DO PORTUGAL... MARAVILHA...?!
Há dias recebi de um grande amigo português que vive em Portugal e que
muito considero, admiro e estimo este GRITO D’ALMA, que me deixou apreensivo e
sobretudo entristecido por ver que o meu país – apesar de viver no Brasil –
está numa desastrosa situação política, apesar de se apregoar aos sete ventos
que é um dos melhores países do mundo para se viver, que é quase campeão na
defesa da COVID-19, que tem o descaramento de dizer que vive uma democracia
plena, quando bem vistas e sentidas as coisas...
Leiam. Certamente não ficarão espantados, porque quem vive em Portugal
está a vivenciar tudo isto, e só não põe fim à “ditadura” da mescla PS/PCP
porque não quer.
ONTEM FIQUEI A SABER…
v Ontem fiquei a saber que não
vivo num Estado laico, profundamente respeitador de todas as religiões que
professem a convivência pacífica.
v Ontem fiquei a saber que
vivo num Estado cuja letra constitucional considera todos iguais perante a Lei,
mas onde, como em “Animal Farm” de G.
Orwell (1903-1950), há uns que são, de facto, mais iguais que outros.
v Ontem fiquei a saber que,
afinal, não sou um cidadão livre de um Estado de Direito. Sou, sim, um súbdito
de um Estado confessional. Um súbdito que, se for submisso, será tolerado por
aqueles que gozam de privilégios que lhe estão factualmente vedados.
v Ontem fiquei a saber que, em
Portugal, quem não comungar da religião do Estado, quem não participar das suas
liturgias, é tratado como cidadão de 2ª.
v Ontem fiquei a saber que
quem me rebaixa e diminui são, precisamente, aqueles que mais se reclamam da
virtude de lutarem contra qualquer forma de discriminação e de apartheid.
v Ontem fiquei a saber que
esta religião do Estado tem um lema (“a luta dos trabalhadores”), tem uma
Igreja (a CGTP), tem Grã-Sacerdotes (os dirigentes do PCP) - e arroga-se do
direito de salvar quem a abraça e de excomungar quem se lhe oponha.
v Ontem fiquei a saber que, em
Portugal, há uma religião a garantir, com o beneplácito governamental, que os
seus fiéis estão completamente imunes ao SARS-CoV-2 e a outros vírus facilmente
transmissíveis: a religião do Estado. As restantes religiões, para mal delas,
não podem oferecer igual garantia aos seus membros – e, por isso, é justo que
não gozem de igual estatuto.
v Ontem, com as manifestações
públicas e as camionetas de manifestantes a circularem por aqui e por ali, em
pleno estado de emergência, fiquei a saber quem são os verdadeiros cidadãos do
Estado Português (os que se manifestaram sem constrangimento) e quem emite o
Cartão do Cidadão que verdadeiramente vale (a
CGTP).
v
Ontem fiquei
a saber que quem tem por mandato defender o Estado de Direito, pactua com tudo isto.
v Ontem fiquei a saber que não
quero viver num país assim. E, como já sou velho para emigrar, só me resta tudo
fazer para travar o passo a quem, insidiosamente, quer converter Portugal num
Estado confessional, obrigar a liturgias laicas, instituir uma religião do
Estado – e rebaixar quem a não professe.
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