12 de ago. de 2010

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Frases e linguajar para a

História




Nada melhor do que viver num país em que todos os dias se aprende algo para que a história, um dia, “nos contemple”, e... chore! Sobretudo palavriado porco!
Há dois dias o grande big líder ao visitar uma favela, recebeu um garoto de oito – 8 – anos! Este queixava-se que na quadra desportiva do seu bairro, não podia jogar tênis. Resposta imediata do grande chefe, o “pai dos pobres”: Isso é desporte da burguesia, porra! Porque você não faz natação?Porque a gente não pode entrar na piscina! – Porque? – Porque não abre para a população!
Naquela quadra esportiva... a piscina não funcionava, ou estava fechada ao público!
Retorquiu o grande chefe para o governador que o acompanhava: “No dia em que a imprensa vier aqui e pegar um final de semana com essa porra fechada, o prejuízo político será infinitamente maior do que colocar dois guardas aqui”!
Beleza! O povo paga a piscina, não pode entrar nela, e o lula só se preocupa no caso da imprensa flagrar a cena. O povo... que se lixe!

Entretanto os digníssimos ministros do supremo tribunal federal, (o STF) querem um aumento de 14% para eles e 56% para os servidores. Para mim, um Zé ninguém neste contexto, e alguns outros talvez milhões, o governo levou quatro meses para decidir se havia de corrigir as aposentadorias em 6,40% ou 7,16%. Decidiu-se, em vésperas de eleições, por este “bodo” de mais 0,76%!!! Foi uma felicidade: fui aumentado em R$1,27. Cincoenta centavos de Euro! “TOU RICO”!

Mas voltando aos famosos juízes do supremo: foi agora aposentado, por limite de idade, um que fora nomeado sabendo-se que tinha um processo em primeira instância! Recebera, distraidamente, 2,7 milhões de Reais do metrô paulista!...

Para a vaga aberta entrou outro que está igualmente condenado em primeira instância.

Vai acreditar em quem? Papai Noel? Coelhinho da Páscoa?
Diz o governo que o país criou, em 2009, 1,7 milhão de empregos! Viva!!! Mas... cerca de 500 mil foram cabides de emprego na administração pública (olha as eleições à porta!), mais outro tanto em serviços, que não se sabe bem que serviços são, e o restante... ah!, do restante alguns para a indústria!
Mas como o país, segundo a ONU, tem o 3º pior índice de desigualdade do mundo, só ficando à frente do Haiti, Camarões, Madagascar, Bolívia e poucos mais... está tudo bem e o “gajo”, com mais de 70% de aprovação popular, deve reeleger a sua afilhada! Que ninguém sabe como, mas consegue ser pior do ele!

Êta povo ignorante!



11/08/2010

2 de ago. de 2010

Alguém se lembra da Revolução Bolchevique de 1916 ?  Ou da cubana de Fidel ?  Quando um indivíduo ou uma família podiam ser postas fora de suas casas... sem piar?
Vejam o que por aqui se prepara!

Festival de arbitrariedades



por DENIS LERRER ROSENFIELD

O programa de governo da candidata Dilma Rousseff foi muito contestado por ter sido, em sua primeira apresentação, uma copia fiel do programa do PT de fevereiro de 2010. A polêmica suscitada fez com houvesse uma substituição por um novo programa, de julho deste ano, que introduziu poucas alterações substanciais, entre elas, retirando a dita mediação no cumprimento de mandados judiciais de reintegração de posse.
Observemos que o Plano Nacional de Direitos Humanos-3 foi muito criticado por seu forte componente liberticida, numa lista quase interminável, na qual constava igualmente o estabelecimento de condições restritivas para o cumprimento de decisões judiciais de reintegração de posse. Tendo sido este ponto retirado, pareceria que o contencioso estaria resolvido. Certo? Não, errado!
A relativização de decisões judiciais já esta em curso, em um evidente desrespeito para com o Poder Judiciário. Em 11 de abril de 2008, foi editado um Manual de Diretrizes Nacionais para a Execução de Mandados Judiciais de Manutenção e Rein tegração de Posse Coletiva, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, Departamento de Ouvidoria Agrária e Mediação de Conflitos. Ou seja, o que o PNDH-3 procurou fazer foi apenas tornar legal uma medida em curso, com o Ministério de Desenvolvimento Agrário decidindo as condições de cumprimento de decisões do Poder Judiciário. É espantosa essa ingerência em decisões de um outro Poder, como se a Ouvidoria Agrária pudesse decidir por ela mesma sob quais condições pode ou não operar a Polícia.
Chama atenção o vocabulário utilizado. As invasões, com sequestro de pessoas, destruição de maquinário, morte de animais, uso ostensivo de facões, às vezes de armas de fogo, utilização de crianças como escudos, incêndio de galpões, são denominadas de "ocupações". Se uma pessoa tiver sua casa ou apartamento invadidos, não se esqueça, não se trata de uma invasão, mas de uma "ocupação". Como se não fosse suficiente, a cartilha fala dos "direitos humanos" dos "ocupantes", não dos "ocupados", isto é, dos invadidos.
A inversão é total. Quando da proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, no inicio da Revolução Francesa, ficava claro que ela visava aos direitos fundamentais dos indivíduos, dentre os quais os direitos de expressão, circulação, pensamento e de propriedade. Ora, estamos diante de uma verdadeira perversão, pois a doutrina dos direitos humanos esta sendo usurpada para sufocar os direitos individuais e o direito de propriedade, sem os quais falar de direitos humanos se torna uma expressão vazia.
Dentre as providências do manual, consta que a unidade policial, ao receber a "ordem de desocupação", deverá articular com o "Ministério Público, o Incra, a Ouvidoria Agrária Regional do Incra, a Ouvidoria Agrária Estadual, a Ouvidoria do Sistema de Segurança Publica, as Comissões de Direitos Humanos, a Prefeitura Municipal, a Câmara Municipal, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Delegacia de Reforma Agrária, a Defensoria Pública, o Conselho Tutelar e demais entidades envolvidas com a questão agrária/fundiária para que se façam presentes durante as negociações e eventual operação de desocupação".
Tive o cuidado de fornecer essa lista exaustiva com o intuito de mostrar que tal condição simplesmente dilataria ou inviabilizaria o próprio cumprimento da decisão judicial. qualquer uma dessas entidades poderia dizer que não esta de acordo com um ou outro ponto, postergando indefinidamente sua execução.
Atente-se, na lista, a presença para o Incra e a própria Ouvidoria Agrária. Ora, essas entidades têm sistematicamente sido partes envolvidas nos processos, defendendo a posição dos ditos movimentos sociais, que são verdadeiras organizações políticas de caráter leninista, que contestam a economia de mercado, o direito de propriedade, o estado de direito e a democracia representativa. Seus modelos de sociedade são Cuba e a Venezuela de Chavez. O MST estaria, então, dos dois lados do balcão: como invasor e através de seus representantes em algumas dessas instancias.
Observe-se, ainda, que a cartilha contempla que todas essas instâncias participariam das "negociações" para o cumprimento de decisões judiciais. Ora, decisões judiciais são para serem cumpridas, e não negociadas por representantes indiretos dos próprios invasores ou por outras instancias do Executivo ou da sociedade. Teríamos aqui uma inovação "revolucionária": Q Ministério do Desenvolvimento Agrário e os por ele designados negociariam as condições de cumprimento ou não de um decisão judicial. Estariam "ocupai do", melhor dito, "invadindo" as funções próprias do Judiciário. Eis porque o manual chega a falar de "eventual operação de desocupação". De fato, ela se tornaria totalmente eventual, senão aleatória.
Outra obra-prima da cartilha di respeito a que a polícia não fará o "desfazimento de benfeitorias existentes no local ou a desmontagem de acampamento", salvo por decisão voluntaria dos "ocupantes", isto é dos invasores. A destruição de benfeitorias das propriedades pelos invasores é permitida, porém as supostas benfeitorias e acampamentos dos invasores devem permanecer intactas. Aqueles que foram invadidos deveriam manter intocadas as "obras' dos invasores, não podendo dispor integralmente de suas propriedades.
O festival de arbitrariedades parece não conhecer limites. Ainda na operação de "desocupação", a Polícia, perante os "negociadores", "dependerá de prévia disponibilização de apoio logístico, tais como assistência social, serviços médicos e transporte adequado, que devera ser solicitado, por ofício, à autoridade judicial competente". Por que não utilizar os próprios ônibus e automóveis que foram empregados pelos invasores? Por que não utilizar o apoio logístico da organização revolucionária? Por que o contribuinte deve pagar por isto?

DENIS LERRER ROSENELD é professor de filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

28 de jul. de 2010

O 1º “Saloon” Automóvel no
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Rio de Janeiro



e

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o Palácio dos Desportos
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em Lisboa







O jornal “O Globo” traz hoje um artigo muito interessante. O jornal completa amanhã, 29 de Julho, 85 anos e decidiu fazer uma crônica sobre acontecimentos no Rio de Janeiro, nessa época.
Entre 1 e 16 de Agosto de 1925 realizou-se aqui a Primeira Exposição de Automobilismo. Foi um sucesso!




Aproveitaram-se para o evento os Pavilhões de Portugal e Espanha que tinham sido construídos para a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, e desde essa época desocupados!


O "Pavilhão" de Portugal na Exposição do Centenário
do Brasil


A Ford fez a maior festa: apresentou uma linha de montagem do seu Model T, que desmontou no fim da Exposição, mas assim mesmo, em 17 dias, montou algumas dezenas de carros! Além disso foi ela que usou o maior espaço de exibição com uma bonita coleção de outros modelos.






Diz o jornal que o navio que trazia os “aristocráticos” Hispano-Suiza se atrasou!

Um "aristocvrático (e carissimo!) Hipano-Suiza


Mas lá estavam entre outros os “Voisin”, da fábrica francesa Avions Voisin que nessa época eram também carros de luxo.


Os "Voisin" - Voitures de Rois !

A General Motors fez uma bela propaganda dos seus caminhões!

O caminhão GMC, carregado com duas toneladas de areia !


Pouco tempo depois, em 1929 o pavilhão de Portugal, construído com sobre estrutura metálica, foi desmontado e transportado para Portugal, reconstruído em Lisboa, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, e chamado Palácio das Exposições. A sua abertura deu-se em 3 de Outubro de 1932 com a Grande Exposição Industrial Portuguesa.Em 1946 foi adaptado para ser o Pavilhão dos Desportos, onde se disputou, em 1947, o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins – que Portugal venceu – e em 1984 trocou de nome para Pavilhão Carlos Lopes,


O bonito Palácio dos Desportes com seus azulejos

Este edifício, projetado pelos arquitetos Guilherme e Carlos Rebello de Andrade e Alfredo Assunção Santos, foi primeiramente construído no Brasil para a Grande Exposição Internacional do Rio de Janeiro, que abriu a 21 de Maio de 1923.Ainda me recordo de ter visto nesse Pavilhão, em Lisboa, talvez em 1940 ou 41, uma exposição com os prêmios que o jornal “O Século” – que Deus haja – mostrava ao público, e que seriam sorteados quando terminasse um concurso com figuras que se recortavam do seu jornal! Lembro-me que o primeiro prémio era um avião! Muito sonhei que esse avião me havia de sair!
E eu nem tinha idade para jogar!

N.- Imagens do jornal "O Globo" e do bolg "Lisboa Antiga"

28-jul-10

6 de jul. de 2010

O Paraíso Terreal



Sem crise, crescimento vertiginoso, big cacique com 80% de aprovação, terra sem vulcões nem terremotos nem tsunamis nem furacões, a maior reserva natural do mundo, e a perspectiva de ser governado por uma terrorista, mentirosa e “metida a macho”, não é necessário dizer qual é esse país da felicidade terrena.
Mas... alguns números e opiniões de técnicos e especialistas são de fazer inveja a qualquer alienígena:
Um dos números curiosos é que o país tem o sistema telefônico via celular mais caro do mundo! Com um custo 75% superior a Honduras o segundo mais caro, e 1.945% mais caro do que na Jamaica!
Em "O Globo" - 05/Julho/2010

Outro equilíbrio interessante entre as várias regiões paradisíacas: o gás, de consumo caseiro e industrial custa, no Rio de Janeiro, mais 37% do que em São Paulo, a capital da indústria e da finança nacional!
Como o paraíso paga os juros mais altos do mundo, o que, como é evidente, atrai capital especulativo a curto prazo, e com isto, para pagar esses juros vai-se aumentando a famosa dívida interna. Dívida essa que passa dos 61% do PIB nacional. (Um bomba relógio). A EU limita esse endividamento a 60%! E a previsão é que a taxa básica ainda aumente mais 2% até ao fim do ano!
É o melhor paraíso: emprestando dinheiro ao governo a mais de 10% ao ano... se tiver alguma poupança amealhada não precisa trabalhar!
Segundo o jornalista Elio Gaspari este paraíso “é um dos países onde mais se trabalha para sustentar o governo que, por sua vez, melhor remunera seus gordos credores. De uma lista de 135 países, o Estado paradisíaco, que tanto arrecada, disputa com o Turquemenistão a menor taxa de investimento do mundo.” UM dia, bomba relógio, o efeito Madoff vai bater-lhe à porta.
Para o eleitor ignorante anunciou-se e propalou-se aos sete ventos que o país finalmente pagara a dívida externa – leit motiv dos raivosos ataques da ex teórica esquerda – e que passou até a credor do FMI! Sensacional. Mas pagou como? Emitiu obrigações do Tesouro a cinco e dez anos, mundo afora, garantindo (?) pagamento de 6%, limpinhos, ao ano!
Além disso tem coisas que as minhas meninges não conseguem alcançar. Por exemplo: há dias fui comprar um medicamento. O atendente foi buscar a caixinha, passou no código de barras e eu li na tela do computador 49,75!!! Perguntei, pasmado: - 49 reais? – Não; isto é o desconto! – 49,75% de desconto é algo inimaginável, e assim mesmo as farmácias ganham brutalidades, porque finalmente o preço do medicamento ainda conseguiu ficar em mais do dobro do que nos EUA!
Mas também tem coisas “ótimas”: os medicamentos pagam, SÓ, 39% de impostos ao Estado!
Um automóvel produzido neste paraíso e exportado para a Argentina ou México é vendido nesses países por cerca de 30% menos do que na terra onde nasceu!
A média geral de impostos que os felizes habitantes deste Éden pagam é de 36,5% do PIB. Quase o mesmo do que a Noruega onde a saúde, a educação, a investigação, a... deixa p´ra lá!
Diz o big cacique no meio dos seus inflamados e ridículos discursos: “O povo tem que pagar impostos altos para termos um Estado rico”! Fantástica esta noção economia! Esqueceu Sua Sabedoria que a economia não se faz de impostos, muito pelo contrário, mas fomentando a produção, criando infra-estruturas e postos de trabalho em vez de distribuição de esmolas eleitoreiras.
E ainda surgiu em Portugal – ó pobre país! – um movimento para levar o big cacique para secretário Geral da ONU! Santa ignorância ou malvada subserviência, agora que o Éden está a crescer, à REVELIA DO GOVERNO ?
Acaba de cair da França um ministro que gastou, oficialmente doze mil euros em cigarros! Ou ele fumava muito, ou distribuía a convidados. Soube-se disso e o ministro... dançou.
Neste Paraíso a dança é outra. É a famosa dança da pizza, com distribuição de tanto dinheiro da roubalheira, que os “beneficiados” têm que transportar a grana escondida nas cuecas, nas meias, na carteira da deputeda, perdão, de-puta-da (o que é o mesmo!).
A nossa querida empresa monopolista petroleira tem um poderio financeiro incalculável e quase inesgotável. Precisa de conselheiros. Tudo amigalhaços: ministros, dirigentes sindicalistas e até a preposta candidata a substituir o big cacique. Como já têm ordenados – altos – do governo, vão ali buscar mais cinquenta mil dólares por mês para compensar a fadiga dos “conselhos”: reúnem-se uma vez por mês, quando...
Uma ONG, e eu não gosto muito de ONGs, calculou, há pouco tempo que neste Paraíso se desviam (palavra simpática para dizer roubam) todos os anos mais de 100.000.000.000, isso mesmo, mais de cem bilhões de dólares. O big cacique não vê, nem sabe de nada, os filhos e a camarilha ficam podres de ricos, os sindicatos são “abastecidos” com verbas do governo, criam-se milhares, centenas de milhares de cargos públicos altamente remunerados, e assim mesmo o país cresce. Só nester ano o big chefe encontrou lugar para mais 37.000 – isso, trinta e sete mil – comparsas que endividam mais o Estado em cerca de $ 2 bilhões de reais por ano! Mas são mais 37.000 votos a favor!
Às vésperas das eleições Sua Indecência distribuiu mais meio bilhão de reais! COMO? 50% para o partido do governo e o que o apóia. Para o da oposição... 0,5% !
Aqui se desenvolveu o mais moderno sistema de urnas de votação. Eletrônico! Foi um sucesso quando apareceu, mas NENHUM outro país do mundo comprou o sistema! Porquê? Basta alterar o programinha que os votos mudam de canal!!!
Assim mesmo o país cresce. Não admira. As entidades privadas sabem que este Paraíso é do tamanho de um continente, que tem milhões e milhões de hectares de terras agricultáveis, que é rica em minério e agora em petróleo, e, com governo ou sem ele, fazem “acontecer”. E o país cresce.
Até quando?

Nota: no texto anterior vê-se o big chefe respondendo a perguntas sobre infra-estrutura, desenvolvimento e juros altos!
 
5-jul-10

27 de mai. de 2010

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Movimento Internacional Lusófono
propõe, com uma petição na Internet para Secretário Geral da ONU:



Sem comentários

20 de mai. de 2010

O PALHAÇO VOADOR


Quem não se lembra de ver, naqueles circos, sobretudo os ambulantes, os Palhaços?
Era o Rico e o Pobre, ou o Esperto e o Estúpido, aquele vertido de arlequim, roupa vistosa, este esfarrapado, nariz vermelhão, calças larguissimas e sapatos de mais de meio metro. O Pobre sempre apanhava no começo, mas tinha a palavra final, deixando o Rico a perder! E o público divertia-se, ria, aplaudia.
Hoje o circo é algo de grande sofisticação e não tem mais aqueles artistas ambulantes que viajavam de terra em terra, com as suas carroças, onde levavam todo o equipamento para montar o circo, e onde também vivia a família que, normalmente, compunha todo o elenco. Saudades desse tempo, de espetáculos inocentes, em que os artistas faziam habilidades incríveis. Lembro de muitos que não vou citar porque seria uma longa lista, como um dos palhaços pobres que tocava habitualmente uma pequena sanfona ou concertina, mas dessa vez com um arco de violino, num serrote! “As czardas” de Monti! Uma maravilha.
Hoje os palhaços são outros, como os palhaços ricos do antigamente. Aparecem com ar de quem sabe tudo, enxovalham o pobre, que continua a apanhar pancada, mas no fim saem perdendo.
Nós temos por aqui o “palhaço voador”! Nada de trapézios, corda bamba, nem saltos mortais.
Este é dos ricos, riquíssimo, ultra rico. Cerca de duzentos milhões de espectadores que pagam para ver se ele, algum dia, consegue mostrar alguma habilidade. Até hoje só tem feito rir os que ouvem os seus pronunciamentos, e tal como os velhos palhaços ricos, tem os ouvidos tampados, porque não ouve, nem vê, nem quer ver o que se passa no circo montado à sua volta.
Mas este, tempos modernos, não se desloca em humildes carroças, ou mesmo de caminhão. Com todos esses milhões a pagarem, comprou um avião particular que custou, aos espectadores, claro, cento e cinquenta milhões de reais! Em quase dez anos de “arena” o palhaço já percorreu mais de 600.000 quilómetros, visitando países de alto interesse em palhaçadas, como o Cazaquistão, El Salvador, e sobretudo a Venezuela e Bolívia, sem deixar de passar por Cuba para divertir o “big chefe” Fidel e pedir-lhe a benção para continuar o espetáculo.
Depois, com sua habitual sensibilidade política, comandada pelas eminências pardas bolcheviques, apoiou o famigerado Zelaya, um típico petralha hispânico a mando de Chávez, como lhe chamou um repórter de São Paulo, para finalmente, como número de “sustância”, perto de terminar o seu show, arvora-se em interlocutor dum bandido, o assassino que nega o holocausto, e condena à morte qualquer opositor político, e assina, gloriosamente, com este e a Turquia, um tratado que nem enganoso é, mas que o tornou ainda mais convencido de ser o maior palhaço do mundo!
Covarde, como era típico dos palhaços ricos, este para diversão geral, nem coragem tem para falar ao seu querido amigo parto ou sassânida nos direitos humanos e nos assassinatos no seu país.
A Turquia assinou o tratado porque sempre vai ganhar uns trocos enriquecendo parte do urânio persa, de modo que qualquer acordo lhe seria favorável, e o palhação porque pretendia dar uma lição de diplomacia ao mundo!
Está a sair-lhe o tiro pela culatra. Pretensioso, convencido de ser um grande líder mundial, venerado pelo outro palhaço Zapatero, cara de anedota e nariz de Pinóquio, comandado pelo que aqui se chama de “Itamaraty B”, o das eminências bolcheviques, continua a ter uma imensidão de espectadores, babacas a aplaudir.
O perigo está em ver esses babacas a querer continuar a assistir à palhaçada!


19-05-2010

17 de mai. de 2010

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Crise, Grécia, Sócrates, etc.



Como é evidente, todos sabem que a nossa civilização é greco-romena. A grande hegemonia da Grécia matemática, astronômica, filosófica morreu há muito, a do Império Romano, com a sua disciplina militar e os municípios, idem, e o esplendor quinhentista de Portugal, “dando novos mundos ao mundos”, ibidem que nem o ouro. os diamantes e as esmeraldas das Gerais do Brasil conseguiram segurar.
Também se lembram – agora mais do que nunca, os portugueses – que Sócrates, o grego, foi envenenado com cicuta.

Mas a história da má administração, da corrupção não terá vindo do Sócrates. Este, há 2.500 anos, acreditava que os atos errados eram conseqüências da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio. Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material.

O problema é que já não se fazem mais Sócrates como antigamente!

No século XVII, em França, o Tiers acusava que a perda de receitas do Estado poderia vir das pensões e outros benefícios pagos largamente à nobreza. O conselho de Estado concordou mas nada fez para alterar a situação.

Vendiam-se títulos de nobreza, postos rendosos na administração pública, a que os membros do Tiers acediam por seram burgueses ricos, e que lhes permitia não só enriquecer ainda mais, como aceder também à nobreza!

Os Tiers teoricamente representavam o povo das cidades e os camponeses. Tal como o PS, os PCs, e quaisquer outros partidos políticos. E vivia-se a constatar que o governo seguia ao sabor das intrigas da corte, do clientelismo, onde a venalidade imperava, à mistura com a alta corrupção e despreparo, ou inépcia.

Querem retrato mais fiel e atual da situação em que vive hoje a maioria dos países na Europa... e em todo o mundo?

Em Portugal, com administradores públicos a ganharem centenas de milhares de euros por mês, um clientelismo exacerbado e vergonhoso, e um total desprezo pela res publica, o que há a esperar? O mesmo que se passou sempre, desde que exite administração pública, reis, chefes, etc.: aumentar os impostos da gente que trabalha, e que regra geral representa oitenta ou mais por cento da população! Fácil, mas isso só leva à revolta, à diminuição de circulação de bens, à pobreza, à inflação, e por fim, antes de aparecer outro Salazar, à desvalorização da moeda - veja-se o Malawi - , por muito que os alemães não queiram.
Não se assassinam mais reis e duques, e dificilmente primeiros ministros, etc., o que dificulta um “volte face” da situação, Mas o povo TODO, TODO, nas ruas, sem bandeiras de partidos, quaisquer que eles sejam, deve ajudar. Com bandeiras de partidos políticos só piora, porque se está a ver que eles querem é mamar na teta que tem alimentado os outros! Sempre assim foi, agora não vai mudar.

O século XVII, em praticamente toda a Europa central, incluindo Russia, Polónia e o famigerado Império dos Habsburgos, viveu de revoltas, sobretudo dos camponeses, sobretudo em anos de seca, quando os “chefes” por terem menos receita, mandavam aumentar os impostos.

Nesse tempo até que não era tão difícil acabar com uma revolta popular porque o povo normalmente cortava o pescoço dos coletores de impostos e... os condes ou duques aproveitavam para aumentar o seu poder junto do governo central, o rei.

Como não há mais rei, nem rei nem roque, a Babel está instalada, e a ruina do “império” da União Europeia não se apresenta tão irreal e longíquo!

Pobre Europa! O berço da civilização ocidental está e seguir os passos dos gregos e dos latinos.

E os grandes especuladores internacionais a rirem e bater na barriga de alegria com o cada vez maior enriquecimento à custa da pura especulação.

A culpa disto vem-nos dos Estados Gerais que depois se chamou Holanda. Foi lá, onde não havia rei e o governo estava na mão dos mercadores mais ricos, que se inventou uma bolsa de valores, para captar dinheiro do povo, e logo a seguir a bolsa de futuros, que, já nessa época permitiu que se fizessem e perdessem fortunas com a especulação. Sabem há quanto tempo? Mais de quatrocentos anos.

E como lutar contra essa canalha?

É difícil, mas nada é impossivel.

17-05-2010



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A BABILÓNIA

Atenção: Este texto foi escrito em Set/2000

Apesar das controvérsias sobre o significado da palavra Babilónia, a verdade é que hoje quando alguém diz isto é uma babilónia¸ está a dizer que isto é uma confusão, uma bagunça, onde ninguém se entende.
Há quem atribua a origem da palavra a Bab-ili, que seria a Porta de Deus. Seja como for também o Génesis diz que foi por causa da Torre de Babel que Deus acabou pondo cada homem a falar a sua língua, para que não se entendendo se dispersassem, e não insistissem na teimosia de querer chegar ao céu através da tal torre.
Mais tarde apareceram os línguas, os poliglotas, os tradutores, os dicionários, tudo para ver se homens, que teimam em não se entenderem, pelo menos imaginam o que os seus semelhantes querem dizer, ou mais profundamente, o que estão a pensar!
Consta agora que pela União Européia vai uma baita babilónia com o gravissimo problema da venda do passe dos jogadores de futebol, quando terminado um contrato!
Os governos todos empenhados nisso, ministros, embaixadores, juristas, enfim um enxame de gananciosos à procura de uma lei que lhes permita mamarem mais alguma grana com os pés dos virtuosos da bola! Não dá para acreditar que se mobilize tanta gente importante por causa do futebol.
O mais babilónico de tudo isto é que ninguém está preocupado com o jogador, não. É na entrada de divisas no seus país, quando não tarda nada acabam as tais divisas, na Europa.
Mais babilónico ainda é o assistirmos, há milhares de anos, a congressos, senados e diversos outros conjuntos de gente que se reúnem para fazerem leis, sabendo de antemão que essas leis têm como finalidade primária o interesse dos poderosos.
Tempos houve, e ainda há num ou outro canto deste planeta global, em que o pobre nem sequer podia levantar a cara e olhar nos olhos do chefe! Era lei.
Tempos há em que as leis são iguais para todos, mas todo o mundo sabe que há uns todos que são mais do que os outros todos!
Nos processos jurídicos é tal a babel que se faltar uma vírgula no texto o outro, se for pobre, pode até nem ser condenado, mesmo que tenha sido flagrado a roubar, matar, estuprar. Rico então... para quê o texto?
No Brasil Deus juntou emigrantes de quase todos os cantos do mundo. Os primeiros a emigrarem lá donde tenha sido, foram os que se convencionou chamar-se de índios, depois vieram os portugueses, e meia dúzia de franceses, a seguir levas infindas de africanos, holandeses, e por fim italianos, alemães, espanhóis, japoneses, coreanos, chineses, hindus, palestinos, libaneses, turcos, árabes, e os outros etc. todos.
Esse povo, trabalhador, desbabelizou-se num instante, e contribui para o progresso do país. Os outros, os que vão para a administração pública, salvo honradas e ignotas exceções, babelizam-se e não entendem mais a vox popula.
Neste país, como em toda a parte do mundo, há que pagar impostos. Muitos impostos. Imensos impostos. Injustos impostos. Quem paga a maioria deles somos nós. Os outros fazem ouvidos de... babel.
Um deles é o Imposto de Renda, que se vai depositando ao longo do ano. Quando por fim o cidadão, o comum, apresenta a sua declaração, pode ter direito a restituição.
O japonês, um dos povos com mais dificuldade a aprender português, em terra estranha muitas vezes permanece fechado no círculo da família onde a sua língua original é falada quase em exclusivo. Só os filhos, nascidos ou criados no Brasil, vão para casa a falar a língua dos coleguinhas de escola e assim o português, lentamente, vai repondo as línguas dos emigrantes.
Vovô Takashiro fez a sua declaração anual do imposto de renda. E aguardou. Tempo passado, falando pouco mais que japonês, sem receber resposta da receita federal, foi a uma das suas repartições saber se tinha direito a receber de volta algum trocadinho que lhe fazia falta.
Dirigiu-se a uma funcionária e:
- Eu Takashiro Kakombi.
- O que o senhor deseja?
- Fukhyu? Fukhyu?
A funcionária, dona Violante, que não sabia muito de inglês mas estava cansada de ver estas educadas palavras nos filmes americanos que passam na tv, ficou... p. da vida! Foi chamar o chefe.
O chefe olhou para ele, ar grave, e Takashiro, calmo, sorriso amarelo e enrugado, voltou a repetir
- Fukhyu? Fukhyu?
Escândalo. Polícia. Delegacia. Takashiro, sem entender nada do que se passava. O delegado mandou chamar alguém da família dele, que chegou horrorizada por ver seu honrado chefe de família quase trancafiado no meio dos bandidos.
- Seu delegado, o que fazer meu honrado pai?
Delegado, constrangido (delegado constrangido?) lá explicou o que se passara na repartição da receita federal, quando seu Takashiro insultara a dona Violante.
- Oh! Seu delegado! Meu honrado pai não falar bem poruguês. Esse palavra feio a inglês, no Japão querer dizer restituição! Ele só querer saber se tinha restituição do IR.
Nessa altura dona Violante foi consultar a ficha dele e aproveitou para se vingar:
- Fukhyu.
- Como?
- Em inglês. Não tem!

11 set 2000

4 de mai. de 2010

CARTA AOS PORTUGUESES



Eu também tenho raízes nessa terra, e por isso estou à vontade para comentar.
Portugal está à beira da bancarrota, como esteve diversas vezes durante a sua história.
No antigamente os reis, quando o caixa estava a zero, pediam dinheiro emprestado aos negociantes judeus, e... não pagavam! Em 1580 a “nobreza” que sobrara de Alcácer Quibir, vendeu-se barato a Filipe II – o nosso “I” – e assim a coroa de Castela se sobrepôs às Quinas, e ajudou o país a ficar mais pobre.
Com o final anárquico da monarquia e ainda com mais profunda anarquia depois da República, Portugal chega a 1926 falido, e a única alternativa parecia ser pedir mais dinheiro à Sociedade das Nações que para isso exigia colocar nas nossas alfândegas fiscais seus para se irem pagando do empréstimo. É evidente que isto era uma afronta à “nossa” soberania, e foi rejeitado.
Surge um novo Ministro das Finanças que em 1926; vendo a bandalheira que reinava no governo, simplesmente abandonou o Ministério e voltou para a sua cátedra em Coimbra. Sem solução, os militares exigiram do Presidente da República o retorno do “professor de Coimbra” que parecia o único capacitado a arrumar a casa.Três meses depois a inflação estava debelada, e os agiotas da tal Sociedade das Nações voltaram, mas desta vez de chapéu na mão, a oferecer crédito a Portugal.
- Muito obrigado, não precisamos!
Passam-se sessenta anos e para a unificação da Europa, Portugal, mais uma vez pobre e sem planos de futuro, começa a receber as esmolas da União Européia. Cavaco Silva faz a festa. Até parecia um bom governante. O dinheiro sobrava, e ele dizia na televisão, convencido, arrogante, em palavras que traduzidas para a linguagem comum, queriam dizer “aqui o único bom sou eu”!
A ele sucederam-se uma série de politiqueiros, sempre a oposição qualquer que seja a impedir os projetos, melhores ou menos bom do governo, e novamente Portugal começa a “meter” água e afundar!
Ultimamente, em vez de discutir rigor administrativo, redução de despesas, despedimento de apaniguados e outros ladrões, faz a pomposa EXPO, “estuda” um aeroporto monumental para concorrer com os melhores da Europa, prossegue os estudos de um TGV para as pessoas demorarem menos uns minutos para irem de Lisboa ao Porto, assiste impávido ao fechamento de industrias, aparece sempre sorrindo no comícios, e a “barca portuguesa” a afundar.
Agora a perspectiva é cair em cima dos aposentados, roubar-lhes dois salários anuais, o que é uma violência para quem não foi administrador da Caixa Geral de Depósitos, da EDP, da PT, ou de outras mamatas, e levar o país à revolta, se não armada, que isso parece que já não existe na Europa, mas à paralisação com greves e outras manifestações. E a maior pobreza.
No último texto (http://www.fgamorim.blogspot.com/) referi que só é político quem não sabe fazer mais nada. Mas há muito boa gente em Portugal que sabe administrar, e como bom português tem a obrigação de ajudar o governo, aliás o Estado, que é o mesmo do que se ajudar a si próprio. Como?
É simples. Chamar para conselheiros os empresários mais bem sucedidos no país, e deixar os políticos assinando compra de vassouras, e os professores universitários a ensinar teoria aos alunos.
Nem precisa pagar aos empresários. Eles têm dinheiro para se deslocar a Lisboa com regularidade e indicar ao primeiro ministro e – quase todos – ineptos ministros, como se sai duma crise, como se progride, etc.
Inflou-se a máquina administrativa até estourar. Pois que se desinfle! Há funcionários em excesso, que entretanto adquiriram direitos constitucionais... pois que se altere a constituição. Saíram penduras de lugares altamente remunerados e continuam a receber aposentadorias milionárias... pois que se reduza o que recebem!
Portugal não está a viver a véspera da bancarrota? Declare-se o estado de sítio, quase de guerra, que parece pode vir a ter, como na Grécia, e arrume-se a casa.
Atropelem-se os amigos, despeçam-se os penduras, enfim, faça-se aquilo que qualquer bom gestor faria.
E se por fim sobrar algum dinheiro, que se invista em educação, tecnologia, investigação, porque a cortiça, algumas peras e cinco mil marcas de vinho, não vão sustentar o país. Sobra o turismo cada vez mais concorrenciado pelos países do Norte de África, Cabo Verde, etc.
Porque só fazer discursos empolgados e esperar que a Senhora de Fátima resolva o assunto... não resolve.


Francisco G. de Amorim
03/05/10

15 de abr. de 2010


Pérolas do Banco do Brasil



O Banco do Brasil possui um departamento chamado "Carteira de Crédito Agrícola"; uma de suas responsabilidades é fiscalizar a utilização dos empréstimos. Esta fiscalização é feita por funcionários do banco, que visitam as propriedades e fazem relatórios técnicos da situação encontrada. Abaixo, alguns trechos destes "relatórios, transcritos exatamente conforme os originais":



* Visitamos o açude nos fundos da fazenda e depois de longos e demorados estudos constatamos que o mesmo estava vazio.



* Era uma ribanceira tão ribanceada que se estivesse chovendo e eu andasse a cavalo e o cavalo escorregasse, adeus fiscal.



* Na minha opinião, acho bom o banco suspender o negócio do cliente para não ter aborrecimentos futuros.

* O sol castigou o mandiocal. Se não fosse esse gigante astro, as safras seriam de acordo com as chuvas que não vieram.

* "Cobra" - Comunico que faltei ao expediente do dia 14 em virtude de ter sido mordido pela peçonhenta epigrafada.



* Os anexos seguem em separado.

* Se não fosse o sol, tudo indicava que a chuva aumentasse a safra.



* Cliente aguarda a capilaridade pluviométrica da zona para plantar a mandioca em local mais macio e úmido.

* A casa de farinha nunca foi para a frente porque o mutuário que fez o empréstimo deu para trás e nunca mais se levantou.

* Fui atendido na fazenda pela mulher do mutuário. Segundo fiquei sabendo, ninguém quer comprá-la e sim explorá-la.

* Imóvel de difícil acesso. O mato tomou conta de tudo, deixando passagem só para animal rasteiro. Próxima vistoria deve ser feita por fiscal baixinho.

* A máquina elétrica financiada é toda manual e velha. Fazendeiro financiou a máquina elétrica mas fez todo o trabalho braçalmente e animalmente.

* Gado está gordo e forte, mas não é financiado e sim emprestado somente para fins de vistoria. O filho do fazendeiro está passando férias na Disney.

* Trajeto feito a pé porque não havia animal por perto, só o burro do fazendeiro. Despesa de locomoção grátis.



* Contrato permanece na mesma situação da vistoria anterior, isto é, faltando fazer as cercas que não ficaram prontas.

* Mutuário adquiriu aparelhagem para inseminação artificial mas um dos touros holandeses morreu. Sugerimos treinamento de uma pessoa para tal função.



* Tempo castigou a região. O sol acabou com a farinha e a chuva com o feijão.



* As garantias permanecem em perfeito estado de abandono. Cliente vive devidamente bêbado e devendo aos bares , a Deus e ao mundo.



* A euforbiácea foi substituída pela musácea sem o consentimento e autorização de nosso querido banco.

15.abr.10

13 de abr. de 2010


O RETORNO DE DEUS



No pequeno lugar ao sul de Inglaterra, Clayton, numa simpática e simples “cottage”, casa típica das áreas rurais inglesas, Peter vivia com sua família, mulher e um casal de filhos na faixa dos 10 a 12 anos. Todas as manhãs saía de casa, andava cerca de quinze minutos até à estação de Hassocks para apanhar o trem para Londres onde trabalhava há mais de dez anos na mesma empresa.
Homem traquilo, decidido e enérgico profissional, bom chefe de família, tinha, aparentemente, tudo para estar de bem com a vida. Aos domingos acompanhava a família ao serviço religioso, e sempre de lá saía cumprimentando os vizinhos, amigos e o pastor, mas com a estranha sensação de ter simplesmente perdido tempo.
O ambiente da igreja e os sermões do pastor, não lhe diziam nada, mesmo procurando estar atento, e isso acabou por se tornar para ele uma preocupação.
Num desses domingos, um lindissimo dia de primavera, primavera com aquelas cores que só a Europa do Norte tem, nem um único fiapo de nuvem nos céus. Sentado numa cadeira de jardim, Peter contemplava aquelas terras verdes e bonitas que se estendiam para alem do limite do seu terreno. Eram dum agricultor que parecia estar a desistir da sua milenar profissão por não poder competir com os grandes produtores, e até abandonara um equipamento agrícola que jazia a uns duzentos metros de sua casa. Ia ganhando ferrugem, entristecia um pouco aquele ambiente de calma e paz, e nada tinha já que se aproveitasse.
Peter deixava o seu pensamento correr ao sabor daquela tranqüilidade, e teve então um quase sobressalto que de há muito mexia com a sua cabeça: “Se Deus existe, porque será que eu nunca me apercebi da Sua existência! Quanto gostaria de ter um sinal, qualquer que fosse!”
Naquele instante, do limpissimo céu claro, caiu um raio e um trovão com um poder imenso. Peter na sua semi sonolência não esperava tamanho estrondo e quase caiu da cadeira! Olhou em frente e viu que o raio atingira exatamente aquela maquina abandonada e que a fizera em frangalhos. E o céu não escureceu, nem qualquer outra nuvem se formou!
Peter temeu! Seria este o sinal que ele esperava que o tal Deus lhe mandasse? A verdade é que não havia nos ares a menor condição de formação de trovoada, e o trovão deu-se assim que ele “pedira” um sinal. Ficou abalado. Que “sinal” estranho aquele! Não conseguiu almoçar nesse dia, mal falou com a mulher e filhos deixando a família receosa que algo estivesse a afetar a sua saúde. Quiseram levá-lo ao hospital, mas ele respondia que estava bem. Podia estar bem mas parecia um estranho no seu próprio ambiente!
No dia seguinte voltou à rotina de ir pegar o trem, mas ao chegar à estação sentiu-se quase cambaleando, voltou para casa e avisou a empresa de que não estava passando bem. Jamais faltara por essa razão de modo que, se profissionalmente isso não o afetava, os colegas e superiores ficaram preocupados.
De volta a casa foi sentar-se na mesma cadeira onde na véspera assistira ao estranho fenômeno, e ali esteve quase todo o dia à procura de compreender o que se tinha passado. Queria reagir, sair daquela espécie de torpor, e decidiu que no dia seguinte, sentindo-se bem ou mal, voltaria ao trabalho.
O dia correu-lhe pesado, e até os colegas estranharam o seu silêncio e quase absentismo. Como na véspera avisara que não se sentia bem, o que era verdade, pensaram que seria ou o começo ou final de algum resfriado mais forte.
No final do dia saiu, como de costume, depois de todos os outros, e foi para Victoria Station pegar o trem de volta a casa.
Sentado num canto da carruagem, procurava nas páginas do “Evening Standard”, que sempre lia nas viagens de regresso, algo que ocupasse a sua mente cansada nem ele mesmo sabia exatamente porquê.
Na sua frente sentou-se uma mulher jovem, muçulmana, a cabeça coberta com o tradicional hijad, e ao seu lado um homem de origem africana, de meia idade, folheando também o mesmo jornal.
A viagem durava habitualmente quase duas horas; dava tempo para muitas vezes ainda cochilar um pouco, mas nesse dia era no jornal que procurava distrair-se.
Pouco tinham andado, talvez uns quinze a vinte minutos e, de repente, outro estrondo imenso, atirou com todos os passageiros para fora dos seus lugares, sentiam-se ferragens a torcer e a gemer até que a carruagem finalmente parou, fora dos trilhos e inclinada sobre um dos lados.
A composição tinha-se chocado com outra parada irregularmente na mesma linha!
Ouviam-se gritos de dor e pedidos de socorro. Grande desordem e caos dentro de cada carruagem. Peter foi projetado nem ele mesmo percebeu para onde e como. Deve ter perdido os sentidos por alguns momentos e quando começou a ter consciência da situação, percebeu que tinha havido um grave acidente. Sangrava, mas nem percebia de onde. À sua volta corpos espalhados, contorcendo-se e sangrando. Perto, com um profundo golpe na cabeça, reconheceu a mulher que vinha sentada na sua frente. Deslocando-se com dificuldade e muita dor em todo o corpo, procurou ajudá-la. Com o seu casaco improvisou uma espécie de almofada onde deitou a cabeça da mulher, depois de ter afastado o véu, rasgado, deixando à vista uma ferida grande. Com palavras calmas ajudou a mulher a agüentar o sofrimento e ajeitou-a num canto da carruagem.
O homem que vinha a seu lado, jazia também, sem sentidos, uma perna retorcida. Tinha uma grave fratura exposta! Peter rasgou a sua camisa e fez um torniquete na perna do desgraçado que sofria horrivelmente.
Ajudou ainda alguns mais até que exausto se sentou num canto, aguardando socorros, que não tardaram. Todos levados para o hospital mais próximo, Peter só pensava porque razão ele havia socorrido primeiro uma mulher muçulmana e um negro! Podia ter ajudado uns outros quantos, mas foi a esses dois que dedicou a pouca energia que conseguiu reunir até cair exausto.
No leito do hospital começou a pensar que tudo quanto lhe estava a acontecer eram “coincidências” demais! Primeiro o raio e o trovão, e depois o auxílio que prestara tão imediato àqueles dois que considerava “semi” estrangeiros!
Seria tudo aquilo “obra” de Deus que lhe queria mostrar que a vida só tem valor quando a dedicamos, desinteressadamente, aos outros?
Tão logo teve alta do hospital foi direto à igreja e, meditando com humildade, foi-se apercebendo que o “tal” Deus, afinal, lhe dera um recado completo!

12-abr-10

do Brasil, por Francisco G. de Amorim