30 de dez. de 2009

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Fim de ano

A bola de cristal



Janeiro 2007
Faz dentro de dias 3 anos que escrevi um artigo com o título de “PAC, PAC, PAC” comentando o grande pronunciamento de sexa big líder, que afirmava, na sua rouca voz aloolisada, que o Brasil ia finalmente deslanchar, ao fim de mais de 500 anos, com o esplendoroso programa PAC –Programa de Aceleração do Crescimento – onde o (des)governo iria investir 500 bilhões de reais, para o que não dispunha nem de 30!

Como entrava pelos olhos dentro, daqueles que têm olhos, como é óbvio, era uma deslavada mentira, uma afronta aos que por azar têm um mínimo de capacidade de refletir e pensar.

É verdade! São passados 3 anos, e constata-se, em números divulgados pelo mesmo (des)governo que dos 12.520 – DOZE MIL QUINHENTOS E VINTE – projetos/obras do tal PAC, até hoje não se completou mais do que 9,8%.

Não é nem vergonha! É caso de polícia. Quando um estelionatário engana um incauto, tem ocorrência policial, julgamento e prisão (prisão se o golpe for pequeno. Grande... já vamos ver!). Aqui, no país do faz-de-conta, o indivíduo tem 70 ou 80% de aprovação da população!

É verdade e, podem escrever, jamais se vão cumprir 20% que seja desse programa vigarista!



Abril 2009
Grande reboliço nos órgãos de informação: um juiz e um delegado da polícia prenderam, com grande aparato – televisão, rádio, repórteres de toda a informação, etc.- um banqueiro chamado Daniel Dantas, bilionário, porque teria feito (fez quase de certeza um monte de trambiques!), e que também... só havia dado ao minino lulinha, um dos filhotinhos de sexa big líder, um monte de milhões que o transformou, da noite para o dia, de faxineiro zoológico em latifundiário, com milhares de cabeças de gado, e mais um total de área de fazendas de largos milhares hectares, etc.

Quem nós imaginávamos que tinha esse poder “transformatório” era só a fada madrinha com a sua varinha mágica. Mas aqui não. Qualquer um que tenha dinheiro, transforma o maior miserável filhinho de big líder em grand seigneur (salvo seja!). Esses filhos de... são muito humildes e aceitam qualquer quantia que se lhes dê, de preferência... muita! Se for necessário, e enquanto a grana não emigra para paraísos fiscais – que apesar da pressão do Obama continuam operando “na maior” – transportam-na nas cuecas, meias etc.

Mas diz esse texto de há oito meses que, como o “doador e o recebedor” eram recíprocamente muito agradecidos, iria acabar tudo em pizza! Io te do una cosa a te, tu me dai una cosa a me!

Processo judicial complexo, prende-se o banqueiro, solta com hábeas corpus, prende o banqueiro, solta com hábeas corpus (não fui eu que repeti!), prende o banqueiro. E segue o processo no SUPREMO e “o da grana” na cadeia.

É verdade. Finalmente o processo foi anulado no supremo tribunal de justiça (justiça ?) porque segundo o parecer dos supremos doutos, todos amigos do big... o processo estaria mal configurado (nem sei como se diz isso em advocacia), que se obtiveram escutas e outras provas ilicitamente, etc. O tal Dantas acaba de ser libertado.

O lulinha continua milionário e o papázinho dele só tem que pensar nos outros filhotinhos, se é que não estão já todos cheios da grana! Devem estar.

Moral da história: acabou ou não em pizza?




Qualquer mês de 2002

Os americanos vão à guerra no Iraque. A minha filha que vive em Londres fica preocupada porque o senhor Blair alinhou logo, disse que o Saddam tinha montes de bombas de destruição em massa, e manda uns milhares de jovens para o açougue do senhor butcher.

Pergunta a minha filha: “Pai o que é que vai acontecer com esta guerra?” A resposta foi simples: “O que toda a gente já sabe! Os americanos “ganham” a guerra em dois tempos, e depois de semearem o caos no Iraque, não vão saber como sair de lá.”

A bolinha de cristal, nessa ocasião nem precisou de grande esforço para “prever o futuro”, tal como hoje ela sabe perfeitamente que a guerra no Afeganistão, estejam lá 100 ou 200 mil soldados, não tem como ser ganha!

Já morreram milhares de americanos, ingleses, franceses, etc., vão morrer muito mais e um dia, talvez daqui a dez ou quinze anos, esta tropa toda vai de lá sair com o rabinho entre as pernas.

Há guerras que não têm fim. Estas duas são desta “qualidade”.



Podia continuar a transmitir-vos o que diz a minha bola. Mas para que falar do conflito israelo-palestino, do Yémen, do Sudão, da Somália e do arsenal atômico do Iran, quando já se antevê, quase a olho nu, as catástrofes que estão para vir?



O que vale é que, com ou sem acordo de Copenhague, aqui no Brasil, ainda pouco se sentem estas desgraças.

Ficamo-nos com as vigarices, trafulhices, governices corruptas e outras verdadeiras maravilhas brasilienses que por vezes nos fazem esquecer ou disfarçar a vergonha da nossa política.
Quem dera que se pudessem realizar os votos que, nesta quadra milhões de pessoas enviam: "Que 2010 traga paz!"

30.jan.09






















23 de dez. de 2009

Hamlet



ou a omelete dinamarquesa


No frigir dos ovos... “tudo como dantes no quartel de Abrantes!”
Só politicalha! Ninguém se compromete perante os seus eleitores ou súbditos, como o caso da China, e o mundo que se lixe!
Até o “super messias” Obama, teve que dar o recado que possivelmente não queria, mas que o congresso mandou!
Que se dane o futuro, que se danem os países emergentes e os, em breve imergentes, como as Maldivas, mas sempre “primeiro a mim” e, se sobrar, aos outros. Só que, por este andar, nada vai sobrar. Ninguém quer ficar de rabo preso.
O terceiro mundo diz que são os ricos que devem pagar a conta, os grandes emergentes insistem que o desenvolvimento passa invariavelmente pela fase da destruição, a Europa num desequilíbrio completo - a maioria dos países em extrema dificuldade - sem saber o que dizer, o teatro segue e baixa o pano com lágrimas não de emoção pela arte dos atores, mas pela falsidade dos mesmos.
Tal como o Hamlet, e vem muito a propósito pela geografia do encontro, acabamos de assistir a uma grande encenação teatral, a um drama profundo. Só do Brasil foram mais de 800 atores! 800! Para que? Para verem a representação do big líder que foi até aplaudido pelos restantes comediantes.
E plagiando o drama de Shakespeare tivemos ali todos os elementos duma grande peça: traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade.
Traição à vida que está em jogo. A vida de todos os seres vivos deste planeta. Vingança da politicalha, sobretudo dos opositores que sempre estão no melhor lugar para falar mal e nada concretizar. Incesto... porque vão em cima dos irmãos! Corrupção... evidente, e alguma moralidade, normalmente falsa, como a demagogia, como do big lider brasileiro a propor oferecer dois bilhões de dólares para ajuda aos países pobres, quando parece “ignorar” que no seu (dele) país falta, MUITO, o ensino básico de qualidade, saneamento, justiça, etc., e continuam a vegetar milhões de pobres. E, no encontro contra a poluição do planeta, ainda vai autorizar a construção de cinco usinas termo-elétricas!
Mas foi aplaudido e isso traduz-se em prestígio, mesmo todos sabendo a mentira, a afronta que representa.
Pode dar os milhões aos países pobres. Mas também esqueceu um ligeiro detalhe: que a mão esquerda não saiba o que faz a direita. E neste caso só interessa o que a “mão direita” prometeu. Não o que fez.
194 países à espera que o Papai Noel trouxesse no seu trenó um monte de presentes climáticos. Mas as renas... fizeram greve!
A pergunta que no fim desta caricatura mundial ficou no ar foi a mesma:
- To be or not to be?
To be o quê? Foi isso que ninguém soube ou quis responder! To be responsável.


22.dez.09

17 de dez. de 2009

NATAL

A época do Natal tem pelo menos uma vantagem: algumas pessoas que vivem “escondidas” o ano inteiro aparecem para desejar “Boas Festas” e assim não se deixarem cair num esquecimento completo.
É, de qualquer modo, sejam as intenções boas ou simplesmente “obrigatórias”, saudável esta troca de votos.
O problema é que sempre esquecemos alguém, por vezes um dos amigos mais queridos, não porque estivesse fora do nosso coração, mas porque... porque... esqueceu!
Desta vez achei mais fácil mandar um abraço a todos aqueles que quiserem abrir este bolg que, se tem sido um meio de expor a minha indignação perante tamanha sem vergonhice dos dirigentes, também me permite volta e meia trocar idéias “africanas”, e não só, com muita gente.
Em vez de mandar aqueles e-mails com sininhos, meninos e meninas cafonas a cantar umas cantiguinhas que ninguém já suporta, pensei que este seria o melhor caminho para vos, dizer, aos que estão a ler, quanta falta me faz a vossa companhia, seja de amigos de há muito ou de alguns que nunca conheci.
Todos fazem falta. Não somos todos irmãos? Não temos mais afinidade ou entendimento com uns irmãos do que outros? Não temos uma imensa quantidade de irmãos que nada têm de genética - recente - conosco, e com quem tanto nos identificamos?
Nós acabamos de ganhar um neto cuja existência simplesmente sabíamos, e sempre entendemos que jamais deveríamos intervir na família que o deu à luz e educou. Mas agora, com 27 anos, tomou conhecimento de quem era o seu pai biológico, apareceu, reunimos a família carioca, fizemos-lhe uma festa de recepção, e veio viver conosco!
Há pouco tempo, por coincidências internéticas, surgiu um “parente”, que vive em Montevidéu, sabendo que haveria na sua “árvore genealógica” alguns nomes da nossa família! Estudadas as “árvores” constatámos que temos um antepassado comum que viveu há cerca de 300 anos e é o nosso 11º avô, basco!
E se Adão e Eva são figuras metafóricas (apesar de, seguindo a minha genealogia que vem já na Internet, chegar a esse simpático casal !!!), não é verdade que somos todos irmãos, e que nesta altura do ano, talvez com mais força do que noutras ocasiões, não ressoa nos nossos ouvidos, ou só na mente, que só se resolve o problema da fome, do meio ambiente, das guerras, da inveja, do desentendimento político, religioso, social econômico e financeiro, quando de fato formos capazes de nos amar uns aos outros como irmãos?
E posso esquecer todos estes e mais aqueles que conheci nos recônditos de Angola e Moçambique e noutros lugares do mundo, muitos deles cujos nomes já não sei, mas cuja imagem permanece, mesmo difusa, no nosso espírito?
E de todos os que tanto precisam de nós, que “sofrem fome e sede de justiça” e que nós, por comodismo ou impossibilidade, não lhes podemos valer?
É esta a nossa mensagem deste Natal, do próximo, e de todos os dias entre quantos Natais houver:


”Que nos amemos uns aos outros como irmãos”!


Vamos procurar não deixar de fora do nosso coração um só. Daqueles que são família, dos amigos iguais à família, dos conhecidos e dos desconhecidos.
Se quisermos cabem todos. É só querer.
Mas como sou um frágil ser humano, o que me vai ser difícil é conseguir beber um copo à saúde de cada um! Mas... tentarei!
 
17.dez.09

12 de dez. de 2009

MERDA !


A nova palavra de ordem presidencial !


“Vou tirar o povo da merda!” Afirmação do big líder em pronunciamento oficial através da televisão. E, como nos sambas, insistiu no refrão, repetiu: “Vou tirar o povo da merda!”

Se até há pouco esta palavra era considerada baixo calão, coisa de pessoas chulas, sem qualquer nível, a Lusofonia que se prepare para retirar a palavra da baixaria e a colocar nos altos níveis de pronunciamentos que são esperados de um Presidente da República.
Mas com este linguajar o presidente da merda, só ganha cada vez mais popularidade, aqui e pelo mundo todo, ao ponto de em Espanha ter sido considerado a Personalidade do Ano! Aqui, internamente, ainda seria natural, já que o nível cultural da maioria da população é de m#@&a, e adora ouvir este tipo de palavreado. Eles adoram, aplaudem e gritam na euforia da ignoraria; “Viva! Ele é coma nóis!”
Mas Espanha dar o título de personalidade do ano a um presidente que só fala m&@#a! ?
Será por causa do estado de pré falência em que se encontra o “grande país ibérico”, e assim tentar levar uma esmolinha do Brasil?
Esta frase bombástica e mal cheirosa, que envergonha os brasileiros, tem a ver com o saneamento básico. Só que:

- em sete anos de (des)governo petista o volume de dinheiro aplicado em saneamento ficou em torno de 12% da verba orçamentada! O resto... é um mistério da m&@#a!
- para levar saneamento básico a todo o país, segundo os especialistas, e aplicando-se integralmente os valores orçados, seriam necessários 66 anos!
A perspectiva não é saudável! Mais 66 anos de m&@#a, dá para pensar que a numenklatura petista está a preparar-se para copiar o regime soviético que durou 70 anos, ou o chavismo que, além dos dez anos que já leva, pretende ficar, pelo menos, até 2025!
Um governo da m#@&a, tem mesmo é que usar o linguajar do seu nível! Seja a propósito de saneamento ou de corrupção, porque há dias o mesmo big líder afirmava que neste país só pobre vai preso. Tem razão. O filhinho, o lulinha, de limpador de m#@&a de animais no zoológico, de um dia para o outro ficou milionário! Com dinheiro sujo. Como já é rico não vai mais ser preso.
Lembra esta baixaria de palavreado um fato passado nos anos 40 em Luanda, e contado no meu livro “Contos Peregrinos a Preto e Branco” mas que não resisto em reproduzir:

Um dos mais famosos homens de Luanda, figura de legenda, foi o Dr. Antonio Videira, advogado, inteligente, culto, grande jogador de bridge. Escreveu uns livros simples mas maravilhosos e lindamente bem escritos sobre Angola, que viveu intensamente. De si próprio diz no livro “Angola - Dez Bilhetes Postais Ilustrados” - 1955 (ilustrados por Neves e Sousa): Estouvado, irreverente, malcriado, esta gente amiga e desempoeirada - o ar por cá é mais limpo; respira-se melhor - sempre me perdoou e quis bem.

Lá está o ar de Angola, mais limpo... Dele há inúmeras estórias. Estupendas. Divertidissimas, cada uma melhor do que a outra. Só uma, para se ter uma idéia da figura.

Dois indivíduos lá se trocaram de razões e no meio da discórdia um chamou filho da puta ao outro. Grave ofensa, o ofendido entrou com uma ação no tribunal, tendo por advogado o Dr. Videira.

A gravidade do caso era bastante caricata, e o advogado de defesa do acusado achou que o melhor era fazer graça da situação. A sua intervenção:

- Hoje em dia o termo filho da puta não tem mais a conotação de ofensa à mãe de alguém. Todos nós sabemos que quando um jogador de futebol mete um golo bonito, o publico entusiasmado aplaude e diz: Filho da puta! Que grande golo. Acontece o mesmo quando, por exemplo um pescador pesca um peixão enorme: que sorte teve aquele filha da puta. Olhem o peixe que apanhou.
E seguiu fazendo a apologia do filho da puta procurando assim defender o seu constituinte. Quando terminou a defesa, o juiz deu a palavra à acusação. Levanta-se o Dr. Videira e diz:

- Meretissimo, depois das brilhantes palavras do distinto filho da puta e meu colega, nada tenho a acrescentar.

O acusado foi condenado a pedir publicas desculpas ao ofendido!

Por aqui se vê que as mesmas palavras, podem ser chulas, obscenas ou ... virtuosas!
Mas jamais pronunciadas por um presidente de m....&@#a!

12 dez. 09