17 de mai. de 2010

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Crise, Grécia, Sócrates, etc.



Como é evidente, todos sabem que a nossa civilização é greco-romena. A grande hegemonia da Grécia matemática, astronômica, filosófica morreu há muito, a do Império Romano, com a sua disciplina militar e os municípios, idem, e o esplendor quinhentista de Portugal, “dando novos mundos ao mundos”, ibidem que nem o ouro. os diamantes e as esmeraldas das Gerais do Brasil conseguiram segurar.
Também se lembram – agora mais do que nunca, os portugueses – que Sócrates, o grego, foi envenenado com cicuta.

Mas a história da má administração, da corrupção não terá vindo do Sócrates. Este, há 2.500 anos, acreditava que os atos errados eram conseqüências da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio. Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material.

O problema é que já não se fazem mais Sócrates como antigamente!

No século XVII, em França, o Tiers acusava que a perda de receitas do Estado poderia vir das pensões e outros benefícios pagos largamente à nobreza. O conselho de Estado concordou mas nada fez para alterar a situação.

Vendiam-se títulos de nobreza, postos rendosos na administração pública, a que os membros do Tiers acediam por seram burgueses ricos, e que lhes permitia não só enriquecer ainda mais, como aceder também à nobreza!

Os Tiers teoricamente representavam o povo das cidades e os camponeses. Tal como o PS, os PCs, e quaisquer outros partidos políticos. E vivia-se a constatar que o governo seguia ao sabor das intrigas da corte, do clientelismo, onde a venalidade imperava, à mistura com a alta corrupção e despreparo, ou inépcia.

Querem retrato mais fiel e atual da situação em que vive hoje a maioria dos países na Europa... e em todo o mundo?

Em Portugal, com administradores públicos a ganharem centenas de milhares de euros por mês, um clientelismo exacerbado e vergonhoso, e um total desprezo pela res publica, o que há a esperar? O mesmo que se passou sempre, desde que exite administração pública, reis, chefes, etc.: aumentar os impostos da gente que trabalha, e que regra geral representa oitenta ou mais por cento da população! Fácil, mas isso só leva à revolta, à diminuição de circulação de bens, à pobreza, à inflação, e por fim, antes de aparecer outro Salazar, à desvalorização da moeda - veja-se o Malawi - , por muito que os alemães não queiram.
Não se assassinam mais reis e duques, e dificilmente primeiros ministros, etc., o que dificulta um “volte face” da situação, Mas o povo TODO, TODO, nas ruas, sem bandeiras de partidos, quaisquer que eles sejam, deve ajudar. Com bandeiras de partidos políticos só piora, porque se está a ver que eles querem é mamar na teta que tem alimentado os outros! Sempre assim foi, agora não vai mudar.

O século XVII, em praticamente toda a Europa central, incluindo Russia, Polónia e o famigerado Império dos Habsburgos, viveu de revoltas, sobretudo dos camponeses, sobretudo em anos de seca, quando os “chefes” por terem menos receita, mandavam aumentar os impostos.

Nesse tempo até que não era tão difícil acabar com uma revolta popular porque o povo normalmente cortava o pescoço dos coletores de impostos e... os condes ou duques aproveitavam para aumentar o seu poder junto do governo central, o rei.

Como não há mais rei, nem rei nem roque, a Babel está instalada, e a ruina do “império” da União Europeia não se apresenta tão irreal e longíquo!

Pobre Europa! O berço da civilização ocidental está e seguir os passos dos gregos e dos latinos.

E os grandes especuladores internacionais a rirem e bater na barriga de alegria com o cada vez maior enriquecimento à custa da pura especulação.

A culpa disto vem-nos dos Estados Gerais que depois se chamou Holanda. Foi lá, onde não havia rei e o governo estava na mão dos mercadores mais ricos, que se inventou uma bolsa de valores, para captar dinheiro do povo, e logo a seguir a bolsa de futuros, que, já nessa época permitiu que se fizessem e perdessem fortunas com a especulação. Sabem há quanto tempo? Mais de quatrocentos anos.

E como lutar contra essa canalha?

É difícil, mas nada é impossivel.

17-05-2010



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