24 de fev. de 2010

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O Centro do Mundo - 2 -
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Apesar do Humanismo e do Iluminismo, e até da Loucura, terem procurado colocar o Homem como o Centro do Mundo, alguma coisa saiu errada.
Buda disse que “a vitória gera ódio, pois o vencido é infeliz” e “nunca no mundo ódio acaba através de ódio. Ódio acaba através do amor”.
Isto faz lembrar as loucuras de Hitler, as vinganças de Stalin, a estupidez de Bush, e outros “simpáticos” odientos.
Mais tarde Kung-Fu-tsé indicou algumas normas de vida, como “o que não queres que te façam, não faças a nenhum outro”. Jesus de Nazaré transformou esta norma em ação: “Faz aos outros o que gostarias que te fizessem”.
Chegamos ao “Bill of Rights” da Virgínia, base da tão aplaudida Constituição Americana: “Todos os homens são, por natureza, igualmente livres e independentes” e termina com esta sentença maravilhosa: “Cada um tem a obrigação de praticar o perdão, o amor e a caridade, um para com o outro”. Mas mantiveram a escravatura, a segregação, o ódio racial, a agressão gratuita, até hoje. E onde ficou a “Liberté, Fraternité, Egalité?”
Insistindo no valor do Homem vem a seguir a Declaração dos Direitos do Homem e repete que “os homens nascem livres e de direitos iguais e assim se conservarão”, que a Declaração Geral, da ONU volta a repetir. Mas onde está essa igualdade tão proclamada e teoricamente (só teoricamente) defendida desde a Magna Carta?
Que evolução teve o homem, para primeiro, ter necessidade de afirmar e reafirmar que todos são iguais, que nascem iguais, etc., e depois assistir todos os dias, desde sempre à grande maioria olhar para o outro simplesmente como um degrau para subir? Pisar na cabeça do outro, esmagar o outro, espoliar o outro, tirar-lhe tudo quanto for possível, para “meu” enriquecimento individual!
Promover guerras para vender armas, estrangular o mais fraco para lhe extorquir os últimos centavos, será este o Homem que todos os pensadores e legisladores tinham em mente?
De 24 a 26 do corrente haverá em Genève o 4° Congresso Mundial sobre a Abolição da Pena de Morte! Que hipocrisia leva estes pseudo congressistas a discutir um tema quando os mais fortes fazem o que querem, matam, dizimam sem qualquer julgamento, sem possivelmente consciência de culpa, além de criminosos, os opositores e milhares de civis e jovens militares que são obrigados a cumprir o seu dever “pela pátria”!
Vai adiantar alguma coisa condenar a China ou o Irão porque ainda têm pena de morte? E os Estados dos EUA que continuam com ela, de forma absolutamente aviltante que é condenar um indivíduo e depois fazê-lo esperar, por vezes mais de dez anos para ser executado?
Estes e outros congressos nada mais são do que um altíssimo negócio, e é aqui, também, que o Centro do Mundo aparece em toda a sua plenitude e verdade: o dinheiro. Congresso é negócio.
O dinheiro, a ganância, a ferocidade nas operações de bolsa e comerciais, a violência da China em querer dominar o mundo – e pouco falta – têm em mente o valor do Homem? Não. Tem unicamente como objetivo o brutal enriquecimento de alguns, a manutenção do poder de outros, a palavra de vida e de morte sobre mais outros, como essa Pena de Morte ou a declaração de guerras.
Não. O Centro do Mundo, por muito que façam declarações universais ou parciais, que se façam congressos, se insista com a ONU, o Centro do Mundo não é o Homem. É a ganância, o dinheiro, o poder.
A única igreja que, finalmente, parece dirigir-se para os pobres é a de Roma, mas está a custar-lhe adaptar-se aos tempos atuais, e vai perdendo vocações, fiéis e seguidores.

Em certa altura da minha resolvi arranjar uma propriedade agrícola, na montanha, onde pus umas dezenas de ovelhas. Tinha uma cadela, guarda, maravilhosa, que me seguia por todo o lado e se atirava a tudo que percebesse que eu não gostava.
Um dia o rebanho de cabras invadiu uma pequena plantação de feijão, que despontava cheio de esperança, e comeu aquilo quase tudo. Quando eu as vi a devorar o “meu” feijão zanguei-me, gritei para correr com as ovelhas e a cadela, “Uanga”, foi-lhes em cima e mordeu a perna de uma delas. Chamei-a logo, porque afinal ela era a guarda do rebanho, e fui ver a perna da ovelha mordida. Não tinha nada, nem sequer arranhou. Mas a ovelha começou a definhar e ao fim de uma semana, aparentemente sem nada, morria.
Aquilo fez-me muita confusão, e ouvi de velhos agricultores que as ovelhas eram, psicologicamente, muito sensíveis; quando agredidas ou mal tratadas morriam “de tristeza”! Sempre fiquei com isso na cabeça, até que um dia se fez luz; e está nos Evangelhos!
As ovelhas são os animais mais dóceis que existem. Os mais humildes.
Jesus expulsou os vendilhões, os comerciantes, e os fariseus, os pseudo-sábios. Disse-nos para olharmos os lírios dos campos e os passarinhos, que o Pai os vestia. Mandou que apascentássemos as “suas ovelhas”, o povo simples. Ele mesmo se intitulou o “Cordeiro de Deus”, o último, o mais humilde, e por isso mesmo o Primeiro.
Meditando nisto chega-se ao Gênesis quando Deus ao criar o mundo proibiu o Adão de comer o fruto da árvore da sabedoria, porque sabia que esta poderia envenenar a felicidade, e por desobediência, ganancioso, foi expulso do Paraíso.
Afinal o que tudo isto nos quer dizer: “Sede simples”. Bem aventurados os simples... os que não almejam a impor-se aos outros, os que vivem em comunhão com a natureza, os que respeitam e amam o Outro, qualquer que ele seja, que defendem os fracos e para quem o dinheiro, infelizmente um bem hoje indispensável, não ultrapasse o suficiente para se viver.
Se isto assim pudesse ser, voltaríamos com o Homem para o Centro do Mundo.
Assim como está, não.

23.fev.10

12 de fev. de 2010

O Centro do Mundo



Tempos houve quando para os “ocidentais” outras terras e povos eram desconhecidos, o seu mundo, pequenino, centrava-se à volta dum pequeno mar, que por essa razão era conhecido como “Medium Terram”, o Mediterrâneo.
Foi à volta deste mar que se desenvolveu o conhecimento ocidental, vindo do Egito e da Mesopotâmia, depois da Grécia, tendo a seguir se alastrado pelas orlas deste mar.
Os homens viviam com a crença que todos os males e eventuais bens que lhes chegavam eram dádivas de Deus, dum Deus qualquer, e todos os governantes não só lhe rendiam homenagens e templos, como não permitiam que alguém duvidasse das suas características divinas.
Esse “governo da divindade” um dia estabeleceu-se em Roma, e mesmo com a destruição do Império Romano os religiosos cristãos conseguiram segurar um pouco do conhecimento antigo, infelizmente não permitindo a sua divulgação e, pior ainda, da discussão dos princípios de que tudo seria ou não obra de Deus. Um dia surgiu um gênio que decidiu pôr em causa a sacralidade de muitos “fenômenos”, estudou e pintou o homem nos seus mais ínfimos detalhes, dissecou cadáveres de crianças e adultos, gordos e magros, para procurar entender como funcionava o corpo humano que ele tanto admirava.
Os detalhes a que desceu foram de tal forma minuciosos que ainda hoje a anatomia lhe deve desenhos e descobertas maravilhosas, e há até quem lhe chame gay pela beleza e detalhes das suas pinturas. Leonardo da Vinci.
Até Freud e sua psicose de que tudo estava subjugado ao sexo, interpretou um sonho de Leonardo com um abutre, afirmando que Leonardo da Vinci havia sido um homossexual latente!
Tu quoque, Freud?
Contemporâneo deste gênio, outra figura ímpar que se apercebe que os homens não recebem o mando das mãos de Deus, e que só alguns conseguem impor-se e governar. “O Príncipe” que serviu e serve de bíblia para todos os governantes do mundo, até hoje. Ensina-lhes como governar pela força, a tirania, desprezando a justiça e humanidade. Afirma que um homem bom se por acaso chega ao poder, e se aí se quer manter, vira um homem mau, enquanto um mau, mesmo que alcance o mando, jamais será um homem bom. Ensina ainda que a grande arte de governar é fazer o menos possível e representar o máximo perante o público, com ostentação, porque o povo não quer no topo um homem modesto, humilde e fraco.
Ainda hoje, por todo o mundo vimos que é o Império de Maquiavel que manda e sobretudo desmanda, raros, se algum há, a lutar pelo bem estar da sociedade. As forças do mal são muito mais fortes que as do bem...
Parecem de Maquiavel as seguintes palavras mas foram proferidas meio século antes por Aeneas Silvio Poccolomini, mais tarde Pio II (1458-64), “um ‘príncipe’ que não sabe ler as lições da história, é uma presa irremediável da lisonja e da integridade”!
Em contraponto ao despotismo, ao “príncipe do mal” aparece um sonhador, um “babaca” como eu, com a errada idéia de que “o amor ao próximo” é que resolve os problemas do mundo, e que essa maravilha se viveria “em lugar nenhum do mundo”: em Utopia! Quinze séculos antes já Alguém nos havia prometido o Reino dos Céus, desde que amássemos o próximo como a nós mesmos. Este foi logo cruxificado e o utópico Thomas More, do mesmo modo, e por benevolente “consideração do rei” foi simplesmente decapitado!
Aparece “A Loucura”; ela nos diz tudo aquilo que normalmente já deveríamos saber e na maioria das vezes “disfarçamos”!
Que os príncipes parecem infelizes mesmo com toda a exibição de esplendor, por nunca ouvirem a verdade, como os que subornam a lisonja de um orador para ouvir louvores, puras mentiras. Como diz o provérbio “Se ninguém te louva, louva-te a ti próprio”!
As pessoas ouvem com prazer maior o que não entendem, pois a sua vaidade está nisso interessada. E continua a Loucura a mostrar-nos que a ignorância e a irreflexão fazem esquecer as misérias e dão a esperança de alcançar a felicidade. A estes a vida deixa de lhes ser aborrecida, como aos velhos que atingiram idades avançadas e perderam todos os traços humanos, balbuciando, dizendo disparates, calvos, desdentados, sujos, curvados, tudo fazendo para rejuvenescer, pintando o cabelo, usando peruca ou dentaduras postiças, por vezes de dentes de porcos. Outras vezes apaixonando-se por menininhas e por elas fazendo maiores loucuras que um jovem, sabendo que essas garotas serão as mulheres de outros.
Ou ver as velhas que repetem que “A vida é bela”. Mulheres quentes que farejam o bode, que se pintam incessantemente, estão sempre em frente do espelho, depilam as partes secretas, estendem as mamas flácidas, e solicitam com gritinhos o desejo dos seus amantes e por algumas moedas seduzem jovens.
Que aqueles que as acham ridículas pensem se não valerá mais deixar correr a vida nessa loucura do que procurar lenha para a forca!
É verdade que não lhes importa a desonra que a sua conduta lhes traz aos olhos dos outros; não a sentem ou não lhes dão atenção. A vergonha, o opróbio, a infâmia, o insulto, só são males quando se sentem.
E assim a Loucura, a deusa, coloca o homem acima da ciência e do jugo do mundo. O homem, e a mulher, são o Centro do Mundo.
Com esta idéia um homem, nascido humilde, mas gênio indomável, fogoso, insurge-se contra a vergonha da vida do papado, vida de ostentação e despesa nessa altura com Leão X que decide mandar vender pela Europa indulgências para angariar dinheiro para a Basílica de São Pedro! Lutero nega-se a cumprir as instruções de Roma e faz nascer o grande movimento da Reforma da Igreja, de que tão necessitada estava.
E se já em causa estava a tal sacralidade dos reis e chefes, e do próprio papado pela vida dissoluta em que vivia e se exibia, os pensadores viraram-se para o intrínseco valor do homem e para as ciências.
Calvino teólogo e revoltado, trocou a ordem que parecia natural. Impôs a sua opinião em estilo maquiavélico e medieval, e valorizou o dinheiro face ao homem. Nascia o capitalismo.
Adam Smith vem novamente dar valor ao homem e sobretudo ao seu trabalho, através do qual se deviam quantificar os valores das mercadorias. A mão de obra era abundante, e o capital mandava. Foi preciso aparecer um escocês também de humilde origem para dar valor ao ser humano, procurando resolver os seus problemas através de associações, de cooperativas, quase um tipo do “amai-vos uns aos outros”, ou quando muito respeitai-vos e amparai-vos, e ninguém quis seguir o exemplo de Robert Owen!
Mas falava cada vez mais alto o capital, a exploração, as manobras financeiras, a mentira, e ninguém parece amar-se mais.
A Loucura do Amor não tem lugar num mundo atômico em que se gasta mais em equipamentos de matar do que em alimentos.
De repente olha para o Haiti porque parece mal ficar de fora, mas logo será abandonará à sua incapacidade e miséria.
Foi no “Medium Terram” que tudo para nós, ocidentais, começou. Só em Utopia poderia ter sido melhor. Com homens, não. Os homens não têm solução. É com se este mundo fosse o inferno de outro planeta! Aldous Huxley disse-o claramente.
Acabei de ver um filme comovente: “Hachiko - a Dog’s Story” estrelado por um cão Akita e Richard Gere. Que maravilha a amizade do cão, que me faz terminar este apontamento com um dito de Shopenhauer:

“Quanto mais conheço os homens mais gosto dos cães”!



05.fev.10

1 de fev. de 2010

O Chico e a Ferramenta - 1 e 2


Vejam só que notícia sensacional que acabou de aparecer na Internet, em

Quarta, 5 de fevereiro de 2003, 17h47

Polícia Federal localiza prefeito de Ipatinga

A Polícia Federal localizou, em Belo Horizonte, o prefeito de Ipatinga (MG), Chico Ferramenta (PT). A família do prefeito não recebia notícias de Ferramenta desde a hora do almoço de segunda-feira, quando ele foi visto pela última vez em um restaurante na capital. Não mais detalhes sobre o estado em que se encontra o político.
O desaparecimento do prefeito provocou uma reação imediata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que orientou a Polícia Federal investigar o caso. Foi criada uma força-tarefa composta pela Polícia Civil, Polícia Federal e por representantes do Ministério Público.
Chico Ferramenta já foi deputado estadual e federal por Minas Gerais. É casado com Cecília Ferramenta (PT), empossada recentemente na Assembléia Legislativa do Estado, e está em seu terceiro mandato na prefeitura, o segundo consecutivo
Está-se mesmo a ver que a Polícia não contou a história toda. Nem alguma.
O Chico Ferramenta, depois de um bom almoço – prefeito não come mal, mesmo sendo do PT e estando a lutar contra a fome, dos outros – sumiu.
Dona Ferramenta, a outra, também deputada do PT, que isto de ser só um dá pouco rendimento à família, tanto mais quando é preciso fazer como o presidente Lula manda – comer três vezes ao dia, e isto em restaurante da capital... sai caro – quando se viu privada da sua ferramenta passada em cartório, alertou o chefe.
Chefe, que é chefe, mandou logo uma força tarefa, qual o W.Bush vai mandar para o Iraque, incluindo a Polícia Federal, o FBI cá do pedaço, investigar.
Dois dias depois o Chico Ferramenta é encontrado pela polícia que se fecha em copas!
Aí, o público leitor de notícias, que por acaso faz parte dum todo que se chama povo, quando é pobre ou de esquerda, ou população quando não é nem uma coisa nem outra, muito pelo contrário, começa a desconfiar que o Chico foi usar a sua ferramenta noutros consertos.
O que ele estava a consertar ou concertar quando foi descoberto, ou encontrado, ou achado, ou ... pela Força Tarefa, isso vai ele ter que explicar à outra. A dona Ferramenta.
E, ou o Chico tem um bom álibi, com parecer em papel timbrado pela Força Tarefa, e se explica muito bem, ou vai ter que guardar a ferramenta dele até enferrujar.
É.
Nós pagamos o almoço e a Força Tarefa. O Presidente preocupa-se. E o Chico fica só dois dias na capital das Gerais, todos pensamos que cheio de saúde, com a graça do Senhor, mas também temos o direito de pensar – haja liberdade de pensamento – que o tal Chico estaria usando a sua ferramenta para fins pouco dignos ou menos políticos.
Por enquanto só pensamos. Porque... será que a polícia vai divulgar o que ele estava fazendo quando foi encontrado?
O que vocês acham?
Boa noite.
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O Chico e a Ferramenta - 2

Ora aqui vai o desenlace do Chico:
Quinta, 6 de fevereiro de 2003, 14h43

Prefeito mineiro que sumiu pede licença do cargo

Depois de submeter a família e o Partido dos Trabalhadores a um vexame, o prefeito de Ipatinga, Chico Ferramenta (PT), enviou um comunicado à Câmara Municipal da cidade, nesta tarde, pedindo licença do cargo por tempo indeterminado. Em nota divulgada, ele pede desculpa à mulher, a deputada estadual Cecília Ferramenta, recém-empossada.
"Agradeço, particularmente, ao povo de Ipatinga pela solidariedade e suas orações e, de maneira muito especial, à minha esposa, deputada Cecília Ferramenta, por sua atitude exemplar e apoio insubstituível, diante da qual me desculpo publicamente", diz a nota.
O prefeito de Ipatinga, quarta cidade mais de rica de Minas Gerais, estava desaparecido desde a última segunda-feira, Ele foi encontrado ontem em um hotel do centro de Belo Horizonte, em companhia de uma mulher. Ela seria uma garota de programa identificada como "Zildinha".
Chico foi denunciado por um telefonema anônimo feito à polícia. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a pedir à Polícia Federal atenção especial para o caso. O secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, se deslocou de Brasília para a capital mineira para acompanhar o caso.
Ontem bem que nos parecia que a ferramenta do Chico estaria pendurada fora do lugar! Em vez de arrumadinha no local certo, estava com a Zildinha.
Quer dizer, em vez de estar a trabalhar no PT estava no GP. Garota de programa.
Isto é comovente. Já consta que a Globo vai fazer uma novela “O Chico e a Zildinha”. Por ora só têm o final previsto: o Chico chora, pede desculpa à ferramenteira chefe – que não pode dispensar uma boquinha com salário de deputado, e por isso ele tão humildemente pediu para “descansar” alguns dias (êna Zildinha braba!) – paga à Zildinha generosamente – não se sabe com que dinheiros, os ipatinguistas terminam a reza e vão fazer-lhe uma festa de recepção, com cartazes:
 
Viva o cabra macho – Chico Ferramenta

ou então

Chico – a ferramenta para qualquer porca

outros ainda

Ferramenta boa é a do Chico

etc.
Mineiro não se deixa abater por uma porcaria destas.
Ainda por cima o cara é deputado e estava de licença para prefeitar a cidade. Agora entra de licença da cidade para descansar uns dias depois da esfrega da Zildinha, e.... logo, logo volta à activa.
Quem ganhou mesmo foi a Zildinha. Recebeu o dela. Ficou famosa e consta que já tem a sua agenda de compromissos cheia até... que se esgotem as ferramentas.
E nós... afinal quem somos nós para emitir opinião?
O cara voltará um um dia a ser re-eleito, como o Collor, o Maluf, o.... , o.... , o....
Pshiuuuu. Aqui para nós que ninguém nos ouve: estão os homens todos com inveja do Chico, que é macho p´ra caramba, ganha bem, e ainda pede uns dias para descansar. E as mulheres? As mulheres? Perguntem em casa.
Afinal qual deus é o brasileiro? Alá que permite que os homens tenham quantas mulheres possam sustentar ou o Outro, humilde, que simplesmente disse para se respeitarem uns aos outros e por isso pregaram-n’O num madeiro?

Fev. 2003
01.fev.2003