, a maioria das quais sobrevivia no máximo um ano, incentivou e promoveu a distribuição da pílula anticoncepcional, indo contra as diretrizes da Igreja.
Escreveu ao Papa João Paulo II expondo a situação daquele povo e as razões que a levavam a não obedecer aos princípios que Roma expunha. O grande Papa não lhe respondeu por escrito, não podia ir contra a sua doutrina, mas fez-lhe saber que continuasse a sua obra.
Morreu nas vésperas de fazer cem anos. Tranqüilamente, enquanto dormia. Foi uma GRANDE mulher. Soube lidar com a mesma alegria e verdade com os problemas pessoais e os do próximo, sem jamais deixar que uns influenciassem os outros. Uma grande líder que afastou da pobreza máxima um sem número de crianças e famílias a quem proporcionou saúde e alegria de viver. Para este tipo de gente crise não existe.
As crises são resultado da falta de Homens, com letra maiúscula. Existem nas sociedades, e só quando se conseguir transformar a sociedade em HUMANIDADE as crises, todas, não voltarão a perturbar.

do Brasil, por Francisco G. de Amorim
22 out. 08

13 de out. de 2008

"Espinhos e complicações"


O bobo da corte do bobo

Era uma vez um reizinho que adora ser o bobo da própria corte... Sempre que o bobo abre a boca, sem entrar mosca, (e o mal repete-se “n” vezes), o povo, igualmente bobo, aplaude, mesmo sem entender o tamanho da calamidade pronunciada com um sorriso alarve e empafioso!
A corte do bobo primeiro cala-se, depois ri, reverencia, aplaude, bajula, e repete em pronunciamentos oficiais para os ouvidos dos restantes bobos, da corte e fora dela, frases enfeitadas das verdades falsas, da ignorância atrevida, do descaso total pelo futuro e da falácia do presente, babando de ganância e avidez pela faculdade que se outorgam para delapidar o bem comum.
O rei estava nu e só não viam, nem continuam a querer ver, os alfaiates do rei, os que o vestem, revestem e rodeiam com sua igual ignorância e incapacidade congênita e reconhecida.
A moeda do país sofreu em menos de duas semanas uma maxi desvalorização de cerca de 40%. Uma violenta paulada na economia. Os órgãos de informação debruçaram-se sobre isso? Isso o que? perguntarão! O (des)governo paga-lhes – e como paga! – para que? Não é para contar só as “histórias da carochinha”, aquelas “para boi dormir”? Se derem esta notícia em manchete de primeira página a popularidade do bobo cairá para metade!
O famoso “pré sal”, os quase inesgotáveis depósitos de petróleo agora descobertos e hollywoodescamente divulgados, no país e fora dele... emudeceu! O bobo afirmou gloriosamente que ia sobrar muito dinheiro, que nada se gastaria com bobagens (talvez para explicar o que tem feito até agora), que iria investir na educação, que... Tudo isso daqui a uns dez anos, para o que entretanto seria necessário um investimento inicial da ordem de várias centenas de bilhões de dólares! O governo assumiria o investimento sem a Petrobrás para melhor poder controlar os lucros desse imenso tesouro do Ali Babá. Mas... onde estão essas centenas de bilhões, ó bobo? Oferecendo ao mercado mundial de capitais os juros mais elevados do planeta para depois dar o berro, como aquele a que estamos assistindo no mundo financeiro? E o mercado tem agora esse capital disponível para investir a mais de meia dúzia de anos?
Nós, Brasil, seremos os únicos espertos do planeta para ter os juros mais elevados e querermos convencer os investidores de que isto não vai também para o buraco? Os EUA têm uma dívida interna de mais de dez trilhões de dólares. 70% do PIB. Nós não queremos ficar atrás. Já ultrapassamos os 70%. Com uma pequena diferença: a renda per capita do norte americano é o quádruplo da do brasileiro!
O Brasil viveu a euforia das commoditties com preços especulativos e deu um razoável ajuste nas suas contas externas. Mas a mamata acabou! Aproveitou ainda o dólar com valor baixo para importar alguns equipamentos e muito desperdiçou em bobagens chinesas que enfraqueceram a nossa capacidade de produção.
O crédito correu solto: imóveis, automóveis, eletrodomésticos, etc. A inadimplência bate às portas dos financistas. O Banco Central já abriu, e bem, os cofres para socorrer financeiras (cujos nomes não foram divulgados).
E no meio deste arraial de inépcia e ignorância o grande bobo atribui a medalha da Ordem do Mérito Cultural, a maior homenagem do governo àqueles que se destacaram na promoção e difusão da cultura brasileira, ao Coletivo de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)! Não é um ultraje à memória daqueles que receberam a mesma medalha, como João Guimarães Rosa, Pixinguinha e outros grandes nomes da nossa cultura. É pior que ultraje. É um escarro na face da cultura, da decência, da honradez, da liberdade.
Não deveria admirar, porque a iniciativa parte de quem mal tem a instrução primária e está profundamente comprometido com os movimentos terroristas, dentro e fora do país.
O grande bobo diz-se frases de auto promoção, não só em frente do espelho mas do alto dos púlpitos que todos os dias inventa para mostrar a sua incapacidade, e só ouve os bajuladores que servilmente o rodeiam, aplaudem e, no fundo, mesmo desprezando-o, continuam a aproveitar-se do festim da roubalheira generalizada.
“As orelhas dos príncipes, sobretudo as dos mais bobos, não gostam de ouvir verdades, e evitam os sábios e prudentes com receio de ouvir destes opiniões verdadeiras e desagradáveis”, já nos dizia Erasmo de Roterdão no seu “Elogio da Loucura”.
O que por aqui se passa, fica longe da loucura. Atingiu a demência.
Os miseráveis dirigentes vizinhos que nos rodeiam, insultam-nos, ameaçam-nos, roubam-nos, seqüestram diretores de empresas brasileiras, agridem agricultores brasileiros que trabalham em toda a legalidade nesses países, e o grande bobo da corte do bobo, em vez de mandar os miseráveis encolherem as unhas, ainda tem o desplante de afirmar que temos que apoiar o desaforo desses cafagestes!
Todos esses apóiam o MST e as FARC.
E, em vez de serem as nossas Forças Armadas, são estes grupos terroristas o sustentáculo desta catástofre boba em cima da qual caminhamos.


do Brasil, por Francisco G. de Amorim
13-set-08

10 de out. de 2008


As eleições e a crise

Foi domingo o dia das eleições para executores (nada de executivos) municipais. Aqueles que executam, liquidam, limpam, comem o orçamento público. Correram muito bem as ditas eleições, ajudadas pelo exército para, teoricamente, permitir que o eleitor votasse sem a pressão do candidato presente na boca da urna, e o resultado foi uma maravilha: 741 indivíduos presos por estarem a controlar os eleitores, ou na pressão ou com malas carregadas de notas que se iam dando a quem votasse “certo”, etc.
Mas, de longe, o ainda mais admirável deste mundo novo foi o resultado obtido por uma meia dúzia de bandidos, presos, indiciados por tudo o que é tipo de crime, incluindo homicídios, a quem se permitiu que de dentro da cadeia fizessem a sua propaganda eleitoral, e... brade-se aos céus, gente inocente, foram eleitos!
Tudo isto parece um sonho, um pesadelo, e mesmo bem acordados constata-se que é esta a realidade deste mundus novissimus!
Entretanto o ali babá chefe aproveita para insultar o tal W.Bush, chamando-o de tudo que é nome feio, e afirmando à boca cheia que a crise não “atravessaria o Atlântico”! Esqueceu-se o governa-se de informar em que sentido essa travessia se não daria – oeste/leste ou norte/sul – para se constatar que atravessou não só o Atlântico como todos os oceanos do planeta e em todos os sentidos! Aqui, a “tsunami econômico-finaceira que chegaria como um leve marola”, levou as bolsas a cair quase todos os dias, mais de uma vez ultrapassando os 10%, o real já se desvalorizou cerca de 39%, e não tarda aí a inflação, a paralização da construção civil, a recessão, o desemprego, e etc., etc.
Neste país de grande "democracia e visão de futuro"... há muito se gera e se incentiva espaço para a anarquia. De tal forma a inconsciência (des)governativa é absurda, que foi há dias concedida a várias entidades e indivíduos a Ordem de Mérito Cultural do Ano 2008, mas nem uma única notícia deste ato foi veiculado. Porque? Segredo ou vergonha? Na véspera um jornal noticiou que um dos agraciados seria o MST! Ordem de Mérito Cultural no centenário de Machado de Assis, a assaltantes, assassinos, destruidores e deturpadores da ordem pública... Parece filme de ficção. De manicômio! Haja Deus!
Deus existe, mas não interfere na estupidez, cupidez e ganância dos homens. É pena.
do Brasil, por Francisco G. de Amorim

9-set-08