24 de set. de 2008


A crise e a crise !

Crise é como mosca, mosquito e jacaré: existe há centenas de milhões de anos e não se antevê que acabem. Nem os jacarés, tão perseguidos por causa da sua pele.
Diz a Bíblia que houve uma “crise” quando se construía a Torre Babel, e assim a construção foi interrompida; houve graves crises nos vários impérios que se esfumaram na história – sassânida, egípcio, persa, romano, inglês e até o pseudo português – e agora chegou a crise que demorou a manifestar-se: a da ganância e da roubalheira!
O presidente do Lehman Brthers, quando o banco em 2007, já deveria estar a pedir esmola para sobreviver, ganhou algo como 45 milhões de dólares pelo seu “brilhante” desempenho! Qualquer coisa como uns mil e quinhentos salários médios de trabalhador americano! Não foi só este “presidente”. Todos os presidentes dessas maravilhosamente fortes e seguras empresas, recebiam algo no mesmo padrão.
Os juízes do supremo americano são bem mais modestos: ganham por ano US$ 208.000 e só o presidente dessa suprema corte tem direito a automóvel, a que aliás renunciou! Um dos juízes ia para o trabalho no seu carrinho. Um Fusca! Nem Cadillac era.
No Brasil, o país do futuro, e da vergonha presente, os juízes do nosso supremo, têm um salário semelhante, mas... todos têm carro com motorista à custa do Zé.
Alguém ficou admirado com isto? Não é caso para tanto, já que aqui o salário mínimo é de cerca de US$ 245, o que significa que sexas ganham, fora o carro, importado, que podem trocar a cada dois anos, mais o salário do motorista, alguma coisa como cinquenta e sete salários mínimos nacionais!
Mas aqui não há crise, como também não há vergonha nem educação e muito menos cultura. O povo come o que lhe dão, salgado, e, em média trabalha cinco meses e meio por ano só para pagar impostos, que equivalem a 45% do PIB bruto. Mais do que em França que luta para diminuir seu déficit.
Apesar da euforia luliana petista, qualquer dia a “crise” vai chegar. E os grandes edifícios erguidos à vaidade vão ruir.
E atingirá quem? Os mais desfavorecidos. É óbvio.
do Brasil, por Francisco G. de Amorim

23 set. 08

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