28 de nov. de 2008



O povo simples é sábio.


Sabedoria milenar

Há talvez uns 3.000 anos, Lao Tsé no famoso livro Tao Te, a certa altura nos aconselha:

Acabai com o estudo, e não haverá mais preocupações.
Se é difícil dirigir o povo, é porque sabe demais.
Por isso, aquele que o dirige pelo saber, é o ladrão do seu país,
e aquele que o dirige pela ignorância, a felicidade do povo.

Tantos são os exemplos que a história nos apresenta que se torna até monótono repetir passagens que mostram a sabedoria do grande Lao.
Parece que ele nos quis dizer que a ignorância pressupõe uma vida simples, profundo contato e respeito pela natureza, e que a sabedoria acaba por colocar os homens em confronto, ou em total desrespeito e desprezo para com o próximo.
Estamos a assistir a um monstruoso desastre económico de dimensões planetárias e isso, sem dúvida, que se deve aos “espertos” que durante anos procuraram tirar vantagem dos mais incautos.

Quanto mais meios para ganhar, tanto mais confusão nos Estados e suas famílias.
Quanto mais inventivos e espertos os homens mais coisas astutas aparecem.
Quanto mais leis e decretos, tanto mais bandidos e ladrões.

Vemos também a profusão de horrendos atos de terrorismo, dizimando indiscriminadamente civis, políticos e militares, alguns com pretensa desculpa de serem contra os governos estabelecidos (bem ou mal) outros por puro ódio, e sobretudo pelo alastrar de “filosofias” fundamentalistas/extremistas, que se considerava deveriam estar extintas no século XXI, e parece que cada vez estão mais ativas. Outros ainda com a argumentação de não tendo fontes de rendimento se permitem assaltar, extorquir, matar.
Mais adiante diz-nos ainda:

O povo sofre quando é explorado pelos chefes

e, não se lembrou Lao Tse, de ter deixado escrito que a felicidade do povo não está certamente em viver na ignorância e ver os governantes, familiares e apaniguados, a encherem os bolsos roubando o que lhe pertence, a ele, povo simples.
Não previu ainda o grande mestre chinês, de nos transmitir que o governante não pode ficar quieto quando um vizinho, primário, ainda mais primário, se possível, lhe dá uma chapada nas ventas, lhe rouba os negócios que com sacrifício do seu país investiu na vizinhança, e sobretudo quando o mesmo vizinho o esbofeteia também na outra face!
Pior ainda: quando um outro vizinho repete a brincadeira, também em duplicado, ao ver a covardia do dirigente do maior país da América do Sul.
Vergonha é o que sentem os brasileiros que pensam. Parece que são poucos. Os outros, a ignorância generalizada, continua a achar que ser (des)governado por um ignorante é que traz felicidade!
E assim vai o mundo.



28-nov-08


do Brasil, por Francisco G. de Amorim

Um comentário:

Aros disse...

Obrigada, tio Chico. Como sempre, leio as suas palavras com prazer e um sorriso, apesar de muitas coisas tristes fazerem parte de ste Mundo que, acredito, vai ou antes, já está a MELHORAR!!!
feliz natal para todos, Gá