18 de mai. de 2011


Custo Zero !



Alguém tem idéia do custo de um barril de petróleo? Uma chapa de mármore de Carrara? Uma tonelada de trigo, ou soja, ou milho? Uma dúzia de sardinhas, ou uma lagosta, ou um pargo? Um diamante?
Zero. Zero!
A única coisa que há a fazer é ir “lá”, trazer o petróleo para cima, cortar a chapa na pedreira, colher o trigo, ou a soja, pescar o peixe, procurar e encontrar o diamante, etc. Tudo existe à nossa disposição! Conclui-se, facilmente, que tudo quanto se encontra na natureza tem custo ZERO. O mal é começar-se a quantificar essas dádivas, não pelo custo REAL da sua produção, mas, sobretudo, acrescentando-lhe o infame fator de especulação, que se pode basear, por exemplo, em raridade, mas que é SEMPRE produto da ganância, da estratégia geopolítica (outra forma sofisticada de ganância), etc.
A continuar assim, esta ganância vai, não muito a longo termo, acabar com a espécie humana! Para a Terra não há qualquer problema, porque a natureza, poderosa, se regenera sozinha, e voltará a ser a maravilha que nós, com dificuldade, conseguimos imaginar o que seria no tempo do vovô Adão!
O homem já é descartável, e talvez aconselhável. É bem possível que esta aventura da humanidade na Terra tenha sido só uma experiência de Deus; mais tarde Ele voltará a soprar noutra figura de barro, já sem os defeitos dos atuais vorazes.
Porquê os flamengos se querem separar dos valons, na Bélgica? E a Catalunha, ou o País Basco, da Espanha? E o Sudão do Sul do Norte? E a Groenlândia da Dinamarca?
Tudo por causa da grana! Ninguém quer estar a pagar impostos para proteger uma área mais pobre do território! Ou pior, cada um quer ver se se apropria, ao máximo, dos recursos do “seu” (deles?) país.
A Groelândia, enquanto foi somente reduto de esquimós, focas e ursos, ninguém lhe dava importância. Agora que se sabe que é rica em montes de recursos minerais, os daneses... que se danem!

 
Há pouco tempo escrevi à senhora dona presidentA perguntando-lhe porque alguns medicamentos, genéricos, chegam a custar, no Brasil, 5,4 vezes mais do que, por exemplo, em Portugal.
Sexa mandou para o ministério da saúde, este entregou à “ANVISA” – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – que me mandou ver no seu site da Internet a resposta ao problema que eu expus. Eis a conclusão (brilhante!):

“Parecer Final: Prezados,

Diante dos abusos de poder de mercado das indústrias farmacêuticas, bem documentadas pela CPI de medicamentos do final da década de 1990, foi sugerida naquela época o controle de preços de medicamentos em um novo formato. Não como o anterior, que se baseava em planilha de custos, o que permitia o aumento de preços devido ao uso de uma substância mais cara, por exemplo. Após a extinção do órgão que controlava preços, que ocorreu no início da década de 1990, foi observado um alto índice de reajuste de preços, sem controle nenhum do Estado. Após as denúncias de falsificação de medicamentos e dos abusos de indústrias farmacêuticas sobre os preços, foi instaurada a CPI de medicamentos. Essa concluiu seu relatório com uma série de recomendações, dentre elas o estabelecimento de um marco regulatório que contornasse tal situação,e a criação da Câmara de Medicamentos - CAMED - (atual Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, CMED).
Criada em dezembro de 2000, a CAMED, posteriormente substituída pela CMED, estabeleceu uma série de regras para ajuste de preços e reajustes anuais. Considerando a tarefa de estabelecer regras de regulação do mercado, foram feitos levantamentos e estudos a fim de definir o modelo mais adequado à realidade brasileira. Fato é que desde janeiro de 2001 as regras de regulação do mercado foram aprimoradas, dentre elas, a de ajustes de preços de entrada no mercado.
Entretanto, o mercado farmacêutico é muito mais dinâmico que o processo de alteração da legislação, o que influencia o preço do medicamento e as possíveis disparidades entre os países. Em outras, palavras, o medicamento Zocor, referência do medicamento Sinvastatina já era comercializado antes da regulação de preços e apenas informou o valor praticado à época. A partir de 2001, o reajuste de preços do Zocor seguiu os critérios da CMED a partir do valor informado.
O preço do medicamento genérico sinvastatina foi calculado a partir do preço do medicamento de referência (Zocor) e atendeu os critérios estabelecidos pela Lei de que o máximo valor que pode praticar é de 65% do valor do medicamento de referência.

Atenciosamente

NÚCLEO DE ASSESSORAMENTO ECONÔMICO EM REGULAÇÃO

MR”
 
Moral da história: em primeiro lugar fiquei muito emocionado quando me tratam de “prezados”! Adorei, só que devia estar no singular. Mas a conclusão é demasiado óbvia: é assim, porque... é assim mesmo, e não venha novamente com reclamações!
Isto tudo encanta, e mesmo que se vá reclamar ao Cristo lá no Corcovado, Ele levanta os braços, abre as mãos, ar sereno, mas magoado, como a dizer-nos: “Tenho muita pena mas o assunto não é comigo!” E de fato, não é!
Mas o jornal de hoje trás uma fantástica informação sobre uma pesquisa feita pelo Procon – Proteção ao Consumidor – exatamente sobre os preços dos medicamentos genéricos, onde encontrou variações de até 986% ! Novecentos e oitenta e seis por cento! Não acreditam?
Aqui vai a notícia:



Pois! Como dizia a Josefina que gostava muito de dizer coisas! (Saudade do grande Raul Solnado).

17 de maio de 2011