17 de dez. de 2009

NATAL

A época do Natal tem pelo menos uma vantagem: algumas pessoas que vivem “escondidas” o ano inteiro aparecem para desejar “Boas Festas” e assim não se deixarem cair num esquecimento completo.
É, de qualquer modo, sejam as intenções boas ou simplesmente “obrigatórias”, saudável esta troca de votos.
O problema é que sempre esquecemos alguém, por vezes um dos amigos mais queridos, não porque estivesse fora do nosso coração, mas porque... porque... esqueceu!
Desta vez achei mais fácil mandar um abraço a todos aqueles que quiserem abrir este bolg que, se tem sido um meio de expor a minha indignação perante tamanha sem vergonhice dos dirigentes, também me permite volta e meia trocar idéias “africanas”, e não só, com muita gente.
Em vez de mandar aqueles e-mails com sininhos, meninos e meninas cafonas a cantar umas cantiguinhas que ninguém já suporta, pensei que este seria o melhor caminho para vos, dizer, aos que estão a ler, quanta falta me faz a vossa companhia, seja de amigos de há muito ou de alguns que nunca conheci.
Todos fazem falta. Não somos todos irmãos? Não temos mais afinidade ou entendimento com uns irmãos do que outros? Não temos uma imensa quantidade de irmãos que nada têm de genética - recente - conosco, e com quem tanto nos identificamos?
Nós acabamos de ganhar um neto cuja existência simplesmente sabíamos, e sempre entendemos que jamais deveríamos intervir na família que o deu à luz e educou. Mas agora, com 27 anos, tomou conhecimento de quem era o seu pai biológico, apareceu, reunimos a família carioca, fizemos-lhe uma festa de recepção, e veio viver conosco!
Há pouco tempo, por coincidências internéticas, surgiu um “parente”, que vive em Montevidéu, sabendo que haveria na sua “árvore genealógica” alguns nomes da nossa família! Estudadas as “árvores” constatámos que temos um antepassado comum que viveu há cerca de 300 anos e é o nosso 11º avô, basco!
E se Adão e Eva são figuras metafóricas (apesar de, seguindo a minha genealogia que vem já na Internet, chegar a esse simpático casal !!!), não é verdade que somos todos irmãos, e que nesta altura do ano, talvez com mais força do que noutras ocasiões, não ressoa nos nossos ouvidos, ou só na mente, que só se resolve o problema da fome, do meio ambiente, das guerras, da inveja, do desentendimento político, religioso, social econômico e financeiro, quando de fato formos capazes de nos amar uns aos outros como irmãos?
E posso esquecer todos estes e mais aqueles que conheci nos recônditos de Angola e Moçambique e noutros lugares do mundo, muitos deles cujos nomes já não sei, mas cuja imagem permanece, mesmo difusa, no nosso espírito?
E de todos os que tanto precisam de nós, que “sofrem fome e sede de justiça” e que nós, por comodismo ou impossibilidade, não lhes podemos valer?
É esta a nossa mensagem deste Natal, do próximo, e de todos os dias entre quantos Natais houver:


”Que nos amemos uns aos outros como irmãos”!


Vamos procurar não deixar de fora do nosso coração um só. Daqueles que são família, dos amigos iguais à família, dos conhecidos e dos desconhecidos.
Se quisermos cabem todos. É só querer.
Mas como sou um frágil ser humano, o que me vai ser difícil é conseguir beber um copo à saúde de cada um! Mas... tentarei!
 
17.dez.09

2 comentários:

Abel Machado d'Oliveira disse...

Meu caro Francisco
As tuas "palavras" tocam cá no Fundo e como continuas a escrever
brilhantemente!
Um abraço forte e os desejos de muitas Felicidades para toda a Família

Abel Machado d'Oliveira

luis santos disse...

Bom Natal e Ano Novo para si e longa família, na qual eu também me incluo, claro.