1 de fev. de 2009

"Os burros carregados para o parasíso... fiscal"

A crise e as cavernas dos Ali Babás

Ora vejam lá se eu não tenho por aqui uma bolinha de cristal, de segunda qualidade (talvez made in China), mas que vai dando uns palpites!
Há quase três anos, escrevi o texto abaixo, desconfiando que as inflações provocadas (e todas são provocadas) levariam a economia a um colapso. O Japão, não há muito, tinha mostrado isso claramente, só que os EUA seguraram a peteca até que...
Leiam primeiro o que escrevi em Junho de 2006:

O VELHO E O NOVO MUNDO - II

Voltemos à Europa, dando uma passadinha pelo Japão. Não fica no caminho geográfico, mas serve para ajudar a compreender o que, sem que se adivinhe o futuro, possa vir a acontecer.
Nas principais cidades do Brasil, a valorização imobiliária nos últimos anos - não se cogita em especulação - quase não tem acompanhado a inflação. Daí o negócio não parecer muito atrativo.
O Japão, depois do restabelecimento da indústria e da economia, a seguir à II Guerra, começou a “sentir” que havia pouca moeda circulante no mercado o que impedia um mais rápido crescimento. Pequeno território, pouca possibilidade de expansão, muito dependente de matérias primas importadas, julgou ter encontrado uma solução tipo “vapt-vupt”: onde é que o povo gasta a maior fatia do seu salário, sobretudo o povo das cidades? Na compra de casa própria. Então a solução é inflacionar o valor dos imóveis, estender o crédito para 20, 30 ou mais anos e esse dinheiro “extra” vai inflamar a circulação monetária, esta a economia, etc. Pensado, feito. Pouco tempo demorou para se verem centenas, milhares de turistas japoneses viajando e gastando mundo afora, em sucessivas levas de “charters” e excursões tipo viaje now, pay later, aparecerem mais Toyotas e Suzukis, computadores e um monte de outras coisas, a maioria das quais se faz hoje na China. E os turistas? Entretanto desapareceram. E a economia do Japão? Tremeu. Tremeu porque o povo ficou endividado!
Estamos a chegar à Europa, onde o custo de um imóvel é algo quase inalcançável para a grande maioria dos jovens mortais que entram no mercado de trabalho. Ainda me lembro de há 50 anos ser avisado de que não devia pagar de aluguel mais do que 1/6 do meu salário! Hoje, em grande número de casos, são necessários dois a trabalhar para que um pague o aluguel e o outro a alimentação, vestuário, etc. Resultado: não casam, “juntam-se”, descasam mesmo não casados, trocaram afinal de parceiro econômico e desbaratam as suas vidas.
Mas porque não compram casa, em vez de alugar? Primeiro porque o preço dos imóveis é altíssimo, e mesmo que tenham que dar só uma “entradinha”, essa “entradinha” equivale muitas vezes ao salário de um a dois anos de trabalho! Dirão: mas o banco financia até 50 anos e juros muito baixos (estamos a falar da Europa, hein?) Que maravilha! O comprador fica a vida inteira a pagar um imóvel, raro chega ao fim do compromisso, jamais sendo dono do que quer que seja, e o banco... o banco está sempre garantido com a garantia real e com os juros, que é disso que ele vive. E como vivem os bancos!
Quem paga e se arruína: o povo, a classe média, o sustentáculo da nação.
Para quem vai de países terceiro ou segundo mundistas, pode até deslumbrar-se pelo aparente vidaço daqueles que vivem, por exemplo, em Londres.
Mas quando se começa a falar com eles sobre o que resta no bolso e quanto devem de mortgage (prestação do imóvel), cartão de crédito, etc., sente-se que o balanço está um tanto desbalanceado. Sempre a favor dos bancos, of course, que se arriscam à inadimplência dos clientes.
Não sabemos se foi assim que acabaram os grandes impérios, mas o exemplo do Japão dá-nos para pensar um pouco. Trasladando o assunto para o Brasil então...
Solução: acabar com os bancos? Com a inflação imobiliária? Imitar a Revolução Soviética de 1917 e dividir o número de quartos de todas as casas pelo número de famílias da região?
Nada disto parece resolver.
E então? Vamos cruzar os braços e deixar que tudo continue a acontecer talequalmente?
Não vamos. Soluções, em se querendo, aparecem.
A ver.
29 jun. 06

Agora em plena crise mundial, e crise de perplexidade perante o que seria evidente, sobretudo a quem sabe de economia – e eu, repito, só sei que não posso gastar mais do que recebo como aposentado – parece que ninguém sabe bem o que fazer.
Os governos entram com bilhões e trilhões para tentar salvar a economia e os postos de trabalho, os gangsters administradores de bancos abocanham o dinheiro para contas pessoais, o senhor Obama dá gritos de fúria – e eu também – os pseudo (palavra de que gosto muito!) esquerdistas, no pseudo Fórum Mundial Social, em oposição ao dito dos ricos em Davos, soltam da boca para fora um monte de baboseiras sem uma única proposta consciente e viável, assim como os ricos, e o mundo vai-se degradando a uma velocidade incrível, com aceleração quase logarítmica!
Para se encontrar uma solução para a crise, parece que o caminho não será tão complicado quanto parece, se bem que apavorante. Se não, vejamos:
- Como começou a crise? Quando?
- Quem são os responsáveis?
- Onde se escondem tantos bilhões e trilhões que raparam do bolso dos zés manéis de todo o mundo?
Se ficarmos só nestes “pequenos detalhes” podemos tirar algumas conclusões:
- 1° - A crise não começou. É quase como o Universo. Não teve princípio, nem terá fim, mas... pode dar-se um jeito. Tipo “Big Bang”: expandiu-se loucamente e agora vai encolher no mesmo ritmo ou mais rápido! Depois volta a expandir-se.
- 2° - Os responsáveis: são os gananciosos de todo o mundo. Já o famoso Ciro quando derrotado por Alexandre fugiu deixando na sua tenda “das arábias” uma imensa fortuna em jóias, além da bonita mulher e sogra; o Mohamed Akbar, filho de Tamerlão, levava para as guerras 5.000 elefantes envergando armaduras de aço, cada uma com cerca de 10.000 peças feitas à mão por trabalhadores miseráveis; a coroa inglesa, ao longo dos anos juntou, tirando aos mais despossuidos, uma fortuna fabulosa, não tendo valido ao povo os simpáticos Robin Hoods, e por aí se vai. São sempre os mesmos a sacarem o dinheiro do povoléu. Hoje em dia são os bancos, os fabricantes de armas e os traficantes de drogas.
- 3° - Mas como esses miserandos, mais bancos e seus administradores manipulam o dinheiro dando a impressão que está tudo bem?
Nos balanços vigarizados e sobretudo na falta de consciente, eficiente e permanente controle pelas entidades responsáveis, os bancos centrais, os grandes culpados!
Além disso as cavernas da gatunagem, dos Ali Babás, como a Suíça, o Luxemburgo, Ilhas Caiman, e todos os outros paraísos fiscais, colaboram ativa e festivamente neste bodo de canibais, sendo co-autores dos crimes que estão a aflorar.
Se os bancos centrais forem uma entidade independente – como teoricamente são a justiça e os poderes executivo e legislativo – é possível que melhore o controle sobre a banca em geral. E tem muito bom profissional que sabe perfeitamente o que é necessário fazer-se. Assim os deixem.
Mas o que parece fundamental é, de imediato, acabar com esses paraísos de ladrões. Como? Isso já não sei dizer. A verdade é que o dinheiro não pode estar escondido. Quando é demais é porque a fonte está a ser roubada! E a fonte é sempre a mesma: os miseráveis que faziam as armaduras para os elefantes e os trabalhadores de hoje.
Se acabarem as cavernas paradisíacas e os bancos centrais tiverem força e isenção, o capitalismo pode sobreviver muito bem.
Pelo caminho que o mundo está a levar, vão surgir novas cavernas: todos vamos ter que viver como trogloditas!

Atenção: Além disso é indispensável enjaular, por vinte ou trinta anos os dignos administradores da banca americana que embolsaram o que o governo lhes entregou para salvarem as instituições. E confiscando-lhes todos os bens. Todos.
Para situações graves, gravíssimas, soluções drásticas.
do Brasil, por Francisco G. Amorim
01 fev. 09

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