25 de mai. de 2009

Alegoria em "O Globo" de 25.05.09 ao texto do prof. Rosenfeld

A preparação da turbulência


Vale a pena ler, com muita atenção o texto abaixo, escrito por Dennis Rosenfeld, professor de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A perspectiva do que está para acontecer no Brasil, sem governo nem forças armadas minimamente estruturadas e coesas, é dramática.
O mundo inteiro tem os olhos postos neste imenso “continente”, onde a capacidade de produção de alimentos é superior a qualquer outro país, as suas reservas minerais, desde petróleo a ouro, nióbio, ferro, etc. parecem inesgotáveis, e a maneira mais fácil de outros se apoderarem de tudo é o grande “sentimento de humanidade” a favor dos “pobres indígenas”, demonstrado pela vergonhosa ganância universal, sobretudo nos últimos cinquenta anos, que levou o mundo à crise que agora está a atravessar.
Bendita crise, porque é possível que abra um pouco os olhos para o “Outro”, e talvez maldita porque pode ajudar a melhor cobiçar o que ainda possui o tal Outro. E roubá-lo!

Nação Guarani

A demarcação da Raposa-Serra do Sol já aparecia como o prelúdio do que estava por vir. Apesar das ressalvas aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, que tornaram menos aleatórias e arbitrárias as demarcações e homologações de terras indígenas, o processo de relativização da propriedade privada e da soberania nacional segue agora o seu curso. Imediatamente após a decisão do Supremo, as agremiações ditas movimentos sociais, como o MST e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ala esquerdizante da Igreja Católica, deflagraram um processo de fragilização dessas ressalvas, procurando, nos fatos, mostrar que a lei a eles não se aplica. Tornaram ainda mais explícitas suas posições contra a economia de mercado, a propriedade privada, o agronegócio e o Estado de Direito. Vejamos.
O Cimi e os ditos movimentos sociais estão entrando numa nova etapa de formação da opinião pública nacional e internacional, propugnando pela formação de uma nação guarani. As publicações Porantim (Cimi) e Sem Terra (MST) já trazem matéria a esse respeito, pois essas organizações têm plena consciência de que sem o apoio da opinião pública nenhuma transformação política pode ter lugar. As mentes precisam ser conquistadas para que haja um espaço de abertura para mudanças. Eles estão cientes de que a política moderna, a das democracias representativas, está alicerçada na opinião pública. Utilizam-se, nesse sentido, da democracia para subvertê-la, arruinando as suas instituições
Para que se tenha ideia da enormidade que está sendo tramada, a dita nação guarani abarcaria partes dos seguintes Estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O foco é o Estado de Mato Grosso do Sul num primeiro momento e, logo após, Santa Catarina e Espírito Santo.Cabe ressaltar que é em Mato Grosso do Sul que essa luta se vai travar prioritariamente. Eles reconhecem que perderam nesse Estado a primeira batalha política junto à opinião pública pela disputa desses territórios indígenas. Houve forte reação de proprietários rurais, parlamentares e do próprio governador, impedindo uma primeira tentativa de amputação de cerca de um terço de seu território. Naquele então, o discurso apresentado era de que se tratava apenas de uma nova demarcação, que corrigiria uma "injustiça" histórica. Em suma, afetaria apenas alguns proprietários. Ora, já naquela ocasião o que estava em pauta era a formação de uma nação guarani, projeto que ainda não dizia explicitamente o seu nome. Agora estão preparando a segunda batalha, com a bandeira guarani orientando os seus movimentos. Novas portarias da Funai se inscrevem nesse processo em curso.A nação guarani não está, porém, restrita a esses Estados brasileiros, mas se estende a outros países: Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Segundo eles, a Bolívia já trilha esse caminho político, necessitando apenas ser apoiada no que vem fazendo, destruindo, na verdade, as frágeis instituições daquele país. O foco, aqui, seria o Paraguai, onde o processo se inicia com um presidente simpatizante da "causa" e que, via Teologia da Libertação, compartilha os mesmos pressupostos teóricos do Cimi, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do MST. Entendem-se, portanto, melhor a sustentação dessas agremiações políticas ao presidente Lugo e a política adotada de apoio às invasões das terras dos brasiguaios. A identidade brasileira não lhes interessa.Para granjear a simpatia da opinião pública internacional criaram um site global, hospedado nos EUA, assumido por uma ONG holandesa e alimentado pela regional do Cimi de Mato Grosso do Sul. Observe-se que é o próprio Cimi que elabora o conteúdo de um site internacional (
www.guarani-campaign.eu ), visando a interferir, dessa maneira, nos assuntos brasileiros, escolhendo como alvo o Estado de Mato Grosso do Sul. Aliás, o site é muito bem feito, começando por uma apresentação gráfica da América Latina sem fronteiras, sob o nome de Ameríndia. A verdadeira América Latina seria a pré-colombiana. Provavelmente pensam, no futuro, em expulsar todos os brancos e negros, europeus, africanos e asiáticos, que deram, pela miscigenação, a face deste nosso Brasil!
Como não poderia deixar de ser, o site comporta várias versões: em português, inglês e holandês, estando prevista a sua ampliação para o alemão. Para quem se preocupa com a opinião pública internacional, busca apoio político e financiamento na Europa e nos EUA, uma ferramenta desse tipo é vital. É ela que terminará alimentando as pressões exercidas sobre o Brasil e subsidiará, também, os formadores de opinião nacionais e internacionais.
Consoante com esse trabalho, foi elaborando um mapa da nação guarani, denominado Guarani Retã, que englobaria os Estados brasileiros acima listados e os países latino-americanos vizinhos. Chama a atenção o fato de a América Latina ser apresentada como um território verde, sem fronteiras nacionais, com o lema "terra sem males". Procedimento semelhante foi adotado com o mapa quilombola, elaborado pela Universidade de Brasília, que orienta hoje as ações da Fundação Palmares, do Incra e dos ditos movimentos sociais. A estratégia política é a mesma.
O Cimi, em suas publicações, reconhece ainda a aliança estratégica com o MST, que lhe ofereceu apoio logístico e organizacional em invasões e outras manifestações, como campanhas de abaixo-assinados. Exemplo recente seria Roraima, com "assessores" emessetistas "ajudando" os indígenas em plantações de arroz. Esses "brancos", aliás, podem lá entrar! Reconhecem, inclusive, que tal aliança foi operacional no Espírito Santo, na luta contra a Aracruz, pois, como se sabe, as plantações de eucaliptos e a indústria de papel e celulose são símbolos, a serem destruídos, do agronegócio. Outros já estão na mira!
Dennis Lerrer Rosenfeld
prof. de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

25-mai-09

21 de mai. de 2009

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A farra da (des)gonernação a devorar os incautos

Auto - flagelação


... a revolução deixou as coisas como as achou,
e não mudou senão os homens.
Se a antiga aristocracia histórica pesava sobre a nação,
a nova aristocracia da nação pesa dobrado.
François Guizot
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A flagelação é prática conhecida desde a mais alta antiguidade, usada não só como penitência ou mortificação “por almas perseguidas pelo demônio da ira, da vingança e da tentação da carne”, como para infligir aos condenados penas corporais, quase sempre em público para “exemplo”, sendo, como é óbvio e “tradicional” serem os escravos os mais castigados.
Ainda hoje se pratica, sobretudo pelos muçulmanos que açoitam, sempre na via pública, os condenados pela shaira, como por aqueles que se querem “purificar” das vis tentações terrenas. Também se encontram esses loucos em penitência, arrastando-se, os joelhos sangrando em cima de calçadas pedregosas.
Mas há hoje em dia ainda outro método de permanente castigo, mais moderno, sempre atualizado, de que o cidadão comum, mesmo de consciência tranqüila e dever cumprido, não consegue livrar-se: tomar conhecimento do noticiário do que se passa no país! Não se trata de lavagem de cérebros, mas de achincalhar a ética, a dignidade e consciência de cada um: ler o jornal ou ouvir o noticiário! À medida que as notícias e os comentários se sucedem sente-se, muito profundamente, uma terrível sensação de castigo permanente, de condenação aos infernos, de tristeza, de impotência perante o poderio da nomeklatura que se assenhoreou desta terra, sem que se possa vislumbrar, por pouco que seja, o fim deste anátema, o de se ter eleito, para destruir o país, a camarilha que por lá se enfarta!
Não há uma obra pública, umazinha só, que não seja superfaturada, como as sedes dos tribunais de toda a espécie e em todo o país, compras de material de escritório para repartições que chegam a custar 600% mais do que paga um cidadão em qualquer loja, deputados bêbados e sem carta de condução a circular na cidade a 200km/h, matar dois indivíduos e sair dando risada, é o ver assumir cargos de senadores e deputados indivíduos alguns com uma dúzia ou mais de processos a correr nos tribunais por corrupção, homicídios, formação de quadrilha e outras barbaridades, é o assistir à discussão de quotas para diferentes “RAÇAS” entrarem nas universidades, quando o conceito de raça está mais do que abolido em todo o mundo, é a obrigatoriedade de todos os alunos de qualquer escola se “identificarem” indicando em ficha própria a sua “cor e raça” , é o analfabeto kxk a trocar a diretoria do Banco do Brasil para, em oito, entrarem sete filiados do PT, com a indicação expressa de terem que baixar os juros, e uma semana depois eles aumentam, é o ministro da fazenda, que há dois dias dizia que o PIB deste ano deveria ficar entre 0 e 2% e ontem afirma que deve chegar a 4%, são as contas públicas que nos mostram que o gabinete do presidente, perdão, do dono do Brasil gasta quase 50% mais do que o dos EUA, e 1.500% mais do que custa ao Reino Unido manter a família real, é a notícia de que a tal presidência vai comprar, além do Airbus novinho que lá tem, mais dois aviões para... para quê mesmo?, é o resultado da “independência” da reserva da Raposa do Sul, com a finalidade (!?) de preservar a cultura indígena, e para ser exclusivo uso destes, que querem agora produzir, associados aos terroristas do MST, em escala de agro negócio o mesmo arroz que produziam os “brancos” que de lá foram corridos, é a confirmação oficial do apoio a este grupo terrorista, cujos membros, centenas de milhares, vão começar a receber subsídio do “Bolsa Família” porque se descobriu que o governo, à sorrelfa, repassava milhões para essa gente através de ONGs escusas, e assim dirá estar a auxiliar os “mais desfavorecidos”, é também a criação duma CPI para investigar a super poderosa Petrobrás, que o governo já avisou que vai torpedear, tendo o cefalópode manifestado a sua indignação dizendo que esta CPI era uma traição ao país (não dá sequer para acreditar), mesmo tendo vindo a lume, pela Receita Federal, que a dita Petrobrás tinha encapado mais de 4 bilhões de impostos, é enfim uma torrente de disparates, de crimes contra a nação, de ladroagem, de corrupção, de sem vergonhice, que faz desaparecer a res publica nos bolsos deles, enquanto flagela a consciência daqueles com um mínimo de raciocínio, e que procuram lutar para elevar a dignidade deste país, parecendo loucos quixotes contra esses infames moinhos de vento negro.

20-mai-09


Manobra de diversão


A melhor comédia
é aquela que nós mesmos representamos.
Molière


Diversão: tradicional tática de guerra, fingindo que se ataca de um lado para se atacar de outro. Durante o desembarque na Normandia os Aliados lançaram centenas ou milhares de bonecos de pára-quedas para iludir e afastar das praias as tropas alemãs. Truque velho, mas que resulta normalmente muito bem.
Sem querer ser mais papista do que o papa, a sensação que agora se está a viver é que o (des)governo montou uma imensa operação de diversão para que os babacas, nós, acabemos por cair como patos na conversa dos big lideres – são bem mais do que um ! O “cara” mandou “cerrar fileiras” na candidata única, impondo a sua candidatura às próximas presidenciais, e continuando a negociar com a imoral pseudo oposição o apoio desta, em troca da cedência de rendosas empresas públicas por onde se pode, com total impunidade, enriquecer rapidamente.
O PT aperta o cerrar fileiras em torno da plastificada candidata, ninguém mais discute possíveis alternativas, e o país continua com mais de 60 milhões de beneficiários do Bolsa Família, promovendo a vagabundagem e ganhando-se 30% dos eleitores do país! Cerca de 60 milhões recebem hoje essa “bolsinha”, centenas de milhares tão necessitados que alguns são políticos, outros têm carros importados, etc.
Com este marketing deixou de se falar no terceiro mandato do chamado “o cara”, que mais não é do que o “porta voz” das pardas eminências bolcheviques, os verdadeiros mandantes, donos, deste país, grupo ao qual pertence a madama candidata, que se descobriu agora, estar com um câncer linfático.
Apóiam-se e pretendem seguir o exemplo entretanto exibido pelos muy amigos vizinhos, quase todos com as brilhantes palhaçocracias instaladas em suas propriedades, que já conseguiram alterar as respectivas constituições de molde a poderem perpetuar-se nas presidências: Chavez, Morales, Correa, Uribe e Noriega, que seguiram as pisadas estupidamente deixadas num golpe sujo e baixo do ex-FHC, Fernando Henrique, quando se quis reeleger.
Não será de admirar que, despistados possíveis concorrentes candidatos, a caminho das eleições, e “atendendo às terríveis circunstâncias e à imperiosa necessidade de manter o Brasil no seu caminho de estabilidade e desenvolvimento (???!!!)...” num passe de mágica, o corrupto e podre congresso aprove um terceiro mandato para “o cara”, não dando tempo a surgir, com força, qualquer oposição.
Os “donos” do poder mandam e desmandam e fazem o que bem lhes der na gana, melhor ainda quando se lhes dá a grana, porque o congresso nada mais é do que um baixo comércio entre o executivo e os desvairados por mais dinheiro, tornando a “oposição” dócil como bichinho de pelúcia.
Acena-se, por exemplo, com os Correios ou com a Eletrobrás, que compram o que querem ao preço que quiserem sem que tenham que prestar contas, e o “opositor” está no papo!
Não se admirem portanto se, daqui a pouco, semelhante manobra “a la bolivariana” seja imposta ao povo, do qual 30% a mamar à custa do tal Bolsa “vagabundagem” irá continuar, de certeza, a votar neste status quo para se manter na inação a dormir à sombra... de qualquer coisa, não só lá na caatinga, mas por todo o país! Já não falta muito para aumentar ainda mais esta sem vergonhice, mas... é para casos como estes que existe “democracia” e “congresso”!
Viva a vagabundagem!
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
18-mai-09

14 de mai. de 2009

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Imagens captadas na Internet

O “cara” e o “bochechas”


Está cada vez mais difícil escrever algum comentário à vida política deste tão belo e grande país. Diariamente os jornais, tvs, e demais órgãos de informação põem em evidência o podre do regime em que vegetamos, sem educação de base minimamente aceitável nas escolas públicas, sem obras de infra-estruturas que levem ao desenvolvimento e com, pelo menos, 50.000 homicídios por anos. Isto sem contar a esculhambação de governantes e congressistas, alguns, pelo menos sinceros, que afirmam em alto e bom som que se estão lixando para a opinião pública, um dos quais tem uma esposa amantíssima que é prefeita lá no Rio Grande do Sul numa cidadezinha mixuruca e compra, com dinheiros públicos, para seu uso um carro de luxo, outro com a carteira de condução apreendida, corre a 190 km/hora nas ruas da cidade e mata dois inocentes, e como é duputedo, perdão, deputado, tem “foro especial” e não vai preso, o (des)governo continua a dar apoio a terrorista nacionais e internacionais, e etc.
E vai daí a Unesco decidiu dar ao “cara” o prêmioHouphouet-Boigny pela Paz” constituído para "homenagear pessoas ou instituições que tenham contribuído para a promoção, a pesquisa e a manutenção da paz!”
Já foram homenageados, entre outros, Nelson Mandela, uma das grandes figuras do nosso tempo, admirado e querido em todo o mundo. Mas entregar este prêmio ao “cara” do Brasil é uma monstruosidade da Unesco!
Em defesa do “dito” salta o senhor “bochechas”, membro do júri, que nos tempos em que era do contra, em Portugal, estava exilado em França, coitadinho, e recebia de alguns banqueiros um ligeiro subsídio de sobrevivência igual ao dobro do salário de um diretor de banco! Argumenta assim Mário Soares: “decidimos conceder o prémio a Lula por suas ações em busca da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social e da igualdade de direitos..."
Tamanha é a enxurrada de inverdades neste “louvor” que enoja! O Brasil é, sem dúvida, o país com o futuro que agora se aproxima, bem mais tranqüilo do que os outros emergentes como a Índia ou a China. Em nada o “cara” para isso contribuiu. NADA! Mas há que lisonjear o país, atribuindo-lhe prêmios que são uma afronta à ética e à dignidade.
Permite o “homenageado” as maiores desigualdades entre os poderosos e os rouba-galinhas, alimenta com milhões de dólares os grupos bolcheviques terroristas, permite que seus filhos de varredores de zoológicos se tornem bilionários de dia para a noite, com o apoio de adversários” políticos, grandes contribuintes para a sua campanha de reeleição, sem pronunciar uma palavra de desacordo, vê (ou não vê?) à sua volta os mais diretos colaboradores roubarem impunemente, assiste ao desmonte das forças armadas e ao descalabro do crescendo do tráfico de drogas e à desmoralização das polícias, distribui dinheiro a monte para garantir o voto dos mais ignorantes, e vem o “seu bochechas” fazer a apologia do “cara” e do prêmio!
Realmente “o mundo anda às avessas”! Tudo é uma permanente mentira, um jogo de interesses escusos e mesquinhos e um lançar de poeira nos olhos dos poucos que ainda os conseguem abrir. Até que lhos arranquem.
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
15-mai-09

11 de mai. de 2009

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Um "nada" do infinito!

Valha-nos Deus !

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Tanto se conjeturou sobre o aparecimento da idéia de Deus, para continuarmos, ainda hoje, sem encontrar para isso explicação. Quando foi? Como?
Os judeus acham, ou crêem, ou simplesmente aceitam, que in illo tempore, o próprio Deus se manifestou aos homens, dizendo-lhes que Ele era tudo, o Eterno, sem principio nem fim, o Criador dos céus e da terra.
Os homens não tinham porque duvidar, e sobretudo muito a temer, inscreveram essa passagem na Bíblia, tornando-a lei, quase, universal. Os cristãos a seguiram, bem como os muçulmanos, e outros povos sem bíblias, mais ou menos descobriram por seus próprios meios que acima de nós, simples, e rápidos mortais, haveria algo que dominava todo o Cosmos.
"Não existe povo tão selvagem nem tão bárbaro que, embora ignore o que deve pensar de Deus, não saiba que deve crer na sua existência; e a idéia de Deus é para o homem como que uma recordação e um reconhecimento da sua origem. A beleza da criação, a ordem majestosa dos corpos celestes, obrigam-nos não somente a confessar a existência de um Ser supremo, mas a reconhecê-lo e a adorá-lo. Deus, tal como o concebemos, apenas pode conceber-se como um espírito puro, independente e livre de todo o elemento material. Um espírito que percebe todas as coisas, que a tudo imprime movimento, encerrando em si próprio o princípio do movimento eterno." – Palavras de Cícero.

Uns temem-n’O, outros adoram-n’O, outros estudam-n’O, outros ainda querem duvidar e procuram uma alternativa para Deus sem jamais a encontrar. Mas todos, todos, em algum momento da vida lançaram os olhos para cima, lá bem para o alto, e crentes ou quase descrentes, pediram a esse Deus mais ou menos desconhecido, para lhes dar uma mãozinha. Sobretudo nas alturas de desconforto, de desespero, da perca da esperança de uma solução terrena.
Uma vela acesa, às claras ou às escondidas, dentro ou fora do coração, para alimentar e mostrar uma fé que não se pode mensurar, e que fica à espera que essa mão, a Divina Providência, o venha ajudar.
Fazem-se sacrifícios de toda a ordem, desde a imolação de pessoas e animais, a auto flagelação, orações infindas, promessas (promessas...) de “generosas” dádivas à igreja ou a pobres, mas tudo isso sempre em momentos de grande desesperança.
Alguns optam pelo sacrifício da própria vida, quando muitas vezes esgotadas a esperança e a fé o desânimo os domina, outros procuram o refúgio de um mosteiro, já que o tempo dos eremitas está ultrapassado, os mais covardes aproveitam para despejar em cima dos fracos o ódio à sua própria incapacidade humana.
Difícil é encontrar nos templos, quaisquer que eles sejam, a alegria contagiante, a alegria de viver, o ânimo para continuar a lutar por si mesmo e pelos seus irmãos, porque aqui haveria a paz interior, sem necessidade de fugir deste mundo complicado, feroz, implacável.
Esquece-se o homem que é ele próprio o Templo máximo! A paz não se encontra nos grandiosos templos dos cristãos, muçulmanos ou budistas, nem junto ao Muro das Lamentações. A paz está, em algum lugar dentro de cada um de nós, mais ou menos escondida, mais ou menos dominada por interesses materiais, pelo desvario, egoísmo, etc., e quando estes interesses começam causar problemas, quando aparecem catástrofes naturais ou produzidas pelos homens, dívidas difíceis de saldar, ou desaparece um ente querido, nesses momentos, de forma muitas vezes exagerada, é que se pede ajuda: “Valha-nos Deus!” A maioria das vezes no entanto... “Deus não nos acode”, e o homem reclama, duvida da Sua existência, blasfema!
Como disse Camilo Castelo Branco: “Deus não se deixa entender justamente para não sofrer confronto com estes miseráveis que nós somos!”
A felicidade de encontrar Deus é um exercício que só cada um pode fazer e com a maior simplicidade, assim, humilde. Há sempre o reverso do negativo. Nesse reverso encontra-se a parcela de paz e felicidade, por mínima que seja. É essa que deve ser explorada e desenvolvida. É nesse cantinho, escondido, que Deus, o incompreensível, está à espera que lhe demos as mãos. A paz de cada um está no quanto formos capazes de apreciar e agradecer o que temos e não em chorar pelo que não temos.
Se tens um grão de pimenta, planta-o. Ele germinará, crescerá e transformar-se-á numa árvore frondosa e dar-te-á sombra e paz. Essa sementinha está dentro de cada um.
do Brasi, por Francisco G. de Amorim
11-mai-09