13 de out. de 2008

"Espinhos e complicações"


O bobo da corte do bobo

Era uma vez um reizinho que adora ser o bobo da própria corte... Sempre que o bobo abre a boca, sem entrar mosca, (e o mal repete-se “n” vezes), o povo, igualmente bobo, aplaude, mesmo sem entender o tamanho da calamidade pronunciada com um sorriso alarve e empafioso!
A corte do bobo primeiro cala-se, depois ri, reverencia, aplaude, bajula, e repete em pronunciamentos oficiais para os ouvidos dos restantes bobos, da corte e fora dela, frases enfeitadas das verdades falsas, da ignorância atrevida, do descaso total pelo futuro e da falácia do presente, babando de ganância e avidez pela faculdade que se outorgam para delapidar o bem comum.
O rei estava nu e só não viam, nem continuam a querer ver, os alfaiates do rei, os que o vestem, revestem e rodeiam com sua igual ignorância e incapacidade congênita e reconhecida.
A moeda do país sofreu em menos de duas semanas uma maxi desvalorização de cerca de 40%. Uma violenta paulada na economia. Os órgãos de informação debruçaram-se sobre isso? Isso o que? perguntarão! O (des)governo paga-lhes – e como paga! – para que? Não é para contar só as “histórias da carochinha”, aquelas “para boi dormir”? Se derem esta notícia em manchete de primeira página a popularidade do bobo cairá para metade!
O famoso “pré sal”, os quase inesgotáveis depósitos de petróleo agora descobertos e hollywoodescamente divulgados, no país e fora dele... emudeceu! O bobo afirmou gloriosamente que ia sobrar muito dinheiro, que nada se gastaria com bobagens (talvez para explicar o que tem feito até agora), que iria investir na educação, que... Tudo isso daqui a uns dez anos, para o que entretanto seria necessário um investimento inicial da ordem de várias centenas de bilhões de dólares! O governo assumiria o investimento sem a Petrobrás para melhor poder controlar os lucros desse imenso tesouro do Ali Babá. Mas... onde estão essas centenas de bilhões, ó bobo? Oferecendo ao mercado mundial de capitais os juros mais elevados do planeta para depois dar o berro, como aquele a que estamos assistindo no mundo financeiro? E o mercado tem agora esse capital disponível para investir a mais de meia dúzia de anos?
Nós, Brasil, seremos os únicos espertos do planeta para ter os juros mais elevados e querermos convencer os investidores de que isto não vai também para o buraco? Os EUA têm uma dívida interna de mais de dez trilhões de dólares. 70% do PIB. Nós não queremos ficar atrás. Já ultrapassamos os 70%. Com uma pequena diferença: a renda per capita do norte americano é o quádruplo da do brasileiro!
O Brasil viveu a euforia das commoditties com preços especulativos e deu um razoável ajuste nas suas contas externas. Mas a mamata acabou! Aproveitou ainda o dólar com valor baixo para importar alguns equipamentos e muito desperdiçou em bobagens chinesas que enfraqueceram a nossa capacidade de produção.
O crédito correu solto: imóveis, automóveis, eletrodomésticos, etc. A inadimplência bate às portas dos financistas. O Banco Central já abriu, e bem, os cofres para socorrer financeiras (cujos nomes não foram divulgados).
E no meio deste arraial de inépcia e ignorância o grande bobo atribui a medalha da Ordem do Mérito Cultural, a maior homenagem do governo àqueles que se destacaram na promoção e difusão da cultura brasileira, ao Coletivo de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)! Não é um ultraje à memória daqueles que receberam a mesma medalha, como João Guimarães Rosa, Pixinguinha e outros grandes nomes da nossa cultura. É pior que ultraje. É um escarro na face da cultura, da decência, da honradez, da liberdade.
Não deveria admirar, porque a iniciativa parte de quem mal tem a instrução primária e está profundamente comprometido com os movimentos terroristas, dentro e fora do país.
O grande bobo diz-se frases de auto promoção, não só em frente do espelho mas do alto dos púlpitos que todos os dias inventa para mostrar a sua incapacidade, e só ouve os bajuladores que servilmente o rodeiam, aplaudem e, no fundo, mesmo desprezando-o, continuam a aproveitar-se do festim da roubalheira generalizada.
“As orelhas dos príncipes, sobretudo as dos mais bobos, não gostam de ouvir verdades, e evitam os sábios e prudentes com receio de ouvir destes opiniões verdadeiras e desagradáveis”, já nos dizia Erasmo de Roterdão no seu “Elogio da Loucura”.
O que por aqui se passa, fica longe da loucura. Atingiu a demência.
Os miseráveis dirigentes vizinhos que nos rodeiam, insultam-nos, ameaçam-nos, roubam-nos, seqüestram diretores de empresas brasileiras, agridem agricultores brasileiros que trabalham em toda a legalidade nesses países, e o grande bobo da corte do bobo, em vez de mandar os miseráveis encolherem as unhas, ainda tem o desplante de afirmar que temos que apoiar o desaforo desses cafagestes!
Todos esses apóiam o MST e as FARC.
E, em vez de serem as nossas Forças Armadas, são estes grupos terroristas o sustentáculo desta catástofre boba em cima da qual caminhamos.


do Brasil, por Francisco G. de Amorim
13-set-08

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