29 de dez. de 2008

Ainda sem qualquer acordo... no Séc. XV
Nova esperança para 2009 !
O acordo ortográfico

Começa, com o despertar do Ano Novo, a “nova” ortografia luso-internacional! Desaparece o famigerado “ .. ” , o tal trema que fez tremer muitos dos pobres estudantes submetidos ao rigor dos (a maioria inaptos) professores de português, somem uns quantos chapeuzinhos chineses, aquele circunflexo simpático ^ que é capaz de fazer mais falta aos rizicultores chineses do que ao nosso entendimento escrito, e mais umas tantas regras que eu não faço tenções de utilizar, porque já vi suficientes acordos durante a vida e ainda hoje faço muito êrro (ou erro?). Lembro que quando era jovem tinha uma tia chamada Christina que a certa altura virou Cristina, ficou tudo igual e ela sentiu-se alegremente rejuvenescida. Entretanto já a farmácia perdera o “Ph” há uns tantos anos!
Mas nada disso me incomoda.
O que realmente o acordo devia prever é a perversão dos costumes da língua, falada e escrita nos filmes legendados, onde a baixaria do linguajar, nem no meu tempo de garoto era usada entre os que se consideravam “mucho machos”!
Jamais a gente simples, com sua linguagem rústica, mesmo que fosse “a la Gil Vicente” pronunciava termos tão porcos e vis quanto os que aparecem, TODOS OS DIAS, e a qualquer hora do dia, nos programas de televisão. No rádio não se ouve nojeira semelhante.
E não sai só da boca de jovens ou marginais de gangues, não. Atores com papeis de elegantes executivos e mulheres duma suposta alta sociedade usam essa terminologia rasca com a mesma desfaçatez com que poderiam dizer “está um dia lindo” ou “você é muito simpático”!
Parece não haver filme, até em desenho animado, em que o “transar” não seja mencionado e, pior ainda, exibido, com porcos detalhes anatômicos. A palavra foi buscar a sua origem a transação, do italiano transazione que, parecendo prever a degradação dos costumes, já indica que transação pode ter um significado degradante, como quando alguém !
E se fosse só isto, quase se poderia dizer que se transmitiam mensagens de boa e sã moral! O restante e baixo linguajar, nem eu, que me considero (mesmo com muita gente de opinião contrária, o que acho salutar) bastante libertário e até anarquista, não me atrevo a mencionar. Teria que ir abaixo do mais baixo da minha consciência!
Estas permanentes invasões da privacidade não são obra do acaso ou de mentecaptos funcionários das emissoras de tv. Isto faz parte de uma mentalização global lenta, mas profunda e eficaz, da destruição da moral, da família e assim, da sociedade.
Quem está atrás de tudo? É difícil levantar o dedo e apontar. Mas sabemos quem está no meio e no lado de cá! Em nome da liberdade de expressão permite-se tudo! É a democracia no seu pior. A falta de mando e de caráter de quem teria obrigação de não permitir que tais degradações fossem expostas, com o maior à vontade, a qualquer hora do dia sobretudo naquelas em que as crianças têm acesso à tv.
Não parece que fosse um atentado contra a “democracia” proibir tal linguajar, e tais filmes, antes da meia noite. E não se faz porque? Covardia e corrupção.
Meu Deus! Voltamos sempre ao mesmo.
Desculpem o desabafo de final de ano, e esperemos, sem grande esperança, que o tempo vindouro abra a cabeça aos (des)governantes. A sua consciência.
Sem não se conseguir abrir por dentro, que se abram por fora... à paulada.
Apesar de tudo, muita Paz em 2009 !
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
29 dez. 08

23 de dez. de 2008

De bordão na mão, Deus... *
Não há mais dúvida!

Deus é mesmo brasileiro!
Com um (des)governo que tem primado pelo total absentismo e populismo, distribuindo dinheiro e não criando empregos em desenvolvimento mas só na área burocrática, o que em vez de desenvolver o país, o atrasa, o Brasil continua a crescer, e após a catástrofe da ganância financeira mundial, surge como o país das maravilhas!
As perspectivas das quase imensuráveis reservas de petróleo a seis quilômetros de profundidade e a 250 quilômetros da costa, cujo custo de extração, por enquanto o torna proibitivo, aliado à tecnologia e produção de combustível vegetal, renovável, o etanol, considerando a imensa área ainda por ocupar com exploração agrícola e mais ainda imensa e tão cobiçada e atacada e abandonada Amazônia, fazem do Brasil, neste momento de quase desespero nos países de primeiro mundo, a terra da promissão!
Aqui, onde “maná cai do Céu”, assim como balas perdidas, os direitos humanos são estropiados com leis racistas, e “todos os seres humanos são DESIGUAIS perante a lei”, que descaradamente protege a banditagem política, e inclusive lhes permite assumirem posições de destaques mesmo indiciados em crimes de toda a ordem, o país vai atravessar esta crise mundial com um mínimo de sofrimento e muita despesa para dos cofres públicos para eleger a “minina” do grande líder.
E Deus, paciente, complacente e sapiente, parece estar a dizer-nos que não tenhamos pressa: “os crocodilos são perfeitos porque andam na terra há centenas de milhões de anos, e vocês, queridos filhos, ainda nem sequer aprenderam a trabalhar DESINTERESSADAMENTE pelo povo! Um dia chegarás ao Conselho de Segurança da ONU já que é isso que mais desejais! (vai ser muito em breve o que não serve rigorosamente para nada, mas dará muito orgulho ao “grande líder”.) Entretanto vê se consegues diminuir ainda mais o número de assassinatos que só no Rio de Janeiro, e nos primeiros nove meses de 2008, ultrapassou 4.180 vítimas! E aproveita para não mentir nas contas públicas e apresentar os resultados do PIB com honestidade e não de acordo com valores “ordenados” pelo (des)governo.
Deus gosta de ser brasileiro. Sobretudo depois que o Brasil ganhou, com todo a merecimento e alegria, a Copa de 58!
Agora Ele sabe (aliás sempre soube, desde...) que o país pode ter um papel fundamental na ajuda à diminuição da fome no mundo. Mas também sabe que não é distribuindo dinheiro que o povo cresce em graça, sabedoria e barriga cheia, mas somente em preguiça, apanágio de quem está na máquina governamental, que aAssim não tem que pensar em desenvolvimento, educação, pesquisa, saúde, infra estrutura, etc. Isso cansa muito. Dar esmola, sobretudo com o dinheiro dos outros, é muito mais fácil.
Apesar de tudo Deus é brasileiro. Vê-se na alma do povo simples. Pena não conseguir entrar na alma dos (ir)responsáveis!

* - do livro "Os Pecados do Diabo e as Virtudes de Deus" de Inácio Rebelo de Andrade - Novo Imbondeiro 2008

23 dez. 08
do Brasil, por Francisco G. de Amorim

17 de dez. de 2008

Que Feliz Natal ?

NATAL

É sobretudo nesta época que procuramos não esquecer um único dos nossos amigos e de lhes mandar votos de felicidade. Que sempre desejamos, a cada momento e sempre.
É uma quadra que para alguns custa a passar. Cada vez menos amigos a quem enviar tais votos, mas que continuam a perdurar em nossas mentes e nossos corações, é a família muitas vezes dispersa, e é também ocasião para mais profundamente sentirmos a miséria daqueles a quem a vida não consegue sorrir. Ou por razões políticas, povos abandonados e perseguidos, ou por calamidades naturais, ou... por quaisquer que sejam as razões que os obriguem a viver na maior miséria.
Este ano, em nossa casa, vão estar ausentes três filhos e quatro netos. Um, filho, que nos deixou há muitos anos e certamente nos acompanha lá de Cima, sem que nós o possamos ver, abraçar e deixar de amar. Os outros a geografia nos separou, mas com quem temos ainda o privilégio de falar pelo telefone, melhor ainda pela Internet que transporta também as nossas caras e os sorrisos deles.
Mas o Natal não é uma quadra de alegria. É sim uma “festa” porque procura reunir a família, se não fisicamente, pelo menos em nossos corações, quando se perdoam eventuais desavenças e desentendimentos, até aos que nos “atrapalham” no trânsito.
Não posso deixar de pensar nos milhares e milhares de miseráveis que os governos espúrios pela indignidade transformaram, e continuam a transformar, em bandidos que agora desesperada e perigosamente procuram sobreviver sem qualquer lei.
Também não posso deixar de me indignar ao ver juizes, desembargadores, presidentes de tribunais e toda a casta de políticos e governantes constantemente se corromperem sempre em desfavor de quem paga menos, e pensar que a “festa” de Natal desses energúmenos só pode ser uma ofensa ao Deus Menino e a todos os que procuram amar o próximo.
Vivemos uma época de ganância desenfreada, do roubo descarado, dos golpes biliardários dos “espertos”, de ver fortunas que se pagam a quem sabe dar uns chutes numa bola, ou exibir-se como palhaços nos palcos, aplaudidos por milhares, gente que procura nesses entretenimentos fugir à realidade que a rodeia.
E, lá na pobre manjedoura, como há 2.000 anos, continuam milhões a sofrer.
Mesmo que do fundo do coração a todos eu queira desejar um Feliz Natal, sinto que nestas palavras há algo de hipocrisia. Feliz Natal no Congo, no Zimbábue, no Iraque e em tantos outros lugares, mesmo aqui à minha volta, a poucos minutos da minha porta, sem que, de fato, eu possa fazer algo para os alegrar?
Vou pensar num abraço universal, e continuar a meditar sobre os problemas que, quer eu queira ou não parece jamais terem solução!
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
18 dez. 08

14 de dez. de 2008



Avozinhos hispânicos

Diz a história, em termos demasiado simples, que os primeiros habitantes da Península Ibérica seriam os celtas e os iberos. Mentira. Quando estes apareceram, há muito, muito, ali vivia outra gente a que talvez se possa chamar de indígena! Basta ver as grutas de Altamira, no norte de Espanha, com as pinturas mais realistas do paleolítico, pintadas há quase 20.000 anos!
Antes dos iberos terão chegado os celtas, que se estabeleceram no norte e centro da península, foram liquidando ou absorvendo outros povos, como os cónios que viviam na região centro-sul do que hoje é Portugal, e mais tarde derrotaram e depois absorveram os turdetanos, um dos grupos étnicos iberos.
Tem-se uma idéia de que os celtas terão vindo pelo norte da Europa, talvez a maioria se fixado no norte das Ilhas Britânicas, e os iberos... há muita opinião: de Cartago, da Fenícia, da Berbéria, do Iemen do Sul, da Sicília e da Grécia, e porque não, da antiga Ibéria, um importante reino localizado a sudeste da Geórgia?
Quem deu o nome Ibéria a toda a península foram os gregos. Porquê Ibéria? Apesar de não se encontrarem evidências arqueológicas que liguem os dois povos dos extremos leste e oeste da Europa, mas sabendo-se que os cónios e os tartessos ou turdetanos tinham, pelo mesmo no século VIII a.C. uma escrita, até hoje não interpretável, mas de origem indo-europeia, da região do Cáucaso, tudo leva a pensar ser uma hipótese bem forte que os “nossos” iberos terão ido da Ibéria georgiana. Porque não?
Continua envolto em mistério a origem do povo basco, mas também a lógica nos indica que terá chegado depois dos celtas que não lhes terão permitido que se expandissem para além do espaço que hoje ocupam, muito misturados.
Mantiveram a língua, enquanto a de muitos outros, entre eles a dos cónios e dos iberos se perdeu, mas ao fim e ao cabo a Península Ibérica foi um imenso caldeirão de povos de origens muito diversas. Dezenas de povos, com seus usos e costumes, e suas línguas, muito antes da chegada dos romanos, depois dos godos e mais tarde dos chamados árabes, só por si outra caldeirada, contribuíram para a formação daquilo que é hoje, mesmo com tantas contradições e alguns desentendimentos, o povo português e o espanhol.
Difícil é entender a fobia dos bascos (e eu tive uma bisavó basca!) com a sua brutalidade à procura de uma independência, quando a tendência atual é a união! São ricos? Ótimo. Mas já houve épocas em que outros mais ricos dividiram com eles.
Todos aqueles que têm um antepassado português ou espanhol, se não sabia, fica agora com mais uma idéia de quantos povos ou tribos foram necessários para chegar até ele!
Esta mistura toda lhe permitiu também muita boa adaptação a novos lugares espalhados por todos os cantos do mundo, e a muita luta pela sobrevivência e capacidade de resistir, e prosseguir, mesmo em circunstâncias adversas.
Só para falar nos portugueses, meia dúzia deles fizeram mais, nos séculos XV e XVI, para a globalização, do que hoje faz a Internet!
E continua a encontrar-se nomes de famílias portugueses, alguns um tanto deturpados, não só no Brasil e em África, mas na Índia, Indonésia e em tantos outros cantos do Oriente. Quem os tem, conserva-os com orgulho.
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
14 dez. 08

1 de dez. de 2008

Atenção: daqui ao "pré sal" 6 kms em linha reta!


O “pré-sal” !

Desastre no sistema financeiro mundial? E daí? Nada vai mudar!
A Petrobrás que tem comandado a oscilação da Bolsa de ações no Brasil, e por vezes até lá fora, empresa estatal, mas toda entregue à camarilha do PT, tem feito a Bolsa subir e descer como uma gangorra, ninguém até agora tendo compreendido bem o porquê de tais manobras... sujas!
Política, é evidente.
Há pouco tempo anunciou que havia descoberto milhões, bilhões, trilhões de barris de petróleo numa camada chamada de “pré sal”, a mais de 6.000 metros de profundidade, e as ações subiram que foi uma beleza, o super presidente deste (des)governo embandeirou em arco, aproveitou para mais uma vez anunciar a camarada candidata à sua sucessão, e o povo, o povo... aplaudiu, riu, dançou, e chegou a pensar que não tardava todo o mundo estava igual aos sauditas. Cogitou até a entrada do Brasil no grupo da OPEP. Enfim, uma festa.
De imediato os “ilustríssimos” deputados e governadores de Estados começaram logo a fazer projetos para gastar a dinheirama que, certamente, iria fluir, aos bilhões, daquele tal “pré sal”, que a funcionar precisaria de investimentos na faixa, inicial, de, pelo menos meio bilhão de dólares! E começando de imediato a trabalhar nisso, só daqui a uns seis ou sete anos é que se veria a cara desse pitróil!
Poucos dias se passaram e a Petrobrás anunciava uma “pequena” retificação: afinal as reservas pré salinas não seriam tantas como anunciado! Baixa a Bolsa, fogem investidores, mas o povo disso não tomou conhecimento, porque o (des)governo ficou mudo e quedo que nem penedo!
Entretanto o petróleo baixa dos 140 USD para os 50/60, e a festa da Petrobrás começa a perder o “brilho” inicial. Primeiro porque o mercado mundial está mesmo em recessão, e depois porque, bem feitas as contas, o custo da exploração do tal manancial infindável está calculado em mais de 80 USD por barril, o que significa que aquela imensa fortuna, que transformaria o Brasil no maior reservatório do mundo... continuará a jazer lá nas profundezas do oceano!
Paciência. Mas as ações da Petrobrás continuaram a cair!
Agora então passou-se um caso inédito na história das sempre poderosas companhias petrolíferas, exploradoras, refinadoras, distribuidoras, monopolistas: um furo de caixa! A poderosa Petrobrás teve que recorrer a um banco – do Estado, como é de supor – e contrair um empréstimo de R$ 2.000.000.000,00 – isso mesmo de dois bilhões de Reais, algo em torno de oitocentos e cinquenta milhões de USD !
Se Hamlet soubesse disto diria: “Algo vai mal no reino da Petrobrás!”. Até porque com o orçamento de que ela dispõe aquilo é um verdadeiro reino.
Mal governado? Desgovernado? Abandalhado?
O que dirá sexa o (des)governo mais a sua protegida ex terrorista?
Nada. O povo aplaude na mesma “ao ver a banda passar!”
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
1 dez. 08
Bandeira invertida significa pedido de socorro, urgente!

Carta aberta ao

Presidente do Brasil

Sr. Presidente

Como o Senhor explica que quaisquer empréstimos feitos pela União aos Municípios e Estados do nosso país tenham que ser aprovados pelo Congresso Nacional e os “financiamentos” a países estrangeiros sejam feitos por simples vontade do Governo?
O seu Governo, Presidente, já perdoou dívidas de Angola, Guiné e outros, sem que o Congresso representante do povo fosse ouvido.
Agora os vizinhos, Equador, Venezuela, Bolívia e Paraguai se preparam para nos dar um imenso calote, avaliado em R$ 5.000.000,00 – cinco bilhões de Reais – que lhes foram emprestados em negócios que aparentam, com exceção do Paraguai, não serem muito “limpos”.
Todo este dinheiro que está em jogo, é dinheiro do povo brasileiro. Não é dinheiro seu, Presidente. Como o Senhor pretende dar explicações do calote que, por sua exclusiva responsabilidade, estamos prestes a tomar?
O malbaratar, para não usar outra expressão, dos dinheiros públicos, além do trivial assistir indiferente aos permanentes e milionários desvios de fundos públicos por políticos e seus diretos colaboradores, é caso de polícia.
Não se constrói uma estrada nova, não se fazem obras de infra estrutura, não se melhora a instrução pública, quase se ignora a pesquisa científica, em sete anos de governo só se investiram 8% da verba destinada à prevenção de desastres – e acabamos de perder mais de 100 – cem – vidas humanas só em Santa Catarina – e permite-se que se ponham nas mãos de governos populistas cinco milhões de reais que poderiam transformar para muito melhor um país de semi analfabetos e desempregados?
Não se pode colocar na cadeia o Presidente da República, mas por sua total irresponsabilidade, pode impugnar-se o seu mandato através dum “impeachment”.
É isso que a sociedade brasileira, consciente e defraudada, deverá fazer.
Já.

Francisco G. de Amorim

Rio de Janeiro, 01 dez. 08

28 de nov. de 2008



DECOLORES

Nos tempos cada vez mais incertos e inseguros em que vivemos, quando a tecnologia nos traz simultaneamente benefícios e desgraças, o homem, e a mulher, em vez de procurarem ir ao encontro de Deus, seja qual for o nome que lhe dêem, e a forma como O concebem, visam sobretudo o seu mundo externo, a sua aparência, a ganância, o poder.
As maiores potências do mundo, as maiores fabricantes de armamento, gastam fortunas em lutas contra terrorismo, a quem fornecem as armas que depois matam indiscriminadamente, sobretudo inocentes civis de ambos os lados, e não só.
Vive-se um mundo em que a mentira se sobrepõe à singeleza e à verdade, em que se ignora o que está na posição mais baixa, em que se estimula o consumo e o crédito fácil para continuarmos a assistir ao sufoco financeiro da maioria.
É bom lembrar alguns terríveis governantes que só deixaram má memória a quem falta coragem para lhes reconhecer o mérito que também tiveram. Um deles, o tão mal tratado, post mortem, Salazar e tão reabilitado por uma consulta popular feita há pouco tempo, dizia que quanto mais dinheiro se puser na mão do povo, mais sufocado ele vai ficar, porque vai querer comprar tudo, endividar-se e viver desgraçadamente.
Parece profecia. E é. Hoje a maioria da população vive de crédito. E não tem como pagar. Depois os bancos transferem esses créditos podres para a mão dos governos que lhes acodem com milhões que vai sair do bolso de quem? Dos mesmos. Dos trabalhadores, da classe média, sobretudo. E gira a roda do infortúnio.
Grande sorriso na cara, os funcionários das empresas prestamistas são como terroristas: sabem que estão a promover a desgraça de quem cai na sua cantiga.
Já não se sabe mais quem é amigo ou inimigo. Dificilmente se encontra um governo que mereça a aprovação do povo. Surgiu agora uma esperança com Barak Obama, e o mundo torce para que ele faça milagres. Mas um milagre ele não fará: reduzir ou até acabar com a produção de armas! Nem ele nem ninguém. Pelo contrário; os países fabricantes continuam a destinar verbas astronômicas para o desenvolvimento de artefatos com maior poder destrutivo. Destrutivo de vidas humanas e de todo o meio ambiente.
No norte da Espanha, no tempo das lutas contra os sarracenos, as populações das zonas de conflito nunca sabiam quando e quem viria perturbar o seu sossego. E os peregrinos que, de quase toda a Europa se dirigiam ao túmulo do apóstolo Tiago, em Santiago de Compostela, enfrentavam muitas vezes, se não a fúria, a desconfiança dessas populações.
Criaram então uma palavra de “passe” que lhes permitia serem reconhecidos, e acolhidos, ao longo de todo o imenso percurso, por vezes de milhares de quilômetros, que faziam, cheios de fé e paz interior. Iam rezar junto ao Santo. Não consta que lhe fossem pedir armas ou mais guerras, ou fome ou peste. Procuravam paz. Paz interior e para o mundo. Alma alegre, aberta, viçosa, colorida. A palavra estabelecida para serem reconhecidos foi “DECOLORES”.
Cerca de mil anos mais tarde essa mesma palavra foi adotada por um Movimento que levava os homens a melhor conhecerem e seguirem a Cristo. O Movimento dos Cursilhos de Cristandade. Com que alegria cristã eles se cumprimentavam com o “Decolores”.
O mundo está cada vez mais preto e branco; está cinza.
O que é que cada um de nós pode, e deve, fazer para o tornar, todo, “Decolores”?
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
29-nov-08


O povo simples é sábio.


Sabedoria milenar

Há talvez uns 3.000 anos, Lao Tsé no famoso livro Tao Te, a certa altura nos aconselha:

Acabai com o estudo, e não haverá mais preocupações.
Se é difícil dirigir o povo, é porque sabe demais.
Por isso, aquele que o dirige pelo saber, é o ladrão do seu país,
e aquele que o dirige pela ignorância, a felicidade do povo.

Tantos são os exemplos que a história nos apresenta que se torna até monótono repetir passagens que mostram a sabedoria do grande Lao.
Parece que ele nos quis dizer que a ignorância pressupõe uma vida simples, profundo contato e respeito pela natureza, e que a sabedoria acaba por colocar os homens em confronto, ou em total desrespeito e desprezo para com o próximo.
Estamos a assistir a um monstruoso desastre económico de dimensões planetárias e isso, sem dúvida, que se deve aos “espertos” que durante anos procuraram tirar vantagem dos mais incautos.

Quanto mais meios para ganhar, tanto mais confusão nos Estados e suas famílias.
Quanto mais inventivos e espertos os homens mais coisas astutas aparecem.
Quanto mais leis e decretos, tanto mais bandidos e ladrões.

Vemos também a profusão de horrendos atos de terrorismo, dizimando indiscriminadamente civis, políticos e militares, alguns com pretensa desculpa de serem contra os governos estabelecidos (bem ou mal) outros por puro ódio, e sobretudo pelo alastrar de “filosofias” fundamentalistas/extremistas, que se considerava deveriam estar extintas no século XXI, e parece que cada vez estão mais ativas. Outros ainda com a argumentação de não tendo fontes de rendimento se permitem assaltar, extorquir, matar.
Mais adiante diz-nos ainda:

O povo sofre quando é explorado pelos chefes

e, não se lembrou Lao Tse, de ter deixado escrito que a felicidade do povo não está certamente em viver na ignorância e ver os governantes, familiares e apaniguados, a encherem os bolsos roubando o que lhe pertence, a ele, povo simples.
Não previu ainda o grande mestre chinês, de nos transmitir que o governante não pode ficar quieto quando um vizinho, primário, ainda mais primário, se possível, lhe dá uma chapada nas ventas, lhe rouba os negócios que com sacrifício do seu país investiu na vizinhança, e sobretudo quando o mesmo vizinho o esbofeteia também na outra face!
Pior ainda: quando um outro vizinho repete a brincadeira, também em duplicado, ao ver a covardia do dirigente do maior país da América do Sul.
Vergonha é o que sentem os brasileiros que pensam. Parece que são poucos. Os outros, a ignorância generalizada, continua a achar que ser (des)governado por um ignorante é que traz felicidade!
E assim vai o mundo.



28-nov-08


do Brasil, por Francisco G. de Amorim

21 de nov. de 2008

Quanto mais conheço os homens... mais aprecio os cães !



A negritude e a estupidez

Depois da brilhante lei que “determina” como se deve preparar uma caipirinha, segundo parâmetros rigorosamente “oficiais”, os nossos queridos deputedos, perdão, deputados, e ministros, continuam a brincar de legisladores, tal como fazem as criançinhas pequenas, quando brincam de Peter Pan, cowboys, polícias e ladrões, etc.
Agora foi a vez de um vicentinho, deputedo, perdão, deputado do “pt” (parido, desculpem, partido dos tarados) propor à assembléia uma nova lei, já aprovada: a do “hino à negritude”, OBRIGATÓRIO, a ser entoado cada vez que se fizer qualquer manifestação que se destine a elevar a (não) raça negra!
Com isto o país vai “progredindo”, rumo a um perigoso apartheid e ao incentivo a confrontos entre peles de coloração diferenciada.
Se a estupidez fosse música, nem Beethoven, Mozart, Tom Jobim, ou qualquer dos grandes mestres, se poderiam comparar à miséria intelectual que reina nesta república das bananas.
Está em estudo outra lei que prevê a obrigatoriedade de guardar 20% dos cargos públicos para peles mais escuras. Há muitos casos de irmãos, de pai e mãe, em que uns nascem muito mais escuros do que outros. Como fazer? Já um dia sugeri a suas insolências a solução: submeter todo o mundo a um controle de refratômetro e estabelecer um valor, acima ou abaixo do qual um indivíduo se encaixa ou não nas situações de privilégio!
Só não se entende é porque ainda não pintaram sexa presidente com graxa preta, para ficar igual ao Al Johnson!
Neste momento, um grupo destes grandes legisladores, sugeriu que se mandasse um grupo dos mais escuros funcionários representar o Brasil na tomada de posse de Barak Obama! Logo do Obama que jamais se referiu ao problema racial, visto que lá todos são norte americanos, e nem nisso quer falar!
Dizem que Deus é brasileiro. Era. Com tanta estupidez e ódio enrustido nas mentes desta canalha que se alcandorou a posições de governação, Deus... mandou-se!
Talvez tenha ido para os EUA ajudar o Obama a convencer este pessoal que não há raças humanas, mas peles diferentes, e que o problema não está na pele, mas na educação e cultura, dois temas tão mal destratados neste continente brasiliense onde as verbas orçadas para esse fim, em vez de terem vindo a aumentar em relação ao PIB, têm sido reduzidas.
Intellectus absurdus est vitando! (O raciocínio por absurdo deve ser evitado!)
Amém.






do Brasil, por Francisco G. de Amorim
20-nov-08

14 de nov. de 2008


Npungo-A-Ndongo / Quedas do Duque / Baixa de Cassange

A Baixa de Cassange, no centro norte de Angola, faz parte de uma zona planáltica com altitude média de 700 metros, onde correm três rios, o Lui, o Cambo e o Cuango, estes dois últimos formando como que os limites dessa região. Para leste, sul e poente o planalto se eleva já para quotas acima dos 1.000 metros. Tem mais de 150 quilômetros de largura ultrapassando os 200 no sentido sul norte, onde confronta com o Zaire. De grande beleza natural, ali se podiam caçar inúmeras espécies de animais, sobretudo antílopes. A 500 quilômetros de Luanda, para ali só se ia quando se dispunha de pelo menos quatro a cinco dias. Caçada de fim de semana a essa distância, para os luandenses, não dava!
Não era difícil encontrar a caça, e junto às margens dos rios proliferavam jacarés, grandes, gordos, não podendo dizer mal da vida!
A caminho dessa região, há dois fenômenos naturais que pela sua beleza e exotismo não podem ser ignorados. Do lado sul da estrada Luanda-Malange, as Pedras Negras, Npungo-A-Ndongo.
No meio de uma extensa área planáltica, a dezenas de quilômetros de distancia começam a recortar-se no horizonte uns imensos blocos de pedra, que não fosse a distância, podiam confundir-se com uma grande manada de elefantes! À medida que nos vamos aproximando, essas rochas crescem de forma desmesurada, até que chegados à sua base se tem então noção do seu tamanho. Algumas passam os duzentos e cinqüenta metros acima do chão! São escuras, como os elefantes. Negras.
A sensação, de longe, é que a manada de elefantes está unida, e então, já mais de perto a imaginação leva-nos a pensar em algum gigante, imenso, que carregou, ninguém sabe de onde, essa pedras monstruosas, como almas penadas, para as deixar ali esquecidas, entregues a si próprias, amontoadas!
E a nossa sensação de pequenez cresce, perante a grandiosidade daquele espetáculo. Em alguns desses imensos blocos graníticos estão marcadas pegadas que parecem de gente e de cães. Ninguém sabe o que é, de quem, de quando. Chamam a algumas pegadas, que pelo enorme tamanho só poderia ter sido deixada por algum patagon, o pé da Rainha Jinga! Contam-se lendas. Tudo ali é mistério, mas um mistério que encanta, pela sua imensidão e beleza. Não sei se há, e onde, algo parecido, mas as Pedras Negras são inesquecíveis.
Para norte da mesma estrada, andados uns cinqüenta quilômetros estão as quedas de água do rio Lucala. Chamaram-se Quedas do Duque de Bragança, em homenagem ao único príncipe português que visitou o ultramar no começo do século XX. Hoje são as Quedas do Calandula.
Descrever quedas d’água não é tarefa muito difícil. Todas são um magnífico espetáculo que a natureza oferece, mais ainda em África, sem poluição, as águas correndo limpas o ano inteiro, a exuberância das matas envolventes, muito verdes e densas, a tranqüilidade da área circundante.
Estas quedas foram durante muito tempo o mais bonito e difundido cartão de visita turístico de Angola.
De qualquer ângulo por onde se olhem proporcionam sempre um espetáculo lindíssimo. De cima tem-se uma visão imponente do conjunto, e ainda do rio, o Lucala, que segue depois sempre aos tropeços em pequenos rápidos até que de repente some terra adentro, para só aparecer alguns quilômetros adiante. Rio de considerável volume de águas, afluente do Quanza, corre parte do seu percurso em galerias subterrâneas, o que é um outro espetáculo incrível.
Na ida ou vinda para os lados de Malange, um desvio para mais uma vez ir apreciar as quedas, era como que um imperativo. Esse desvio obrigava a perder duas a três horas, mas ninguém dava por perdido esse tempo, face à beleza do quadro, sempre de maior imponência durante a época das chuvas, quando o volume de águas aumenta consideravelmente.
Mas continuemos a caminho da Baixa de Cassange. Em Malange há que fazer outro desvio, desta vez para observar mais uma beleza, natural, como muitas outras por esse mundo fora, em vias de rápida extinção.
Um pouco a sul de Malange está o Parque Nacional da Cangandala, reserva da Palanca Preta Gigante (Hippotragus niger variani), um antílope imponente, lindo, com uma armação que chegava a atingir mais de 1,80 m de comprimento! Pelagem negra luzidia, ar majestoso, orelha pequena como um cavalo de raça, com uma altura medida na espádua de cerca de metro e meio. É uma tristeza ver desaparecer da face da terra mais uma das maravilhas que o homem não tem sabido conservar, mas sabe destruir.
A guerra em Angola dizimou a quase totalidade dos poucos exemplares que, sendo únicos em toda a África, ali viviam. Se não está já extinta está condenada a isso, seguindo o caminho das que viveram bem lá no sul, na província do Cabo, na África do Sul, onde foi abatido o ultimo espécime daquela região, por volta de 1800!
As visitas a este Parque sempre foram muito dificultadas pelas autoridades portuguesas de então, que sabiam que a preservação desta variedade única de palancas, dependia de um rigoroso controle. E mesmo em visitas sempre acompanhadas por fiscais, podia de lá sair-se com a frustração de não as ter encontrado. Sempre foram poucos os exemplares, e a área reservada, grande.
Réquiem por essa maravilha que a natureza criou e que talvez a esta hora os homens já tenham liquidado! *
Mas vamos continuar a caminho do nosso objetivo, a Baixa de Cassange, para procurar alguma caça, e sobretudo passar uns dias de muito contato com a natureza, fora de cidades, telefones, problemas, etc.
Perto do local previamente escolhido para caçar, há uma povoação, Xá Muteba, já naquele tempo muito pequena, situada quase no centro da Baixa. Ali havia numa praça (não sei se ainda existe **) um pequeno monumento a um herói bandido português. Uma versão portuguesa de Arsène Lupin, que ficou conhecido pelo Zé do Telhado!
Homem simples, grande e forte, durante as guerras liberais em Portugal vendeu o pouco que tinha para se alistar na guerra que ele pensava que era justa. Perdeu a fação por ele defendida, e os amigos políticos que o engajaram nessa luta, depois de encaixados na nova situação política, abandonaram-no. O trivial na politicagem! Continuando a querer defender os mais fracos, por quem tinha iniciado a sua luta, começou a assaltar casas ricas, distribuindo o produto dos assaltos pelos mais necessitados! Acabou por ser apanhado, preso, julgado, sem que alguém o defendesse, e deportado para Angola. Em Portugal deixou a família e alguns filhos. Em Angola criou outra. Aqui trabalhou com as populações nativas onde angariou fama de homem bom e puro, que era. Depois da sua morte fizeram erguer esse pequeno monumento à sua memória, onde todos os anos a população local lhe ia prestar homenagem!***

* Este texto, de “Contos Peregrinos a Preto e Branco” foi escrito em 1996/7. Parece que hoje, 2008, esta reserva está em recuperação e já por lá anda uma razoável quantidade de animais. Que bom.
** Existe !
*** Ainda hoje esse costume, bonito, se mantém!

13 de nov. de 2008

Desde sempre, mesmo os navios de alto mar, sofriam constantes ataques de piratas e corsários.
Acima, na "velha" Luanda.

A Somália e a pirataria

Navegar nas costas da Somália, desde sempre, tem sido pior do que aventura. Um risco pesado, na maioria das vezes com resultados mortais.
Conta-nos a tradição da história da Etiópia que, no século IV, dois monges sírios, Edésio e Frumenato, conhecido como São Frumêncio, e considerado o fundador da igreja cristã etíope, quando voltavam da Índia, o seu navio foi atacado, saqueado, e os dois eruditos monges vendidos como escravos ao rei de Axum. Isto há cerca de 1.800 anos, e certamente não terá sido o primeiro caso semelhante.
Também sabemos que muitos portugueses que ajudaram o “Preste João” na sua luta contra o conquistador muçulmano, foram aprisionados e esquartejados nas costas da Somália enquanto aguardavam transporte de regresso à Índia e a Portugal.
A “indústria” do resgate foi sempre um negócio, perigoso, mas altamente rendoso. Toda a história nos conta o quanto os povos tiveram que pagar para resgatar seqüestrados ou aprisionados importantes, como Ricardo Coração de Leão, feito prisioneiro pelo duque Leopoldo da Áustria, que o entregou ao imperador Henrique VI, da Alemanha. Só após o pagamento de muito valioso resgate é que conseguiu ser libertado.
Nos nossos dias assistimos com tristíssima freqüência a seqüestros e pedidos de resgate, nas situações mais diversas: nas cidades, e o Brasil já foi mestre nisso, no Iraque e Afeganistão, com os pseudo terroristas políticos, em muito lugares de África, como agora nos Camarões e no Congo, e constantemente na costa da Somália e também do Quênia..
Tudo isto leva a concluir que os ataques terroristas e os subsequentes pedidos de resgate são tão antigos, ou mais, do que a própria história dos homens.
Por muito que queiramos “amar o próximo”, situações como estas são abomináveis, e contra elas a defesa é extremamente difícil. E o estímulo para a sua continuação é a fraca resposta e sobretudo a impunidade dos terroristas.
Parece que o mundo ainda não teve tempo de se debruçar convenientemente sobre o assunto, ou então acha mais barato pagar os resgates do que tentar combater o crime antes que ele aconteça.
O mundo está cada vez mais louco, ou então somos nós que cada dia que passa mais nos espantamos com o maior conhecimento da miséria que sempre imperou, e parece que vai continuar.
Onde acontece a pirataria? Nos países que mal conseguem sobreviver, esmagados pelo peso da chamada cultura capitalista-consumista e, nada tendo a perder, um ataque a navios, a voluntários das organizações de paz da ONU, a médicos Sem Fronteiras, etc., é sempre a hipótese duma boa “loteria”.
Quem nada tem a perder... não perde nada.

do Brasil, por Francisco G. de Amorim
12-nov-08

6 de nov. de 2008

Quanto maior mistura de flores mais bonito o conjunto

A evolução da Terra

Os cientistas resolveram dividir a evolução da Terra em eras geológicas e biológicas, para se ter uma idéia, mesmo que vaga, dos períodos que marcaram as mudanças da vida no nosso planeta. No pré-cambriano terão aparecido as algas verdes e os indivíduos de corpo mole, de que ainda sobrevivem largos milhões ocupando geralmente cargos públicos, parasitariamente, sugando aquilo e aqueles que podem; vem depois o paleozóico com os primeiros seres vivos terrestres e as primeiras florestas que estão a desaparecer, o mezozóico com o jurássico e os dinossauros, o cretáceo com o aparecimento dos mamíferos (de que sobrevivem muitos milhões, os cretinos, também em cargos de (ir)responsabilidade), até chegarmos ao cenozóico e neste ao holoceno, com o domínio do homem, e a conseqüente degradação física e moral do planeta.
Já nesta nossa época podemos apontar outras que marcaram profundamente a evolução: a revolução francesa, a bolchevique, a 2ª Grande Guerra Mundial, o consumo de drogas, o terrorismo com o 9 de Setembro, e agora, finalmente, uma nova esperança apareceu e fez vibrar o mundo inteiro: Barak Obama!
O entusiasmo mundial foi algo nunca visto. Pela primeira vez uma democracia por inteiro! A euforia tomou conta dos povos, na América, Europa, Ásia, Oceania e, como é evidente, em África. Parece a chegada dum novo messias, que trouxe a esperança, a fé na mudança, no diálogo, não de surdos, talvez não entre sociedades, mas entre humanidades.
O mundo que está a perder a fé em Deus, naquele Deus Bom e de Amor, para só acreditar nos deuses do dinheiro, dos guerreiros e dos vingativos, como terá sido, segundo a Bíblia, há milhares de anos, talvez veja nesta nova era a possibilidade de voltar a dialogar com o Outro, talvez lute para não deixar destruir todos os anos os cerca de 25% da produção mundial de alimentos o que os países criminosamente praticam para impedir que os preços baixem, e encontrem um modo de fazer chegar esse alento de vida onde ela está a ser destruída.
Talvez, talvez, talvez... tudo é possível quando se quer.
A trajetória da campanha de Obama foi um permanente e firme desafio à consciência dos povos, sobre a mudança. A mudança não é só assegurar assistência médica para milhões de americanos, ou retirar as forças armadas do Iraque onde entraram para roubar o petróleo. É uma mudança de consciência cívica. Geral. E foi isso que empolgou o mundo e, graças a Deus, tocou fundo na consciência da juventude.
Varreu do mundo a odienta pseudo hegemonia dos brancos. Mostrou que não há brancos nem negros, mas gente. Que não se faz guerra, mas dialoga-se. Levantou-se uma bandeira branca. Pode combater-se o terrorismo, como os vendilhões do templo, mas assim mesmo sem diálogo jamais aquele acabará.
A esperança numa nova era nasceu. Ou antes, renovou-se. Há dois mil anos O Messias deixou uma mensagem semelhante de Fé e Esperança, e deixou-nos o Seu Espírito, para que pudéssemos viver para mudar a face da Terra. Primeiro que destruíssemos o mal que há dentro de cada um de nós, e depois que amássemos o nosso semelhante.
Força, Obama, que o Senhor esteja contigo. Nós também.



do Brasil, por Francisco G. de Amorim
5-nov-08

3 de nov. de 2008

Jovens do Norte de Moçambique com a cara pintada de branco,
com "msirro" para embelezar a pele

O Brasil a caminho do Apartheid !

Grande luta travou, durante mais de trinta anos, o grande Nelson Mandela para alcançar a independência do povo sul-africano e sobretudo acabar com a maior vergonha que ficara do tempo da escravatura, o apartheid! Por todas as razões Mandela é considerado um dos maiores líderes dos tempos modernos e de todos os tempos da história da humanidade. Um grande Homem adorado e respeitado em todo o mundo por gente de todas as tonalidades de pele.
O Brasil, mais uma vez, insiste em caminhar na contramão da história! Um país com um tremendo déficit social, onde só é branco de verdade quem tiver uma grossa soma de dinheiro, mesmo que o não seja, trabalha em várias frentes para criar, estúpida e violentamente, um apartheid, inclusive jurídico!
O nosso incansável (des)governo decidiu agora criar novas delegacias de polícia, unicamente reservadas para queixas apresentadas por descendentes de africanos! Se um indivíduo, tipo ou parecido com caucasiano, for agredido, assaltado, maltratado, levar um tiro, morto ou receber outras meiguices semelhantes, não poderá queixar-se nessas delegacias! Mesmo que tenham sido os mais escuros que o assaltaram! Só o inverso é aceitável, e como se está mesmo a ver a isenção da investigação será...
Se alguém for chamado de neguinho ou negão, apelido que até hoje existe mesmo entre os mais amigos e até no seio das famílias, pode queixar-se nessas delegacias. E tem ganho de causa rapidinho. Mas se um caucasiano for chamado de branquela, alemão ou gringo, bem pode ir chorar para a praia, ajudar a maré a encher que ninguém o vai ouvir.
Algumas universidades já reservam até 60% das vagas para epidermes mais escuras, mesmo que os alunos não tenham atingido sequer 50% da classificação que deveria ser indispensável para acessar ao ensino superior, o que significa que estamos a produzir ainda mais burros diplomados do que, infelizmente, já grande quantidade existe, porque depois as universidades não podem apresentar um índice de reprovação de 70 ou 80%! Vão ter que os diplomar “na marra”, e o país... que se dane.
Mas entretanto, dentro do mesmo conceito de intelectualidade no (des)governo, o ministério da agricultura acaba de publicar uma peça de antologia que mete num chinelo toda a produção literária de Machado de Assis a Guimarães Rosa, não esquecendo Jorge Amado nem Luis Fernando Veríssimo. Ora deliciem-se:

Diário Oficial' publica regra para fazer caipirinha
O Ministério da Agricultura publicou, no Diário Oficial da União de sexta-feira, um regulamento técnico que estabelece "padrões de identidade e qualidade" para se preparar uma autêntica caipirinha. Segundo a publicação, as regras servem tanto para a bebida produzida no Brasil quanto à feita no exterior.
O regulamento, assinado pelo ministro Reinhold Stephanes, explica que os principais ingredientes são a cachaça, o limão e o açúcar. "O açúcar aqui permitido é a sacarose - açúcar cristal ou açúcar refinado -, que poderá ser substituída total ou parcialmente por açúcar invertido e glicose, em quantidade não superior a 150 g/l e não inferior a 10 g/l, não podendo ser substituída por edulcorantes sintéticos ou naturais", detalha o texto.
Além disso, o regulamento do ministério informa que o limão pode ser usado em sua "forma desidratada". A água pode ser adicionada à bebida alcoólica, mas apenas com objetivo de "padronização da graduação alcoólica do produto final", que deve variar entre 15% e 36%.

FINALMENTE alguém aqui descobriu como se faz uma caipirinha! O povo brasileiro, e o estrangeiro, porque a LEI engloba também as caipirinhas feitas tanto no Japão como na Alemanha e até no Kosovo ou na Geórgia, agradecem penhoradamente a sexa o ministro – que Deus lhe perdoe tamanha mediocridade! – a receita “oficial”. O Reinhold devia estar de cara cheia ao se lembrar de publicar semelhante manifestação de...
Eu que bebo uma caipirinha lá de quando em vez... vou ter que tomar muito cuidado ao preparar a próxima, não vá cair das garras da lei!
Bons tempos os de Machado de Assis quando as crianças brincavam com papagaios e não com pipas e os passageiros dos transportes coletivos, se deslocavam em diligências, gôndolas, ônibus puxados a burros ou mulas, mais tarde nos bondes, e os que subiam os morros utilizavam as maximbombas, mas... podiam, em qualquer lugar, beber caipirinha a seu gosto, sem controle ministerial ou policial!
Que Deus nos dê a virtude da paciência para agüentar tanto erro, que o povo não merece.


do Brasil, por Francisco G. de Amorim

3-nov-08

30 de out. de 2008

Alexandre Herculano


Hoje... como sempre!

Hoje vou regalá-los com alguns textos espantosos. Escritos hoje? Ontem? Quando? Primeiro leiam, depois relacionem com algo que está a acontecer aqui ou alhures, e se estiverem interessados perguntem. Então eu conto.
Imaginem que estão a ler um comentário sobre as verdades de sempre e, porque não, sobre o Brasil de hoje. E... do Portugal de hoje?

1.- Homens que teriam legado à posteridade nomes gloriosos e sem mancha, e que, mais modestos nas suas ambições materiais, seriam vultos heróicos na história, pagaram-se como mercenários, ao passo que outros, depondo as armas e voltando à vida civil, exigem ser revestidos de cargos públicos, para exercer os quais lhes faltam todos os predicados; homens cujo único titulo foi terem combatido, com maior ou menor denodo nas fileiras liberais ou haverem padecido nas masmorras os tratos da tirania.

2.- Os homens que entenderam ser do seu interesse ou do interesse do país fazer surgir dum estado anormal uma situacão regular sabem que a primeira necessidade é elevar o motim à altura de uma revolução. Falta o assunto. O derribar um ministério não o subministra. Basta para isso a acção mais ou menos lenta, mas segura e pacífica, da liberdade da palavra, da imprensa e do voto. O povo que com estes recursos não sabe tirar os seus negócios das mãos de quem lhos gere mal, é um povo ou que ainda não chegou à maioridade ou que já se arrasta na senilidade.

3.- Podem valer pouco os juramentos políticos; pode até, ser absurdo o juramento em geral. Mas a quebra de promessas solenes e espontâneas, seja qual for a sua fórmula, será sempre uma vilania enquanto tiverem culto a honra e a lealdade.

4.- A opinião ilustrada largamente preponderante é irresistível nos governos livres. O que não é irresistível é a opinão de alguns ou de muitos que benevolamente se encarregam de interpretar pelo próprio voto o voto comum, o voto dos que têm capacidade para o dar.

5.- Quando os vencidos ficam representados por uma minoria insignificante ou quando um parlamento é eleito sob a influência duma revolução, esta fica solenemente condenada.

6.- Alguns insistem em chamar-se oposicionistas, porque os vocabulários são propriedade dos homens, e a propriedade conforme o velho direito consiste na faculdade de usar e abusar. Mas isso são como os graus ou as honras das ordens da cavalaria extinta. Enfeitam, mas correspondem ao nada. Símbolos vãos sobre um sepulcro.

7.- A medida porque Deus conta os graus de mérito da vida é a pureza do coração; é a do aperfeiçoamento da inteligência.

8.- Para as turbas o cheiro de sangue é suave perfume; o roubo gloriosa conquista.
E elas se fartarão de sangue e de rapinas com a voluptuosidade atroz do antropófago que se banqueteia com os membros semivivos do seu semelhante.
Porque a plebe desenfreada é como o fantasma do crime, como o espectro da morte, como o grito do extermínio.
Povo! Os que hoje saúdas como magestade amanhã fá-los-ás em pedaços, e arrastarás pelas ruas os seus cadáveres cobertos de feridas e pisaduras.
Porque, bem que tarde, conhecerás que eles te hão enganado.
Prometeram-te abundância, e achar-te-ás faminto; prometeram-te liberdade e achar-te-ás servo.
A licença mata a liberdade; porque se livremente oprimes, livremente podes ser opresso; se o assassínio é teu direito, direito será para os outros assassinar-te.
Se a força, e não a moral, é a lei popular, quando os tiranos tiverem mais força, legitimamente podem pôr no colo do povo um jugo de ferro.
Ministros da tirania são os que suscitaram a luta das facções, os que deram o primeiro grito da revolta, os que acenderam a guerra civil;
Porque a nação se dilacerará e enfraquecida passará das mãos da plebe para as mãos dalgum déspota que a devore.
Lembrai-vos da Serpente, que enganou nossos primeiros pais: foi com palavras sonoras, com promessas de glória e de ventura que ela perdeu a ambos.
Dado que para vós não houvesse liberdade e eles vo-la oferecessem à custa de perpétuo dano, devíeis tê-los por vossos destruidores.
Porque a liberdade não é tanto um fim como um meio: quer-se a liberdade não tanto para as nações serem livres, como para serem felizes.
Que importa o respeito de propriedade ao que nada possui? Que vale a liberdade da palavra para o que só tem de proferir maldições e queixumes? Que monta que os vossos pares vos julguem, se o ódio das facções nos fez inimigos uns dos outros?
Sem concórdia, inevitável é que o edifício social desabe; e porventura nascerá a concórdia do meio das sedições?
A salvação única do instigador de revoltas e uniões está em admitir todas as consciências delas.
E então forçoso lhe é tornar-se conspícuo no crime e revolver-se no sangue.
Mas qual será a eternidade de tal homem?
Deus não deu palavras às línguas da terra para o dizerem. É esse um dos mistérios do inferno.*

Finalmente sugiro um joguinho:
- Quem se encaixa, certinho, certinho no nr. 1
- Que povos se podem identificar com o nr. 2
- Que políticos teriam o seu nome escarrapachado no nr. 3
- Idem para o nr. 4, 5, 6 e 7
- E o 8 ? Cheira a quê? O pós 25 de Abril? COPCON? MST? MTST? Narcotráfico? FARC? E, porque não... PT?

Divirtam-se... e meditem.

* Texto de Alexandre Herculano. “A Voz do Profeta”, 1836

05/08/03

28 de out. de 2008

Pensando em Camões !
Foram-se os tempos de ilusão passando
As quimeras acenando aos loucos.
A vida a quem dei ouvidos moucos
Depressa me deixou só, e meditando.

Corrido o mundo em busca de proezas
Amigos e desgostos fui somando;
Os amigos, o tempo vai levando,
Ficarão só desgostos e tristezas.

Passam os anos, a família aumenta,
Até na alma vão crescendo as cãs,
E nosso espólio é só o que vivemos.

Do Brasil, em 1996, por Francisco G. de Amorim
D. Manuel de Teixeira,
grande e sério banqueiro do século XVI

BANCARROTA

Vem bem a propósito, nesta altura dos catastróficos acontecimentos financeiros, que mais deviam chamar-se “vigarices a descoberto”, relembrar um pouco da história da banca, sobretudo da bancarrota.
Lá pelos antigamentes, tal como hoje, cada rei ou príncipe ou um big chefe qualquer, quando adquiria alguma importância, uma das primeiras atitudes que tomava era a emissão de moeda. Não precisamos voltar muito no tempo porque foi exatamente o mesmo que fez Dom João VI quando desembarcou no Brasil! Aqui a moeda era de papel mas lá... era de ouro, moedas grandes e bonitas nos reinos ricos, outras menores, ou de prata e até de cobre. Pesos e ligas diferentes conforme as regiões e a seriedade do emitente, mais vigarice ou menos vigarice do fundidor ou de quem cunhava, ao ponto de terem proporcionado a Arquimedes o célebre passeio, todo peladão, pelas ruas de Siracusa gritando “Eureka”! Tinha acabado de descobrir como saber se os trabalhos em ouro encomendados pelo rei Hieron II, tinham a conveniente liga de ouro ou se o ourives estava empalmando algo a mais!
No “dantes”, os ourives desonestos “empalmavam” um quanto do ouro que lhes passava pelas mãos, enquanto que hoje se faz o mesmo, mas com outra sutileza: troca-se o chamado dinheiro bom por dinheiro ruim, como subprimes e outras vigarices.
Com o andar dos tempos e o aumento do comércio e das viagens de negociantes por essa Europa fora, carregando cada qual um tipo de moeda diferente, houve necessidade de arranjar “especialistas” que pudessem, com rapidez, apreciar o verdadeiro valor das diferentes moedas e trocá-las pelas correntes em seu país, a fim de permitir ao negociante fazer as suas compras.
Estes especialistas tinham uma autorização especial dos governos, dos duques ou doges, para esta atividade, e pressupunha-se que seriam pessoas da mais alta confiabilidade.
Assim como Arquimedes saiu do banho, nu, a gritar que tinha descoberto um método, infalível, de verificar o conteúdo de cada liga, os genoveses “descobriram” um jeito, no mínimo curioso, de apreciar o valor de cada moeda: uma pele de gado. Isso mesmo, uma pele de gado, curtida, e esticada, onde as moedas eram deixadas cair! Pelo som, ou vibração, ou... por qualquer outro método que os tais especialistas encontraram, num instante o valor da moeda bárbara estava determinado e o câmbio feito!
Aquela pele, esticada como a pele de um tambor, era chamada de banca, banca essa onde se trocava qualquer tipo de moeda.
Enquanto o banqueiro se comportasse com a ética e seriedade que deles eram esperados, as bancas prosperavam. Mas se o banqueiro “metesse a mão na massa” dos clientes e se visse inadimplente, um emissário do governo se encarregava de, com um punhal, rasgar a pele, acabando com a banca. Era a BANCARROTA !
O banqueiro além de, certamente algum castigo – talvez confisco de bens ou prisão – ficava proibido de voltar a ter outra banca.
Imagine-se se tais leis, simples e eficientes se aplicassem ainda nos dias de hoje... quantos punhais teriam que ser afiados!
O primeiro grande “banco” internacional que fechou, não por inadimplência ou má conduta dos negócios, mas exatamente pelo contrário, foi a Ordem do Templários. O rei Filipe, o Belo, de França, quase falido e com a maioria das suas jóias penhoradas aos Templários, obrigou o papa Clemente V a acabar com a Ordem. Depois de um julgamento vergonhoso, os responsáveis pela famosa Ordem foram queimados vivos e o rei, malandro, recuperou os seus bens sem gastar um cêntimo. Bom, gastar sempre gastou, porque teve que dar ao papa uma, certamente confortável, fatia do que roubou!
A grande diferença dos tempos: os Templários foram violentamente assaltados, espoliados, assassinados, apesar de sempre terem sido seriíssimos nas suas transações. Hoje os bancos entram em bancarrota, unicamente por culpa dos seus dirigentes, e quem paga o pato é o povo, com a moeda falsa que os governos hoje podem emitir quanta queiram, porque se trata unicamente de papel!
E tem mais, os gestores desses bancos rotos, sempre saem rindo à toa e com os bolsos cheios!

do Brasil, por Francisco G. de Amorim
27 out. 08

22 de out. de 2008

Quanto vale o sorriso de um engraxate?


A crise e a Irmã Emmanuelle

No meio desta monstruosa e aguardada crise gerada pela ganância e o lucro a qualquer custo, ver os governos a salvar, com muitos trilhões, as instituições capitalistas, quando se sabe que tudo isto aconteceu por pura e descarada especulação, ver ainda o que parecia impossível de acontecer, a falência de um país, e ouvir pior, que, quem no final vai pagar a conta são os mais miseráveis, uma pergunta subsiste, gritante, mas aparentemente sem resposta: porque não se salvam primeiro, com esses trilhões os esfomeados do mundo, os deserdados do movimento financeiro, os parias, para que estes possam assim entrar no mercado e ajudar a criar mais riqueza? Financeira e sobretudo humana.
Estes vergonhosos “jogos na bolsa” em que um indivíduo, sentadão, em casa, frente a um computador, pode ganhar, num só dia muitos milhões, sem ter investido um único cêntimo, são um outro imenso grito de vergonha.
Bancos e países a especularem com papéis inúteis ou juros altos, fatalmente levam a desastres econômicos. Neste momento assistimos a dois juntos: o esboroar de instituições financeiras “fortíssimas e seguríssimas”, e à falência do país com o mais alto índice de desenvolvimento humano, a Islândia. Esta subiu os juros para atrair capitais e turistas, e quando chegou o momento da verdade... era tudo mentira! Foi vivendo de peixe e giro falso de capitais, o rendimento per capita atingiu US 60.000, e agora começa um rápido e violento êxodo do ex país das maravilhas para... onde?
O Brasil, insiste nos juros mais altos do mundo, e como é óbvio, mesmo sendo um país rico, o rendimento não chega para pagar esses juros, mas como vai crescendo, os investidores, de olho aberto, vão também fingindo que acreditam. No entanto cresce mais depressa a dívida do Estado do que o bem estar social, apesar dos falsos pregões do governo. E um dia...
No meio deste descalabro, desta Babel mundial onde o diálogo é de surdos e o que mais interessa é vender armas, fingir que se combate o tráfico de drogas, ilegais e legais e estimular a especulação financeira, vemos adormecer nos braços do Senhor uma mulher, religiosa católica, que toda a sua vida a dedicou aos mais pobres do mundo, trabalhando com os catadores de lixo em África e na Ásia, conseguindo com a sua força moral criar escolas, e dispensários, salvando milhares de vidas de inocentes, com a colaboração de judeus e muçulmanos! Onde ela chegava reinava a alegria e o entendimento, a esperança e a vontade de ir sempre mais para a frente e, sem envolver especulações financeiras nem mentiras de armamentos ou drogas, a paz dominava entre todos os credos e as classes sociais com quem tratava.
Uma mulher admirável, cujo principal lema era “o amor pode sempre mais”! Em certa altura da sua vida, sem jamais interromper o seu trabalho pelos outros, o seu coração bateu por um homem! Ela riu-se, meditou, sabia que tinha entregue o seu corpo e sua alma ao Senhor, e encontrou nesse momento de puro amor terreno a certeza que a fez mais forte e mais dedicada ao seu objetivo.
No Cairo, com os catadores de lixo, face a tamanha pobreza e descaso da sociedade, nascendo naquelas famílias miseráveis crianças atrás umas das outras, a maioria das quais sobrevivia no máximo um ano, incentivou e promoveu a distribuição da pílula anticoncepcional, indo contra as diretrizes da Igreja.
Escreveu ao Papa João Paulo II expondo a situação daquele povo e as razões que a levavam a não obedecer aos princípios que Roma expunha. O grande Papa não lhe respondeu por escrito, não podia ir contra a sua doutrina, mas fez-lhe saber que continuasse a sua obra.
Morreu nas vésperas de fazer cem anos. Tranqüilamente, enquanto dormia. Foi uma GRANDE mulher. Soube lidar com a mesma alegria e verdade com os problemas pessoais e os do próximo, sem jamais deixar que uns influenciassem os outros. Uma grande líder que afastou da pobreza máxima um sem número de crianças e famílias a quem proporcionou saúde e alegria de viver. Para este tipo de gente crise não existe.
As crises são resultado da falta de Homens, com letra maiúscula. Existem nas sociedades, e só quando se conseguir transformar a sociedade em HUMANIDADE as crises, todas, não voltarão a perturbar.

do Brasil, por Francisco G. de Amorim
22 out. 08

13 de out. de 2008

"Espinhos e complicações"


O bobo da corte do bobo

Era uma vez um reizinho que adora ser o bobo da própria corte... Sempre que o bobo abre a boca, sem entrar mosca, (e o mal repete-se “n” vezes), o povo, igualmente bobo, aplaude, mesmo sem entender o tamanho da calamidade pronunciada com um sorriso alarve e empafioso!
A corte do bobo primeiro cala-se, depois ri, reverencia, aplaude, bajula, e repete em pronunciamentos oficiais para os ouvidos dos restantes bobos, da corte e fora dela, frases enfeitadas das verdades falsas, da ignorância atrevida, do descaso total pelo futuro e da falácia do presente, babando de ganância e avidez pela faculdade que se outorgam para delapidar o bem comum.
O rei estava nu e só não viam, nem continuam a querer ver, os alfaiates do rei, os que o vestem, revestem e rodeiam com sua igual ignorância e incapacidade congênita e reconhecida.
A moeda do país sofreu em menos de duas semanas uma maxi desvalorização de cerca de 40%. Uma violenta paulada na economia. Os órgãos de informação debruçaram-se sobre isso? Isso o que? perguntarão! O (des)governo paga-lhes – e como paga! – para que? Não é para contar só as “histórias da carochinha”, aquelas “para boi dormir”? Se derem esta notícia em manchete de primeira página a popularidade do bobo cairá para metade!
O famoso “pré sal”, os quase inesgotáveis depósitos de petróleo agora descobertos e hollywoodescamente divulgados, no país e fora dele... emudeceu! O bobo afirmou gloriosamente que ia sobrar muito dinheiro, que nada se gastaria com bobagens (talvez para explicar o que tem feito até agora), que iria investir na educação, que... Tudo isso daqui a uns dez anos, para o que entretanto seria necessário um investimento inicial da ordem de várias centenas de bilhões de dólares! O governo assumiria o investimento sem a Petrobrás para melhor poder controlar os lucros desse imenso tesouro do Ali Babá. Mas... onde estão essas centenas de bilhões, ó bobo? Oferecendo ao mercado mundial de capitais os juros mais elevados do planeta para depois dar o berro, como aquele a que estamos assistindo no mundo financeiro? E o mercado tem agora esse capital disponível para investir a mais de meia dúzia de anos?
Nós, Brasil, seremos os únicos espertos do planeta para ter os juros mais elevados e querermos convencer os investidores de que isto não vai também para o buraco? Os EUA têm uma dívida interna de mais de dez trilhões de dólares. 70% do PIB. Nós não queremos ficar atrás. Já ultrapassamos os 70%. Com uma pequena diferença: a renda per capita do norte americano é o quádruplo da do brasileiro!
O Brasil viveu a euforia das commoditties com preços especulativos e deu um razoável ajuste nas suas contas externas. Mas a mamata acabou! Aproveitou ainda o dólar com valor baixo para importar alguns equipamentos e muito desperdiçou em bobagens chinesas que enfraqueceram a nossa capacidade de produção.
O crédito correu solto: imóveis, automóveis, eletrodomésticos, etc. A inadimplência bate às portas dos financistas. O Banco Central já abriu, e bem, os cofres para socorrer financeiras (cujos nomes não foram divulgados).
E no meio deste arraial de inépcia e ignorância o grande bobo atribui a medalha da Ordem do Mérito Cultural, a maior homenagem do governo àqueles que se destacaram na promoção e difusão da cultura brasileira, ao Coletivo de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)! Não é um ultraje à memória daqueles que receberam a mesma medalha, como João Guimarães Rosa, Pixinguinha e outros grandes nomes da nossa cultura. É pior que ultraje. É um escarro na face da cultura, da decência, da honradez, da liberdade.
Não deveria admirar, porque a iniciativa parte de quem mal tem a instrução primária e está profundamente comprometido com os movimentos terroristas, dentro e fora do país.
O grande bobo diz-se frases de auto promoção, não só em frente do espelho mas do alto dos púlpitos que todos os dias inventa para mostrar a sua incapacidade, e só ouve os bajuladores que servilmente o rodeiam, aplaudem e, no fundo, mesmo desprezando-o, continuam a aproveitar-se do festim da roubalheira generalizada.
“As orelhas dos príncipes, sobretudo as dos mais bobos, não gostam de ouvir verdades, e evitam os sábios e prudentes com receio de ouvir destes opiniões verdadeiras e desagradáveis”, já nos dizia Erasmo de Roterdão no seu “Elogio da Loucura”.
O que por aqui se passa, fica longe da loucura. Atingiu a demência.
Os miseráveis dirigentes vizinhos que nos rodeiam, insultam-nos, ameaçam-nos, roubam-nos, seqüestram diretores de empresas brasileiras, agridem agricultores brasileiros que trabalham em toda a legalidade nesses países, e o grande bobo da corte do bobo, em vez de mandar os miseráveis encolherem as unhas, ainda tem o desplante de afirmar que temos que apoiar o desaforo desses cafagestes!
Todos esses apóiam o MST e as FARC.
E, em vez de serem as nossas Forças Armadas, são estes grupos terroristas o sustentáculo desta catástofre boba em cima da qual caminhamos.


do Brasil, por Francisco G. de Amorim
13-set-08

10 de out. de 2008


As eleições e a crise

Foi domingo o dia das eleições para executores (nada de executivos) municipais. Aqueles que executam, liquidam, limpam, comem o orçamento público. Correram muito bem as ditas eleições, ajudadas pelo exército para, teoricamente, permitir que o eleitor votasse sem a pressão do candidato presente na boca da urna, e o resultado foi uma maravilha: 741 indivíduos presos por estarem a controlar os eleitores, ou na pressão ou com malas carregadas de notas que se iam dando a quem votasse “certo”, etc.
Mas, de longe, o ainda mais admirável deste mundo novo foi o resultado obtido por uma meia dúzia de bandidos, presos, indiciados por tudo o que é tipo de crime, incluindo homicídios, a quem se permitiu que de dentro da cadeia fizessem a sua propaganda eleitoral, e... brade-se aos céus, gente inocente, foram eleitos!
Tudo isto parece um sonho, um pesadelo, e mesmo bem acordados constata-se que é esta a realidade deste mundus novissimus!
Entretanto o ali babá chefe aproveita para insultar o tal W.Bush, chamando-o de tudo que é nome feio, e afirmando à boca cheia que a crise não “atravessaria o Atlântico”! Esqueceu-se o governa-se de informar em que sentido essa travessia se não daria – oeste/leste ou norte/sul – para se constatar que atravessou não só o Atlântico como todos os oceanos do planeta e em todos os sentidos! Aqui, a “tsunami econômico-finaceira que chegaria como um leve marola”, levou as bolsas a cair quase todos os dias, mais de uma vez ultrapassando os 10%, o real já se desvalorizou cerca de 39%, e não tarda aí a inflação, a paralização da construção civil, a recessão, o desemprego, e etc., etc.
Neste país de grande "democracia e visão de futuro"... há muito se gera e se incentiva espaço para a anarquia. De tal forma a inconsciência (des)governativa é absurda, que foi há dias concedida a várias entidades e indivíduos a Ordem de Mérito Cultural do Ano 2008, mas nem uma única notícia deste ato foi veiculado. Porque? Segredo ou vergonha? Na véspera um jornal noticiou que um dos agraciados seria o MST! Ordem de Mérito Cultural no centenário de Machado de Assis, a assaltantes, assassinos, destruidores e deturpadores da ordem pública... Parece filme de ficção. De manicômio! Haja Deus!
Deus existe, mas não interfere na estupidez, cupidez e ganância dos homens. É pena.
do Brasil, por Francisco G. de Amorim

9-set-08

29 de set. de 2008


Afinal... de que tamanho é o Brasil ?


Muito importante que os jovens de hoje tomem conhecimento do perigo que corre o Brasil de perder parte do seu precioso território a troco de nada.


PERIGO DE INVASÃO MILITAR EM RORAIMA - depoimento de uma testemunha ocular –

No momento em que tanto se fala da cobiça internacional sobre a Amazônia, da ação de ONGs de todos os tipos agindo livremente na região Norte, de estrangeiros vendendo pedaços da nossa floresta, da encrenca que está sendo a homologação da Raposa/Serra do Sol, de índios contra índios, de índios contra não-índios, das ações ou omissões da Funai, do descontentamento das Forças Armadas com referência os rumos políticos que estão sendo dados para esta quase despovoada mas importantíssima parte das fronteiras da nação, é mais do que preciso falar quem sabe, quem conhece, quem vivencia ou quem tenha alguma informação de importância.
Assim sendo, para ficar registrado e muito bem entendido, vou contar um acontecimento de magna importância, especialmente para Roraima, e do qual sou testemunha ocular da História.
Corria o ano de 1993 – portanto, já faz 15 anos. Era governo de Itamar Franco e as pressões de alguns setores nacionais e vários internacionais, para a homologação da Raposa/Serra do Sol, eram fortes e estavam no auge. Tinha-se como certíssimo de que Itamar assinaria a homologação
Nessa época, eu era piloto da empresa BOLSA DE DIAMANTES, que quinzenalmente enviava compradores de pedras preciosas para Uiramutã, Água Fria, Mutum e vizinhanças.
No dia 8 de setembro de 1993, aí pelas 17:00, chegamos em Uiramutã, e encontramos a população numa agitação incomum, literalmente aterrorizada. Dizia-se por toda parte, que Uiramutã ia ser invadida, que havia muitos soldados "americanos", já vindo em direção à localidade.
A comoção das pessoas, a agitação, o sufoco eram tão grandes que me contaminou, e fui imediatamente falar com o sargento PM que comandava o pequeníssimo destacamento de apenas quatro militares, para saber se ele tinha conhecimento dos boatos que circulavam, e respondeu-me que sabia do falatório. Contou-me então que o piloto DONÉ (apelido de Dionísio Coelho de Araújo), tinha passado por Uiramutã com seu avião Cessna PT-BMR, vindo da cachoeira de ORINDUIKE, no lado brasileiro, (que os brasileiros erradamente chamam de Orinduque), contando para várias pessoas, que havia um acampamento enorme, com muitos soldados na esplanada no lado da Guiana, na margem do rio Maú, nossa fronteira com aquele país.
Aventei a necessidade de que o sargento, autoridade policial local, fosse ver o que havia de fato e falei com o dono da empresa, que aceitou, relutante e receoso, emprestar o avião para o sargento. Como, entretanto, o sol já declinava no horizonte, combinamos o vôo para a manhã seguinte.
Muito cedo, o piloto Doné e seus passageiros, que tinha ido pernoitar na maloca do SOCÓ, pousaram em Uiramutã. Eu o conheci nessa ocasião, e pude ouvir dele um relato. Resumindo bastante, contou que na Guiana havia um grande acampamento militar e que um avião de tropas estava trazendo mais soldados para ali. Estávamos na porta da Delegacia, quando chegou uma Toyota do Exército, com um capitão, um sargento e praças.,vindos do BV 8. Ele ia escolher e demarcar um local para a construção do quartel de destacamento militar ali naquela quase deserta fronteira com a Guiana. BV 8 é antigo marco de fronteira do Brasil com a Venezuela, onde há um destacamento do Exército, na cidade de Pacaraima. Muito interessado e intrigado com o fato, resolveu ir conosco nesse vôo.
O capitão trazia uma boa máquina fotográfica e emprestei a minha para o sargento. O vôo foi curto, apenas seis minutos. Demos tanta sorte, que encontramos um avião para transporte de tropas, despejando uma nova leva de soldados, no lado guianense. Voando prá lá e prá cá, só no lado brasileiro, os militares fotografavam tudo, e o capitão calculou pelo número de barracas, uns 600 homens, até aquele momento.
Fiz diversas idas e vindas e, numa delas vi o transporte de tropas decolando e virando para a esquerda. Exclamei para o capitão: eles vem pra cima de nós! Como é que você sabe? Perguntou. Viraram para a esquerda, que é o lado do Brasil e, não da Guiana, respondi. Girei imediatamente a proa para Uiramutã e, ao nivelar o avião, o capitão me disse muito sério: estamos na linha de tiro deles! Foi então que olhando para a direita, vi à curta distância e, na porta lateral do transporte, um soldado branco, com um fuzil na mão.
Confesso que foi um grande susto! O coração parecia-me bater duas e falhar uma. Quem conhece a região, sabe que ali naquela parte, o Maú é um rio muito sinuoso. Enfiei o avião fazendo zig-zag nesses meandros, esperando conseguir chegar em Uiramutã. Se atiraram, não ficamos sabendo, mas após o pouso, havia muita gente na pista, que fica juntinho das casas. Agitadas, contaram que aquele avião tinha girado duas vezes sobre nós e a cidade, tomando rumo de Lethen, na Guiana, onde há uma pista asfaltada, defronte de Bomfim, cidade brasileira na fronteira.
Com esse fato, angustiou-se mais ainda a população, na certeza de que a invasão era iminente. O capitão determinou ao sargento e a mim, que fizéssemos imediatamente um relatório minucioso, para ser envido ao comando da PM, em Boa Vista e partiu acelerado de volta ao pelotão de fronteira no BV 8.
Na delegacia, o sargento retirou o filme da minha máquina fotográfica, para enviar ao seu comando e eu datilografei um completo relatório que ele colocou em código e transmitiu via rádio para Boa Vista. Naquela época, o chefe da S2 da PM (Seção de Inteligência), era o major Bornéo.
Uns quatro dias depois que cheguei desse giro das compras de diamantes, tocou a campainha da minha casa, um major do Exército. Apresentou-se e pediu-me para ler um papel, que não era outro, senão aquele mesmo que eu datilografara em Uiramutã , e do qual o comando da PM enviara cópia para o comando do Exército em Boa Vista. Após ler e confirmar que era aquilo mesmo, pediu-me para assinar, o que fiz. Compreendi que tinha sido testemunha de algo grande, maior do que eu poderia imaginar, e pedi então ao major, para dizer o que estava acontecendo, uma vez que parte daquilo eu já sabia. Concordou em contar, desde que eu entendesse bem que aquilo era absolutamente confidencial e informação de segurança nacional. Concordei.
Disse o major, que a embaixada brasileira em Georgetown tinha informado ao Itamarati, que dois vasos de guerra, um inglês e outro, americano, haviam fundeado longe do porto, e que grandes helicópteros de transporte de tropas, estavam voando continuamente para o continente, sem que tivesse sido possível determinar o local para onde iam e o motivo.
Caboclos guianenses (índios aculturados) tinham contado para caboclos brasileiros em Bomfim, cidade de Roraima na fronteira, terem os americanos montado uma base militar logo atrás da grande serra Cuano-Cuano, que por ser muito alta e próxima, vê-se perfeitamente da cidade. O Exército brasileiro agiu com presteza, e infiltrou dois majores através da fronteira, e do alto daquela serra, durante dois dias, filmaram e fotografaram tudo. Agora, com os fatos ocorridos em Orinduike, próximo de Uiramutã, nossa fronteira Norte, fechava-se o entendimento do que estava acontecendo.
E o que estava acontecendo? As pressões internacionais para a demarcação da Raposa / Serra do Sol apertavam, na certeza de que o Presidente Itamar Franco assinaria o decreto. Em seguida, a ONU, atendendo aos "insistentes pedidos dos povos indígenas de Roraima", determinaria a criação de um enclave indígena sob a sua tutela, e aí nasceria a primeira nação indígena do mundo. Aquelas tropas americanas e as inglesas, eram para garantir militarmente a tomada de posse da área e a "nova nação".
Até a capital já estava escolhida: seria a maloca da Raposa, estrategicamente localizada na margem da rodovia que corta toda a região de Este para Oeste, e divide geográfica e perfeitamente a região das serras daquela dos lavrados roraimenses – que são os campos naturais e cerrados.
Itamar Franco – suponho – deve ter sido alertado para o tamanho da encrenca militar que viria, e o fato é que, nunca assinou a demarcação.
Nessa mesma ocasião (para relembrar: era começo de setembro de 1993), estava em final de preparativos, o exercício periódico e conjunto das Forças Armadas nacionais, na cidade de Ourinhos, margem do rio Paranapanema, próxima de Sta. Cruz do Rio Pardo e Assis, em São Paulo, e Cambará e Jacarezinho, no Paraná. Com as alarmantes notícias vindas de Roraima, o Alto Comando das Forças Armadas mudou o planejamento, que passou a chamar-se "OPERAÇÃO SURUMU" e, como já estava tudo engrenado, enviou as tropas para Roraima. Foi assim que à partir da madrugada de 27 de setembro de 1993, dois aviões da VARIG, durante vários dias, Búfalos, Hércules e Bandeirantes despejaram tropas em Roraima. Não cabendo todas as aeronaves militares dentro da Base Aérea, o pátio civil do aeroporto ficou coalhado de aviões militares. Chegaram também os caças e muitos Tucano. Veio artilharia anti-aérea, localizada nas cercanias de Surumu, e foi inclusive expedido um aviso para todos os piloto civis, sobre áreas nas quais estava proibido o sobrevôo, sob risco de abate.
Tendo como Chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general de Exército José Sampaio Maia – ex-comandante do CIGS em Manaus, e como árbitro da Operação Surumu, o general de Brigada Luiz Alberto Fragoso Peret Antunes (general Peret), os rios Maú, Uailã e Urariquera enxamearam de "voadeiras" cheias de soldados. Aviões de caça fizeram dezenas de vôos rasantes nas fronteiras do Norte. O Exército também participou com a sua aviação de helicópteros, que contou com 350 homens do 1º, 2º e 3º esquadrões, trazendo 15 Pantera (HM-1) e 4 Esquilos, que fizeram um total de 750 horas de vôo. Vieram também cerca de 150 pára-quedistas militares e gente treinada em guerra na selva. A Marinha e a Força Aérea contribuíram com um número não declarado de homens, navios e aeronaves.
Dessa maneira, não tendo Itamar Franco assinado o decreto de demarcação da Raposa / Serra do Sol e, vindo essas forças militares para demonstrar que a entrada de soldados americanos e ingleses em Roraima, não seria feita semgrandes baixas, "melou" e arrefeceu a intenção internacional de apossar-se desta parte da Amazônia, mas não desistiram.
Decepcionando muito, embora sendo outro o contexto político internacional, Lula fez a homologação dessa área indígena, contestada documentalmente no Supremo Tribunal e, ainda tentou à revelia de uma decisão judicial, retirar "na marra", os fazendeiros e rizicultores ("arrozeiros") dessa área, que como muita gente sabe – inclusive os contrários – tem dentro dela propriedades regularmente documentadas com mais de 100 anos de escritura pública e registro, no tempo em que Roraima nem existia, e as terras eram do Amazonas. Agora, entretanto, os interesses difusos e estranhos de muitas ONGs, dizem na Internet, que esses proprietários são "invasores", quando até o antigo órgão anterior ao INCRA, demarcou e titulou áreas nessa região, e que a FUNAI, chamada a manifestar-se, disse por escrito, que não tinha interesse nas terras e que nelas, até aquela ocasião, não havia índios.
As ONGs continuam a fazer pressão, e convém não descuidar, porque nada indica que vão desistir de conseguir essas terras "para os índios", e de graça, levarem além de 1 milhão e 700 mil hectares – quase o tamanho de Sergipe – tudo o mais que elas tem: ouro, imensas jazidas de diamantes, coríndon, safira de azul intenso, turmalina preta, topázio, rutilo, nióbio, urânio, manganês, calcáreo, petróleo, afora a vastidão das terras planas, propícias à lavoura, área quase do mesmo tamanho onde Mato Grosso planta soja que fez a sua riqueza.
Isso, é o que já sabemos, porque uma parte disso foi divulgada numa pesquisa da CPRM – Cia. de Pesquisa de Recursos Minerais, em agosto de 1988 (iniciada em 1983), chamada de Projeto Maú, que qualifica essa parte da Raposa/Serra do Sol, como uma das mais ricas em diamantes no Brasil, sendo o mais extenso depósito aluvional de Roraima, muito superior ao Quinô, Suapi, Cotingo, Uailã e Cabo Sobral. Essa pesquisa foi inicialmente conduzida pelo geólogo João Orestes Schneider Santos e, posteriormente, pelo também geólogo, Raimundo de Jesus Gato D´Antona, que foi até o final do projeto, constatando a possibilidade da existência de até mais de 3 milhões de quilates de diamantes e 600 Kg de ouro. Basta conferir a cotação do ouro e diamantes, para saber o que valem aquelas barrancas do rio Mau, só num pequeno trecho.
A "desgraça" de Roraima é ser conhecida internacionalmente na geologia, como a maior Província Mineral já descoberta no planeta. Nada menos que isso!
E o que ainda não sabemos? Essa pesquisa, feita em pouco mais de 100 quilômetros de barranca do rio, cubou e atestou a imensa riqueza diamantífera da área. Entretanto, o Estado de Roraima ainda tem coríndon, manganês, calcáreo e urânio, afora mais de 2 milhões e 100 mil hectares de terras planas agricultáveis, melhores que aquelas onde plantam soja no Mato Grosso.
Izidro Simões
66 anos, aposentado em 2005, 42 anos de aviação, sendo 31 por toda a Amazônia, dos quais, 20 em Roraima, onde reside.
izidropiloto@oi.com.br



Como é sempre bom confirmar veracidade do texto e autor – e são autênticos – achei que seria útil obter, mesmo veladamente, a opinião de alguém que muito prezo e admiro, e, caso raro, não metido nas corrupções, de qualquer ordem, mas que vive entre as altas esferas do poder, e que assim me respondeu :

Meu caro,
Espero que todos estejam bem.
Sem insultá-lo com desculpas relativas ao volume de trabalho, que é mesmo grande, mas o fato é que ando viajando com frequência mas sem ir ao Rio. As andanças envolvem seminários e palestras que exigem preparação, então...
Tenho acompanhado todas as tuas mensagens e o quanto posso as notícias. Por sorte tenho gente que está lidando muito de perto com este problema das reservas e te asseguro que ninguém está dormindo. O problema é complexo e tem muito fogo amigo na jogada atrás de faturar. A traição é fato comum na história dos homens.
Todos aqui vão bem e adaptando-se bem à cidade e à vida aqui. A ver o que virá.
Mando os melhores desejos de que tudo lhe sorria e prometo visita quando por aí for.
“x”

Como se vê o assunto é grave. Gravíssimo. Há MUITO em jogo nas chamadas terras indígenas, tais como ouro, petróleo, gás, e tudo o mais quanto a imaginação de cada um for capaz. E atrás dessas riquezas, os índios... olham, e esperam para ver qual o conjunto dos mais ricos que abocanhará o bolo!
Entretanto, hoje saiu no jornal mais um texto interessante. Do prof. Denis Rosenfeld, em que deixa no ar a pergunta: e os agricultores, que estão em áreas hoje chamadas reservas indígenas e cujos terrenos lhes foram concedidos legalmente, alguns há mais de 20 anos, dom títulos de posse, tudo perfeitamente “legalizado”?
O problema é extremamente complexo, mas com o super governa-se a perdoar os vergonhosos calotes dos vizinhos e muy amigos, Morales e Correia, não seria para admirar que “vendesse” também um substancial parte da Terra Brasilis à comunidade internacional.
O país corre perigo. De fato. Tomos temos que estar muito atentos

do Brasil , por Francisco G. de Amorim
29-set-08